segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Eclipse - ainda não acabou

Depois de precisarmos de vários baldes para vomitar com o sentimentalismo de Lua Nova, chegamos em Eclipse, terceiro episódio da saga Crepúsculo. O livro anterior terminou com a reconciliação de Bella e Edward, que juraram nunca mais se separar pois não vivem um sem o outro Zzzz. Realmente, o casal fica mais próximo e meloso do que nunca; inclusive Charlie, pai de Bella, se preocupa com a intimidade excessiva e numa passagem inusitada ele pergunta a filha se ela tá usando preservativo.
O primeiro destaque do livro é o agora lobisobem Jacob, que tá muito mais malhado e vive seminu. Acontece que em Lua Nova ele se tornou melhor amigo de Bella e também se apaixonou por ela, sendo que ele tinha certeza que poderia ficar entre o casal protagonista e passar a brabuleta o vampiro pra trás.
O foco principal de Eclipse remete ao primeiro livro da série: Victoria, uma vampira ruiva e gostosinha que tentou beber o cheirosíssimo, deliciosíssimo e disputadíssimo (aham, Cláudia) sangue de Bella, retorna ao estado de Washington querendo se vingar de Bella e da família Cullen (quem leu/viu Crepúsculo sabe por que). Para isso ela começa a morder vários jovens em Seattle, capital do estado, para formar um bando de vampiros "recém-nascidos" e assim enfrentar e destruir seus inimigos.
Nesse ponto da história, parece que teremos ótimas sequências de ação e um grande derramamento de sangue. NADA! Na hora do conflito a mosca morta da autora deixa de narrar o combate pra narrar uma das passagens mais ridículas que ja li na vida. Isso porque o triângulo amoroso da história está acampado na floresta - Bella e Edward numa barraca e Jacob do lado de fora. Tá muito frio, e tal, e Jacob entra na barraca pra segurar vela. Acontece que vampiros são seres de pele dura e fria, e Bella tava congelando nos braços de seu amado. Eis que o lobisomem fura-olho se oferece pra aquecer a nêga. E EDWARD ACEITA. Jacob abraça-a, fica de conchinha com ela (e ele quase nu, como sempre) e o vampiro baitola ainda diz "estou feliz que você esteja aqui". Pelo amor de Deus, que tipo de homem, imortal ou não, em sã consciência diz que tá feliz por ver um tarado que é apaixonado por sua namorada abraçando-a enquanto veste apenas um shortinho? Pro inferno, Stephenie Meyer!
No parágrafo acima já deu pra perceber qual o grande defeito de Eclipse (além da babaquice): a promessa de ação que não resulta em nada. É muito frustrante; durante muitas páginas acompanhamos a preparação dos Cullen e dos lobisomens, que fazem um pacto provisório de união para derrotar Victoria e seus vampiros recém-criados. Mas na hora, cadê ação? A "batalha" acontece e só sabemos que foi fácil pra os Cullen e os lobisomens matarem os vampirinhos de Victoria. Ah, até tem uma parte legalzinha: a ruiva quase mata Bella. Pena que ficou no quase.
Bem, Eclipse é só isso. Aqui ainda tem muito de Lua Nova com muitas páginas dedicadas aos pensamentos e sentimentos rasos de Bella Swan, que aqui tem o dilema de estar apaixonada como sempre por um vampiro enquanto um lobisomem marombado a assedia de tudo que é jeito. Outra vez é a autora sendo bastante comercial: esta vez a mocinha sem graça tem dois bonitões aos seus pés! É uma conquista pra guria mal amada nenhuma botar defeito. Resultado: as mina pira na disputa amorosa e o livro vendeu feito água. Ah, digo logo: Bella não trai Edward. Quem entende disso de chifre é a interprete da menina no cinema, Kristen Stewart, que chifrou seu namorado (adivinha quem ele interpreta?) com um diretor hollywoodiano.

PS: se você já parou pra se perguntar o porquê de uma protagonista tão insossa, veja alguma entrevista com a autora e perceba o quanto Bella é autobiográfica.

Leia também:
Crepúsculo
Lua Nova

Luís F. Passos

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