quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sagarana - parte 1

Achei que já era hora de falar desse livro tão grandioso, que ajudou a dar nome a este singelo blog. E é sempre bom falar de Sagarana, que além de ser incrível do ponto de vista crítico, também é uma ótima leitura.
Em 1937, no concurso literário Humberto de Campos, da Editora José Olympio, um livro de doze contos e quinhentas páginas, assinado por um tal Viator (viajante em latim) surpreendeu o júri, presidido por Graciliano Ramos, e ficou com o segundo lugar. Quem era Viator? Nosso amigo João Guimarães Rosa, que no ano seguinte foi enviado à Europa numa missão diplomática e só retornou anos depois. Quando Guimarães conheceu Graciliano, este o aconselhou a publicar o livro, mas numa edição mais curta. Foi o que ele fez, excluindo três histórias e fazendo mudanças em boa parte das demais, reduzindo o número de páginas para pouco mais de trezentas.
Sagarana é uma palavra híbrida, formada por dois radicais: saga, de origem germânica, significa "canto heróico" e rana, de origem indígena, significa "espécie de". Então o livro é um tipo de narração heróica, mas de quê? Do sertão, de seus acontecimentos e personagens, muitos dos quais envolvem a terra natal do escritor, Codisburgo.
Ao longo dos nove contos, vários temas são abordados: os costumes interioranos, o misticismo, romances, violência e pobreza. Muitas dessas histórias são baseadas em experiências vividas pelo autor, ou que foram narradas a ele em suas andanças pelo sertão mineiro - em vários contos há a figura do "doutor", que sempre é bem visto pelos moradores. Esse doutor pode ser a representação do próprio Rosa nas narrativas, já que ele percorreu o interior de Minas como médico.
Outra coisa importante: Sagarana já traz a linguagem diferente criada por Guimarães, cheia de palavras antigas (o chamado arcaísmo) e outras que ele mesmo inventou (os neologismos). Por isso que no começo, precisei da ajuda do dicionário, mas dá pra se acostumar (difícil mesmo é Grande sertão: veredas), e é essa linguagem que faz muitos vestibulandos detestarem o livro (vide Fuvest). Convenhamos, é compreensível; sua leitura, apesar de prazerosa, não é fácil, principalmente pra quem tem tão pouco tempo como os vestibulandos.

No próximo post: sinopse dos contos.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Danielle Steel

Não é uma mulher, é uma máquina de escrever. Com o ritmo de trabalho de dez a dezoito horas por dia, chegou a escrever dois romances em quatro meses. No total são 79 livros ao longo de 37 anos. Nesse tempo Danielle vendeu 1,5 bilhão de exemplares em todo o mundo, sendo traduzida em 28 idiomas.
Danielle Steel nasceu em Nova York em 1949, filha de um aristocrata alemão e de uma portuguesa filha de diplomatas. Desde jovem gostava muito de ler, e escreveu poesias na adolescência. Aos dezoito anos se casou com um banqueiro francês, do qual se separou nove anos depois. Ao todo foram cinco casamentos e nove filhos.
Seu primeiro livro, O apelo do amor, foi lançado em 1973. A partir do quarto livro, Segredo de uma promessa, se consolidou como autora de best-sellers. Os livros de Danielle mantêm uma fórmula básica raramente deixada de lado: romances meio água com açúcar, muitas vezes narrados em cenários luxuosos e com finais felizes ou no mínimo inspiradores. Falando assim, parece que são livros melancólicos e enjoativos, mas não são. Chamados pela crítica de "contos de fada do século 20", são livros interessantes onde a autora deposita suas fantasias de felicidade.
Nos últimos anos a autora diminuiu seu ritmo de trabalho e vem se dedicado bastante à caridade, principalmente ajudando crianças carentes.
Dela recomendo O chalé, Recomeços , Caleidoscópio, Zoya, O presente e o meu preferido, Jóias.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O garoto

É até sacanagem não ter falado de Chaplin em mais de mês de blog. E pra falar do eterno Carlitos, nada melhor que O garoto (The kid,1921) que tá comemorando 90 anos e chamou novamente a atenção da galera que ama cinema.
A história do filme é simples, e uma das mais bonitas de Chaplin. A mãe (Edna Purviance) teve seu filho num hospital de caridade, e por ser solteira e não ter condições de criar o bebê o abandona num carro que está estacionado na frente de uma mansão junto com um bilhete onde pede que cuidem dele. O carro foi roubado, e o bebê, largado numa viela do subúrbio, onde é encontrado pelo vagabundo Carlitos (Chaplin) que tenta entregá-lo a uma senhora, mas sem sucesso, decidindo então criar o garoto.
Cinco anos se passam, e a mãe se torna uma artista e famosa, que ajuda crianças pobres para aliviar a dor de ter perdido o filho. Enquanto isso, o vagabundo e o garoto trabalham juntos: o menino quebrava vidraças das casas e depois Carlitos aparecia oportunamente se oferecendo para consertá-las.
A história se intensifica quando a artista visita o subúrbio em que vivem Carlitos e o menino, e descobre que este é seu filho desaparecido. Começa então uma dula corrida: da mulher em busca do filho e do vagabundo fugindo do juizado, pois não tinha a guarda legal do garoto - mas ele ignorava que a mãe estava procurando o menino. Na fuga fica visível o carinho mútuo entre o menino e seu pai adotivo, gerando as cenas mais bonitas do filme.
O garoto é considerado uma das primeiras comédias dramáticas do cinema, e é um dos mais populares filmes de Chaplin. No início do filme somos advertidos que se trata de "um filme com um sorriso e, talvez, uma lágrima". Além de toda a beleza da história do homem pobre e de bom coração que apesar de todas as dificuldades cria um bebê abandonado, é muito engraçado, como manda um bom filme de Chaplin, e tem algumas das sequências mais famosas do cineasta, como a cena em que Carlitos e o garoto são perseguidos por um policial após quebrar uma vidraça. 90 anos depois da estreia, O garoto é um clássico para todas as gerações.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Corrida pela herança (Sidney Sheldon)

Corrida pela herança é um dos livros de Sidney Sheldon voltado para o público jovem. Nele é narrada com humor e suspense a aventura dos herdeiros do milionário Samuel Stone, que de tão avarento não queria entregar seu dinheiro nem depois de morto. Em seu testamento, nomeou como herdeiros sua viúva, um jovem sobrinho, seu advogado e um primo distante, David, que do grupo era o único honesto. Mas o velho milionário não fez um testamento comum, preparando uma verdadeira disputa pelos seus bens.
Uma vez por semana os herdeiros deveriam se reunir para assistir às fitas que Stone deixou gravadas, nas quais estavam as pistas para chegar aos seus bens valiosos. Como no início as pistas pareciam indecifráveis, a viúva, o sobrinho e o advogado  fingiam unir-se a David, prometendo dividir o dinheiro em quatro partes iguais, mas depois tentavam enganá-lo. Mesmo assim, por ser o mais esperto, David sempre chegava à frente dos trapaceiros.
As tarefas deixadas por Stone puseram os herdeiros nas mais diversas situações, como passar a noite numa casa mal-assombrada, invadirem uma delegacia, viajar à Espanha, enfrentar animais selvagens num zoológico, serem perseguidos por empresários do petróleo e partirem numa louca viagem pelo tempo.
Assim como os outros livros juvenis de Sheldon, Corrida pela herança é curto (menos de 200 páginas) e simples, não apresentando personagens profundas e dramas complicados. Como de costume, o autor ambientou a história na alta sociedade, mas dessa vez explorando a ambição das personagens e com isso, criando situações engraçadas. A avareza também é destacada, já que o morto fazia questão de dizer o quanto lamentava ter de deixar sua fortuna para os parentes. É um bom livro pra quem quer começar a ler a obra de Sidney Sheldon.

domingo, 19 de junho de 2011

Agatha Christie


Quando o assunto é vender livros, Agatha Christie só perde para Deus e para Shakespeare. Os mais de oitenta títulos diferentes venderam mais de quatro bilhões de exemplares por todo o mundo. Pra se ter ideia, é dez vezes mais do que a série Harry Potter. São esses números que deram à escritora britânica o título de Rainha do Crime, a maior autora de romance policial de todos os tempos.
Agatha Miller nasceu em 1890 em Torquay, Inglaterra. Foi educada em casa até os dezesseis anos e terminou de estudar em Paris, onde demonstrou talento para o canto e para o piano. Em 1914 se casou com o coronel Archibald Christie, da aviação britânica, com quem teve sua única filha, Rosalind. Durante a 1ª Guerra, trabalhou em uma farmácia, onde aprendeu bastante sobre venenos e antídotos, conhecimento que foi aproveitado nos seus livros.
Foi em 1920 que Agatha lançou O misterioso caso de Styles, que foi bem recebido pelo público, se tornando um sucesso de vendas assim como os livros seguintes. Nessa romance Agatha já trazia sua mais famosa personagem: o detetive belga Hercule Poirot, um "gorducho que usava suas células cinzentas para decifrar mistérios". Além de Poirot, Miss Marple, Tommy e Tuppence Beresford são figuras que se repetem em seus romances.
Depois de anos de um casamento conturbado, que inclui o desaparecimento forjado de Agatha, o casal Christie se divorciou em 1928. Dois anos mais tarde Agatha se casou com o arqueólogo Max Mallowan, catorze anos mais novo. Apesar do novo casamento, continuou assinando seus livros com o sobrenome Christie, que já era muito popular no meio literário.
Temendo morrer na 2ª guerra, Agatha escreveu na década de 1940 Cai o pano, a última aventura de Poirot. O livro não foi lançado, mas tinha como intenção evitar a publicação de outros livros com a figura de Poirot por outros escritores. Como sobreviveu à guerra, Agatha manteve o livro escondido até dezembro de 1975, quando decidiu publicá-lo pois não se achava em condições de escrever outros romances. Dois meses depois a célebre escritora faleceu aos 85 anos, vítima de pneumonia.
A excelente obra de Agatha Christie consegue além de entreter o leitor com histórias policiais bem construídas, vasculhar fraquezas humanas. A própria Agatha, diferente de seus Poirot e Miss Marple, era uma pessoa insegura, principalmente diante de situações sociais, preferindo ficar sozinha escrevendo, bebendo café ou tocando piano.
O primeiro livro de Agatha que li foi Depois do funeral, em 2008. Descobri o romance na biblioteca da universidade, e por conhecer o nome da autora, resolvi descobrir se valia a pena, e não me arrependi. Também recomendo Um gato entre os pombos, Poirot investiga e Cai o pano.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

O Quinze

Quando se fala em sertão na Segunda Fase Modernista, todos logo se lembram de Vidas Secas, de Graciliano Ramos. Não é pra menos, já que o livro descreve de maneira genial o sofrimento de uma família que luta contra a pobreza e a fome no sertão nordestino. Mas pra mim O Quinze, de Rachel de Queiroz, merece a mesma (ou até maior) notoriedade, já que retrata de maneira mais forte a problemática da seca.
A seca de 1915 aconteceu de verdade e é considerada uma das piores da história nordestina. Na época, Rachel de Queiroz era uma menina de cinco anos, e mesmo não sendo pobre, sua família também sentiu as consequências da estiagem. A seca atingiu boa parte do Nordeste, inclusive Sergipe, onde carne bovina se tornou artigo de luxo (segundo minha bisavó, só se comprava em Itabaiana) e provocou uma grande onda migratória rumo à Amazônia, que na época vivia a febre da borracha.
Os dois focos do livro são a família do vaqueiro Chico Bento e o sentimento que há entre Conceição e Vicente. Chico Bento, depois de ser demitido da fazenda onde trabalhava por falta de serviço vaga com sua mulher e seus cinco filhos pelo sertão, em busca de oportunidades. Na viagem acontecem diversos infortúnios, como o desaparecimento de um dos filhos e a morte de outro, que na agonia da fome comeu mandioca crua, indo a óbito por envenenamento.
Conceição, comadre de Chico Bento, é professora na capital e mora com sua avó, dona Inácia. Sempre nutriu um sentimento por seu primo Vicente, que tem uma fazenda no sertão e trabalha nela, sendo portanto um homem rude e sem estudo, diferente de Conceição. E essa diferença intelectual representa a distância entre os primos, que ao final do livro não tinham se entendido.
Outros fatos reforçam o lado social da obra: os Campos de Concentração onde Conceição era voluntária, em que o governo mantinha os migrantes, temendo que eles se revoltassem e promovessem uma onda de violência; e uma certa ocasião em que Chico Bento mata uma cabra achando que ela não tinha dono, mas quando este aparece o chama de ladrão e dá apenas as tripas do animal para a família do vaqueiro comer.
Rachel de Queiroz escreveu O Quinze com apenas dezenove anos, e desde então foi aclamada por público e crítica. Escreveu vários outros romances, com destaque para Dôra, Doralina e Memorial de Maria Moura, que conquistou o Brasil ao ser adaptado numa minissérie da Rede Globo. Foi a primeira mulher a entrar na Academia Brasileira de Letras (1977) e a ganhar o Prêmio Camões (1993), o prêmio mais importante da língua portuguesa.
A escritora cearence faleceu em sua casa no Rio de Janeiro, em 2003, às vésperas de completar 93 anos de idade, enquanto dormia em sua rede.

sábado, 11 de junho de 2011

João Gilberto


Ontem, 10/06, foi aniversário de João Gilberto. O pai da bossa nova fez oitenta anos. Nem me liguei, devia ter falado algo sobre essa grande figura, mas hoje eu me desculpo com um pequeno post.
Baiano de Juazeiro, João Gilberto Prado Pereira de Oliveira ganhou seu primeiro violão aos catorze anos, e desde então não se separou mais da música. Em 1950 foi morar no Rio de Janeiro, onde depois de fazer sucesso com o grupo Garotos da Lua (e ser expulso da banda), conheceu o pianista e compositor Tom Jobim, com o qual iniciou o movimento bossa nova, fruto da união entre o samba carioca e o jazz norte-americano.
Com o lançamento do álbum Chega de saudade, que trazia a música de mesmo nome, o sucesso de Gilberto foi imediato, e prosseguiu pelas décadas de 60 e 70. Nos anos 80 ele colaborou com o movimento da Tropicália, e a partir daí o número de shows e gravações diminuiu bastante. Sua última turnê foi em 2008, e teve apenas três apresentações. Todos os ingressos fora vendidos em menos de uma hora.
Excêntrico, João Gilberto preza pela perfeição: não tolera ruidos nos shows, ao ponto de abandonar plateias barulhentas.
E pra comprovar a qualidade do cara, tá aí Garota de Ipanema, que ele canta junto com o velho amigo Tom Jobim.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

A morte e a morte de Quincas Berro Dágua


Segundo a crítica, é a melhor novela de Jorge Amado. Infelizmente não posso afirmar nada, já que só li dois livros do baiano (esse e Capitães da Areia). Mas os dois já foram suficientes pra me tornar admirador do cara: a linguagem simples, com elementos bastante populares, tom lírico e representação das personagens urbanas da Bahia são características que imortalizaram a obra de Jorge Amado.
No dia do aniversário de setenta anos de Quincas Berro Dágua, rei dos vagabundos da Bahia, seus amigos preparam uma festa surpresa. Mas quem faz a surpresa é o aniversariante: depois de décadas de bebedeira, o fígado se rende e o famoso bebum morre. A família é chamada e decide velar o corpo escondidos no casebre onde Quincas morava, para que a sociedade soteropolitana não descubra a verdade, pois sua filha Vanda dizia a todos que o pai havia fugido para o exterior com uma amante rica.
O narrador explica que Quincas, que se chamava Joaquim Soares da Cunha, era um funcionário público e chefe de família exemplar que, cansado da vida medíocre da classe média, resolve cair na farra, trocando o convívio de sua família pelos bêbados, prostitutas, vagabundos e marinheiros.
Os amigos bebuns de Quincas, Curió, Pastinha, cabo Martim e Pé de Vento, achando que a morte não passava de uma brincadeira dele, tiram-no do caixão e saem pelas vielas de Salvador com o morto nos braços, passando por bares, festas e até se metendo em brigas. Enfim eles decidem levar Quincas para passear de barco, e no passeio uma forte tempestade os alcança, provocando ondas enormes, derrubando o corpo de Quincas no mar.
O título se refere às duas mortes do protagonista: a primeira, em terra firme, causada pelo álcool e a segunda, nas águas da Baía de Todos os Santos. A história é uma crítica à sociedade de Salvador, especialmente a classe média, acusada pelo autor de ser preconceituosa e hipócrita, a ponto de Quincas não aguentar mais a esposa, os irmãos e cunhados e nem seus colegas de trabalho, trocando a vida estável pela sarjeta do Pelourinho. O antes funcionário exemplar se tornara amigo dos bêbados, das prostitutas, vigaristas, Mães de santo e demais excluídos do povo soteropolitano.
Em 2010 foi lançado o filme Quincas Berro Dágua, baseado no livro de Jorge Amado.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Memórias de um Sargento de Milícias


O Romantismo foi um movimento iniciado no Brasil em 1836 e teve uma produção enorme no país, tanto na prosa quanto nas três fases da poesia, chamadas de Gerações. Foi no Romantismo que se iniciou a tradição brasileira das novelas; naquele tempo os livros eram publicados nos jornais.
A literatura da época era voltada para a burguesia, especialmente o público feminino, portando eram histórias leves, com finais felizes, heróis e mocinhas. É nesse contexto que o médico e jornalista Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) inova lançando seu (único) romance, Memórias de um Sargento de Milícias, que sai dos bairros nobres e dos palacetes e foca o povo.
O livro narra a juventude de Leonardo, filho de Maria das hortaliças e do meirinho Leonardo Pataca, que se conheceram num navio vindo de Portugal para o Brasil, a partir de "um beliscão e uma pisadela". Abandonado pela mãe na infância, Leonardinho foi criado pelo pai e pelos padrinhos, um barbeiro e uma parteira. É o padrinho que tenta colocar o menino no bom caminho, mas desde cedo Leonardinho não demonstra gosto nem pela escola e nem pela religião, preferindo as suas travessuras. Também é o padrinho que apresenta o travesso à família de D. Maria, cuja sobrinha Luisinha cativa o protagonista, mas se casa com um certo João Manuel. A tristeza do rapaz aumenta com o falecimento do padrinho.
Solteiro, Leonardo Pataca (o pai) começa uma relação com uma certa cigana, que depois o abandona. Aí o meirinho passa a viver com Chiquinha, filha da comadre. Da união nasce uma filha e uma séria rivalidade entre Leonardinho e a madrasta, motivos de brigas que resultam na saída do rapaz de sua casa. Vadiando pelas ruas do Rio de Janeiro, Leonardinho passa a ser perseguido pelo major Vidigal, chefe de polícia, que pretendia manter a ordem na cidade. Nas ruas cariocas, conhece a bela jovem Vidinha, pela qual entra em novas confusões.
Quando Leonardinho ganhou fama de vagabundo, sua madrinha, preocupada, recorreu à amiga Maria Regalada, mulher que tivera um caso com o major. Pressionado por Regalada, Vidigal chama o rapaz para a polícia, onde lhe dá a patente de sargento. Para completar sua sorte, Luisinha fica viúva, e após o tempo necessário do luto, os jovens se casam na igreja em que Leonardinho fora sacristão.
Apesar de quebrar as convenções românticas com suas personagens populares, Memórias de um Sargento de Milícias conserva as características principais do estilo: narração cheia de peripécias e final feliz.