quinta-feira, 2 de junho de 2011

Memórias de um Sargento de Milícias


O Romantismo foi um movimento iniciado no Brasil em 1836 e teve uma produção enorme no país, tanto na prosa quanto nas três fases da poesia, chamadas de Gerações. Foi no Romantismo que se iniciou a tradição brasileira das novelas; naquele tempo os livros eram publicados nos jornais.
A literatura da época era voltada para a burguesia, especialmente o público feminino, portando eram histórias leves, com finais felizes, heróis e mocinhas. É nesse contexto que o médico e jornalista Manuel Antônio de Almeida (1831-1861) inova lançando seu (único) romance, Memórias de um Sargento de Milícias, que sai dos bairros nobres e dos palacetes e foca o povo.
O livro narra a juventude de Leonardo, filho de Maria das hortaliças e do meirinho Leonardo Pataca, que se conheceram num navio vindo de Portugal para o Brasil, a partir de "um beliscão e uma pisadela". Abandonado pela mãe na infância, Leonardinho foi criado pelo pai e pelos padrinhos, um barbeiro e uma parteira. É o padrinho que tenta colocar o menino no bom caminho, mas desde cedo Leonardinho não demonstra gosto nem pela escola e nem pela religião, preferindo as suas travessuras. Também é o padrinho que apresenta o travesso à família de D. Maria, cuja sobrinha Luisinha cativa o protagonista, mas se casa com um certo João Manuel. A tristeza do rapaz aumenta com o falecimento do padrinho.
Solteiro, Leonardo Pataca (o pai) começa uma relação com uma certa cigana, que depois o abandona. Aí o meirinho passa a viver com Chiquinha, filha da comadre. Da união nasce uma filha e uma séria rivalidade entre Leonardinho e a madrasta, motivos de brigas que resultam na saída do rapaz de sua casa. Vadiando pelas ruas do Rio de Janeiro, Leonardinho passa a ser perseguido pelo major Vidigal, chefe de polícia, que pretendia manter a ordem na cidade. Nas ruas cariocas, conhece a bela jovem Vidinha, pela qual entra em novas confusões.
Quando Leonardinho ganhou fama de vagabundo, sua madrinha, preocupada, recorreu à amiga Maria Regalada, mulher que tivera um caso com o major. Pressionado por Regalada, Vidigal chama o rapaz para a polícia, onde lhe dá a patente de sargento. Para completar sua sorte, Luisinha fica viúva, e após o tempo necessário do luto, os jovens se casam na igreja em que Leonardinho fora sacristão.
Apesar de quebrar as convenções românticas com suas personagens populares, Memórias de um Sargento de Milícias conserva as características principais do estilo: narração cheia de peripécias e final feliz.

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