sexta-feira, 22 de junho de 2012

Lua nova - chegamos ao fundo do poço

Depois de todo o chororô e sentimentalismo de Crepúsculo, chegamos ao segundo livro da saga, que começa com Bella e Edward sendo um casal perfeitamente feliz. Eles fazem tudo juntos, andam juntos, assistem as aulas juntos e até dormem juntos - o vampiro se deita na cama e ela se aconchega em seu gélido peito, apenas. Não queira mas que isso, afinal o público a que o livro é destinado é menor de 15 anos.
Bem, chega o aniversário de Bella, e ignorando os pedidos dela, Alice, irmã de Edward, resolve usar o (muito) dinheiro da família e fazer uma festa. Esta foi até simples, com direito a bolo (que apenas a mortal comeu, claro) e uns presentinhos. O problema é que na hora de abrir os presentes, a heroína (?) corta o dedo com papel, e o sangue começa a pingar. Por mais que os vampiros da família sejam controlados, isso definitivamente não é uma coisa boa, até porque um deles não o é - Jasper, o mais estranho e misterioso dos Cullen. Jasper tenta atacar Bella, mas é impedido pelos irmãos.
Passado o susto, tudo bem. Até que dias depois Edward procura Bella com a notícia de que ele e sua família estavam de partida, indo para um lugar bem longe de Forks, argumentando que eles não podiam ficar muito tempo na cidade, já que não envelheciam. Pra acabar de vez com a mosca morta, digo, Bella, ele diz que não havia possibilidade deles permanecerem juntos, e vai embora deixando a menina mais sem noção do que nunca. 
A ausência da vampirada deixa um enorme buraco em Bella (ela mesma usa essa expressão). É aí que o livro se torna um diário da adolescente mal amada.  Ela apenas narra como seus dias eram sufocantes e o que fazia para driblar a falta que Edward lhe fazia, como se dedicar mais aos estudos e a aproximação de seu velho amigo Jacob. Esse é outro que também tem seus segredos. Como não bastava estragar a figura dos vampiros, a autora decidiu ferrar com os lobisomens também, trazendo um novo e inusitado tipo de homem lobo, que são, no caso, alguns rapazes da reserva indígena, incluindo Jacob. Mesmo com essa grande amizade, Bella não consegue esquecer Edward, e nem quer ninguém no lugar dele - para a tristeza do lobisomem, que também tava doidinho pela protagonista.
Pra quem conseguiu ver alguma gracinha em Crepúsculo (eu, inclusive), Lua nova veio pra estragar tudo. Isso porque ele é péssimo. Ridículo. Deplorável. Imagine um livro chato, depois multiplique por 10, e ainda tá longe. O sofrimento de Bella é levado a certo ponto em que só quem já levou um fora cinematográfico e passou um mês assaltando os doces da geladeira consegue se identificar. O que é muito comercial, já que atinge em cheio um certo grupo.
Eu não vi o filme Lua nova porque tive medo de dormir no cinema, e nem tenho vontade de ver. Porque eu não tenho outra definição pra o livro além de "diário de uma adolescente retardada e mal amada". Bella narra seu sofrimento em círculos, se torturando com lembranças e torturando o leitor com suas mágoas. Ela só interrompe essas besteiras pra conviver com o perigo ao lado dos lobisomens e desenvolvendo umas atividades suicidas como andar de moto - tudo isso porque ao correr riscos, ela sente Edward ao seu lado (pff!). E falando em perigo, nesse livro começa um dos maiores defeitos da saga: a promessa de muita ação, e quando vê, nada. Só o tédio.
Pra não dizer que Lua nova não tem NADA de bom, tem umas duas páginas no começo em que Carlisle, pai adotivo de Edward, explica a Bella como se tornou vampiro e como decidiu nunca fazer mal a humanos, uma história que remete ao século XVII, em Londres. Mas o que são duas páginas boas comparadas a quatrocentas péssimas?
Sabe o pior nisso tudo? Eu tenho Lua nova. Só posso dizer que foram os 28 reais mais mal gastos de minha vida (leitores, não me julguem).

Luís F. Passos

Um comentário:

  1. Parabéns pela resenha Luís. Seu texto só veio para corroborar com a minha decisão de não gastar o meu precioso tempo (e meu suado dindin) com essa épica saga hahah

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