Analisando algumas pinturas em cavernas feitas por diversas sociedades antigas, sem qualquer conexão entre si, um casal de pesquisadores descobre um padrão nessas imagens. Nelas, aparece o que seriam seres humanos adorando um ser superior, como se fosse uma espécie de deus, e esse está apontando para alguns pontos no céu. Esses pontos foram decifrados como um mapa estelar, e, foi interpretado então, que aquelas pinturas significavam um convite. Um convite para um planeta muito longe da Terra e que poderia responder a um dos maiores questionamentos da humanidade: de onde viemos.
Após um financiamento na casa dos trilhões de dólares, a nave Prometheus está pronta para chegar ao seu destino, o desconhecido planeta, onde se acredita que vai haver não apenas as respostas para o surgimento do homem como também os próprios criadores deste.
De imediato, logo eles descobrem que, em algum momento, realmente houve vida naquele lugar e que esses organismos eram geneticamente iguais ao ser humano. Porém, a busca não sai como o planejado, eles vão sim encontrar organismos vivos, mas em vez de respostas definitivas eles acabam se deparando com um perigo mortal.
Prometheus é a ficção científica do momento. De fato, está muito acima da média em comparação a maioria dos filmes do gênero. A primeira parte do filme funciona como uma grande preparação do que está por vir, com a apresentação das personagens, suas motivações e tudo mais. Logo de cara, já percebemos quais são as personagens fundamentais do filme: Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) a corajosa protagonista, pesquisadora ávida por encontrar alguma explicação sobre o porquê de estarmos aqui, de modo que leva esse desejo por respostas a níveis extremos; seu namorado, o também pesquisador, Holloway; Vickers (Charlize Theron), a rigorosa e fria filha do financiador da expedição e o andróide David (Michael Fassbender), sem nunca demonstrar nenhum tipo de emoção, é a segunda personagem mais interessante da história (só perdendo para Shaw, claro) e, assim como ela, também está disposto a tudo para descobrir sobre esses “criadores”, não por vontade própria, mas por outros motivos que não vão ser revelados aqui. Já na segunda parte do filme, a ação desenrola de vez. Cria-se um clima de suspense e mistério crescentes, a história se torna violenta com pitadas de terror, cenas chocantes e uma tensão que se mantém até a conclusão do longa. De tirar o fôlego.
Tecnicamente falando, o filme é impecável. Ridley Scott é um diretor que realmente sabe como trabalhar com o lado visual do filme e torná-lo o melhor possível. A nave é impecável com toda sua tecnologia futurística, bem como o cenário inóspito do planeta. Isso sem falar nos alienígenas, que parecem incrivelmente reais. O uso do 3D é excepcional. Sério, se for ver o filme veja em 3D. É fantástico e aqui não está só de enfeite não, realmente deixa o filme mais intenso. A parte técnica e os elementos de suspense/ação são tão bons que abafam alguns probleminhas que tem no final.
Ridley Scott usa em Prometheus vários elementos presentes em Alien. Impossível não notar a semelhança entre as criaturas, entre os robôs não muito confiáveis, entre as coisas estranhas que se encontra no planeta perdido, entre as naves, e aí vai. Sendo assim, a comparação é inevitável. Infelizmente para Prometheus, é muito difícil brigar de igual para igual com um dos filmes mais elogiados e revolucionários da indústria, mas ele é sim um grande filme.
De todas as coisas em comum entre os dois filmes de Ridley Scott, seja no roteiro em si ou nas locações do decorrer da história, para mim, uma se sobressaiu: Shaw é muito parecida com Ripley (protagonista de Alien, interpretada por Sigourney Weaver). Sério. Poucas vezes no cinema pude ver personagens femininas tão fortes, corajosas e determinadas quanto essas duas. Ao mesmo tempo em que se cercam da tecnologia mais avançada possível, são grandes lutadoras (e como lutam!) seguindo um instinto muito primitivo: o de sobrevivência (e como são resistentes!). Se Ripley ficou mundialmente famosa lutando de calcinha e sutiã, sozinha, numa nave de escape no meio do espaço, contra uma criatura muito mais poderosa e doidinha para matá-la, Shaw não fica atrás e faz coisas incríveis além de ser, durante grande parte do filme, igualmente levada aos seus limites físicos e psicológicos. Shaw entra, então, para o hall das heroínas de carne e osso de Ridley Scott.
Sendo assim, por todos esses motivos que pude apontar, e por muitos outros que não pude falar – não posso estragar as surpresas porque perde a graça – Prometheus é minha recomendação para quem está querendo ver um bom filme no cinema por estes dias, aproveitando que o filme ainda está em cartaz. Mesmo que tenha se criado expectativas gigantescas em torno do filme por ele ser de Ridley Scott e por ele ter uma conexão com o bom e velho Alien, acredito que quem for ver não vai se arrepender.
Ah, um conselho! Quem quiser aproveitar a oportunidade e ver Alien também, não perca a chance.
Lucas Moura
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