Mês passado falei um pouco sobre Machado de Assis, no post sobre o livro 501 Grandes Escritores. O cara é excelente, provavelmente nosso maior escritor, e é claro que merece um espaço aqui no blog. Já li alguns livros dele, o último foi Memorial de Aires, sua última obra, e que infelizmente não é muito conhecida.
O memorial (diário) é escrito pelo conselheiro José da Costa M. Aires, diplomata aposentado e viúvo, entre os anos de 1888 e 1889. Aires aparece anteriormente na obra de Machado em Esaú e Jacó, mas com uma participação bem limitada. Aqui ele é narrador e importante personagem.
Vamos ao enredo: em janeiro de 1888, um ano depois de encerrar sua carreira diplomática e voltar ao Brasil, o conselheiro Aires vai com sua irmã Rita visitar o jazigo da família no cemitério S. João Batista. Lá ele vê pela primeira vez a bela e jovem viúva Fidélia Noronha, por quem desperta um certo interesse, chegando a imaginar um casamento com ela. O interesse pela viúva o leva a frequentar a casa do casal Aguiar, que tratava Fidélia como filha. Na ocasião, eles estavam completando vinte e cinco anos de um casamento extremamente feliz e amoroso, mas sem filhos. Assim, o conselheiro cria laços de amizade e afeto com o casal e com a viúva, cujo passado ele descobre aos poucos: ela era filha de um fazendeiro, o Barão de Santa Pia. Quando Fidélia quis se casar com um jovem da família Noronha, que era inimiga política de seu pai, o barão foi contra; quando resolveu permitir o casamento, repudiou a filha. Mas com pouco tempo de casada, Fidélia ficou viúva. Como o pai não a aceitou, foi acolhida pelo tio, o desembargador Campos, e pelo casal Aguiar.
Outro segredo dos Aguiar é revelado a Aires: a existência de um afilhado, Tristão, que fora criado por eles como filho, mas que partira para a Europa na juventude e aos poucos deixou de se comunicar com os padrinhos. Uma carta de Tristão, pedindo desculpas pelo tempo sem dar notícias e anunciando uma visita futura surpreende a todos. Nessa mesma época o Barão de Santa Pia adoece, e perdoa Fidélia, que vai para a fazenda cuidar dele. com o falecimento do barão, a viúva fica na fazenda para tratar dos negócios. Quando ela retorna ao Rio, conhece Tristão, rapaz inteligente e bem apessoado. A felicidade do casal Aguiar não poderia ser maior, junto a seus dois filhos postiços. Mais uma surpresa na história: Tristão, que estava se tornando amigo o conselheiro, lhe confessou que estava apaixonado por Fidélia. Como o sentimento era recíproco, os jovens anunciaram que pretendiam se casar. D. Carmo Aguiar ficou em êxtase, acreditando que o casamento impediria Tristão de voltar à Europa, mas para a tristeza dos velhos, Tristão, que tinha uma carreira política em Portugal, embarcou com Fidélia para Lisboa logo após o casamento, deixando os padrinhos na solidão e na tristeza.
Memorial de Aires é um livro muito bonito, diferente dos outros livros realistas de Machado de Assis. Nele há fortes traços autobiográficos: o casal Aguiar é uma representação dele mesmo e de sua falecida esposa, Carolina. No romance, o casal era bastante feliz, exceto pelo fato de não ter filhos, assim como o escritor foi com sua esposa. Outra ligação: o temperamento de d. Carmo, sempre bondosa e simpática, é uma alusão a Carolina, que era conhecida por sua amabilidade. Além da vida conjugal, Carolina, que era muito culta, deixou marcas na obra do marido, onde exercia grande influência. Depois da morte da esposa, em 1904, Machado entrou em depressão, mas continuou a escrever e a trabalhar. Em princípios de 1908, o escritor pediu licença do emprego, ao qual não retornou. Faleceu em 29 de setembro, na sua casa do Cosme Velho, em companhia de amigos.
O memorial (diário) é escrito pelo conselheiro José da Costa M. Aires, diplomata aposentado e viúvo, entre os anos de 1888 e 1889. Aires aparece anteriormente na obra de Machado em Esaú e Jacó, mas com uma participação bem limitada. Aqui ele é narrador e importante personagem.
Vamos ao enredo: em janeiro de 1888, um ano depois de encerrar sua carreira diplomática e voltar ao Brasil, o conselheiro Aires vai com sua irmã Rita visitar o jazigo da família no cemitério S. João Batista. Lá ele vê pela primeira vez a bela e jovem viúva Fidélia Noronha, por quem desperta um certo interesse, chegando a imaginar um casamento com ela. O interesse pela viúva o leva a frequentar a casa do casal Aguiar, que tratava Fidélia como filha. Na ocasião, eles estavam completando vinte e cinco anos de um casamento extremamente feliz e amoroso, mas sem filhos. Assim, o conselheiro cria laços de amizade e afeto com o casal e com a viúva, cujo passado ele descobre aos poucos: ela era filha de um fazendeiro, o Barão de Santa Pia. Quando Fidélia quis se casar com um jovem da família Noronha, que era inimiga política de seu pai, o barão foi contra; quando resolveu permitir o casamento, repudiou a filha. Mas com pouco tempo de casada, Fidélia ficou viúva. Como o pai não a aceitou, foi acolhida pelo tio, o desembargador Campos, e pelo casal Aguiar.
Outro segredo dos Aguiar é revelado a Aires: a existência de um afilhado, Tristão, que fora criado por eles como filho, mas que partira para a Europa na juventude e aos poucos deixou de se comunicar com os padrinhos. Uma carta de Tristão, pedindo desculpas pelo tempo sem dar notícias e anunciando uma visita futura surpreende a todos. Nessa mesma época o Barão de Santa Pia adoece, e perdoa Fidélia, que vai para a fazenda cuidar dele. com o falecimento do barão, a viúva fica na fazenda para tratar dos negócios. Quando ela retorna ao Rio, conhece Tristão, rapaz inteligente e bem apessoado. A felicidade do casal Aguiar não poderia ser maior, junto a seus dois filhos postiços. Mais uma surpresa na história: Tristão, que estava se tornando amigo o conselheiro, lhe confessou que estava apaixonado por Fidélia. Como o sentimento era recíproco, os jovens anunciaram que pretendiam se casar. D. Carmo Aguiar ficou em êxtase, acreditando que o casamento impediria Tristão de voltar à Europa, mas para a tristeza dos velhos, Tristão, que tinha uma carreira política em Portugal, embarcou com Fidélia para Lisboa logo após o casamento, deixando os padrinhos na solidão e na tristeza.
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