Andy Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem jornalista cheia de idéias originais e dedicada a uma forma mais séria de jornalismo que está à procura de um novo emprego. Seu destino a leva, no entanto, a trabalhar na revista mais distante o possível de seu perfil profissional: a Runway. A Runway é uma das principais revistas de moda do mundo e praticamente dita às regras com relação ao modo com que as pessoas devem se vestir e se portar. Lá, todos são a perfeita oposição de Andy. Enquanto ela está muito preocupada com o conteúdo para se importar em como está vestida ou se usa tamanho 40 ou 38, as mulheres de lá são belas, elegantes, sempre arrumadas e fazem de tudo para ser um peão no grande tabuleiro do mercado mundial do estilo. Apesar de não ser parte efetiva do sistema, Andy consegue o emprego e agora tem a difícil missão de trabalhar como segunda assistente (sendo a primeira, a arrogante e hilária Emily) da poderosa Miranda Priestly (Meryl Streep, em um de seus papéis mais populares e mais divertidos), uma das mulheres mais influentes da moda mundial e que simplesmente dita o que é certo e o que é errado, quem entra e quem sai e o que é bom e o que é ruim quando o assunto é tendência.
Miranda é absurdamente exigente e famosa por dar missões impossíveis para suas assistentes, tornando-se uma pessoa terrível de se lidar. Após uma fase inicial de adaptação ao novo emprego, cheia de compromissos, estresses, erros, confusões e, principalmente, humilhações, Andy acaba entrando de cabeça nesse mundo que sempre olhou com desprezo e ironia. Larga as roupas de liquidação e se afoga em Prada, Calvin Klein, Marc Jacobs, Gabbana e em tudo o que está no topo da cadeia alimentar. Aos poucos, vai se tornando uma típica garota da Runway, com a ajuda direta ou indireta dos colegas de trabalho Emily (Emily Blunt) e Nigel (Stanley Tucci). Os olhares de desprezo que recebe passam a se tornar olhares de respeito, vai se tornando cada vez mais eficiente e precisa no seu emprego, chegando bem próximo de agradar a própria Miranda e sua carreia vai subindo cada vez mais. No entanto, a cada pequeno passo adiante na sua vida profissional, Andy dá um verdadeiro salto na direção contrária com relação a sua vida pessoal. Vai se afastando de seu namorado, de sua família, de seus amigos e, principalmente de sua própria identidade pessoal (inclusive ao “trair” sua colega Emily). O que sobrou da antiga Andy dos suéteres azuis nessa nova mulher vestindo milhares de dólares? O quanto ela se afastou de seus princípios? Tudo o que ela está fazendo vale de alguma coisa?
Baseado no best seller de 2003, de autoria de Lauren Weisberger, O diabo veste Prada (The devil wears Prada, 2006) foi um fenômeno pop cinematográfico dos anos 2000. Utiliza-se de um ótimo roteiro, um ótimo elenco (todos os atores principais do filme estão muito bem) e de um humor ácido na medida certa para falar sobre o rígido cotidiano do alto escalão da moda, que dita comportamentos a serem seguidos por todos na sociedade moderna, por mais distante que seja essa conexão. Não deixa, no entanto, de tocar no complicado ponto de construção de uma identidade pessoal e na difícil relação entre sucesso profissional e pessoal, sobretudo com relação às mulheres que, cada vez mais, assumem cargos e funções mais importantes em suas empresas, alcançando a tão sonhada realização profissional que cobra o alto preço da perda de contato familiar e afetivo (personificadas na figura da própria Miranda).
Obs1: Por mais que seja um filme bacana e tal, tem a tendência de ficar muito datado num futuro bem próximo. As personagens usam tudo o que estava no auge da moda e isso é muito bonito. Mas, é tudo o que estava no auge da moda em 2006 e todo mundo sabe como esse mercado é volátil. Daqui a alguns anos, pode ser que as pessoas apontem para Anne Hathaway e digam que ela está ridícula, mais ou menos o que todo mundo faz hoje em dia quando vê qualquer filme dos anos 80. Além disso, a trilha sonora tem tudo o que havia de melhor no pop... em 2006, o que já a torna datada mesmo para os dias de hoje.
Obs2: Indicado ao Oscar de melhor atriz (Meryl Streep).
Obs1: Por mais que seja um filme bacana e tal, tem a tendência de ficar muito datado num futuro bem próximo. As personagens usam tudo o que estava no auge da moda e isso é muito bonito. Mas, é tudo o que estava no auge da moda em 2006 e todo mundo sabe como esse mercado é volátil. Daqui a alguns anos, pode ser que as pessoas apontem para Anne Hathaway e digam que ela está ridícula, mais ou menos o que todo mundo faz hoje em dia quando vê qualquer filme dos anos 80. Além disso, a trilha sonora tem tudo o que havia de melhor no pop... em 2006, o que já a torna datada mesmo para os dias de hoje.
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