Em meio ao comodismo parcial dos anos 90, década marcada por possuir, de um modo geral, uma tendência muito menor de inovação no cinema americano quando em comparação a suas três décadas anteriores, surge algo totalmente novo, moderno, agressivamente direto e estranhamente divertido: o cinema pop de Tarantino. O até então atendente de videolocadora surgiu no cenário da sétima arte para mostrar a meio mundo de críticos, oficiais ou não, que, apesar de não ser, teoricamente, um grande entendido no assunto, sabia fazer cinema como poucos.
Focando um pouco mais em Cães de aluguel, no filme temos um grupo de assaltantes, que não se conhecem, contratados por um perigoso mafioso para executar um assalto a uma joalheria e roubar uma quantia exorbitante em diamantes. Planos à parte, tudo dá errado. O que era pra ser um trabalho simples e corriqueiro acaba se tornando um banho de sangue. Esse banho de sangue ocorre, aparentemente, por eles terem sido delatados por um dos membros do grupo. Conclusão: há um traidor entre eles. Mas quem é este traidor? Esse é o questionamento básico que percorre Cães de aluguel, mas não é exatamente o melhor elemento no filme, pois tudo aqui é tão interessante e envolvente que a surpresa da revelação é só mais um ponto alto na trama. A história se desenvolve quase que totalmente num galpão onde os assaltantes deveriam se encontrar após o roubo, e neste local eles discutem, lutam, trocam tiros e ofensas de todos os tipos, tudo culminando para a memorável e irônica conclusão final. Vale lembrar que todo o filme é intercortado por flashs que remetem a momentos anteriores ao assalto em si, anteriores mesmo a eles se conhecerem, explicando como cada um dos principais acabaram sendo envolvidos na história. Num toque de mestre, Tarantino resolveu ocultar o nome real de seus personagens – cada um deveria saber o mínimo sobre os outros, isso inclui os nomes verdadeiros – criando os codinomes mais marcantes do cinema: Mr. White (interpretado pelo experiente Harvey Keitel), Mr. Pink, Mr. Brown (vivido pelo próprio Tarantino), Mr. Orange, Mr. Blue e Mr. Blonde. Cada um deles com suas características e a maioria deles muito bem explorados. Destes, vale um destaque maior para o sadismo surpreendente e desconfortável de Mr. Blonde e a figura patética, porém hilária, do Mr. Pink (Steve Buscemi, ator fantástico descoberto pelo diretor).
Nota: 10
Lucas Moura
Gran proposta. Sem dúvida, este filme é catapultada para a fama por directo reconhecido como críticos aplaudiram e até mesmo seus dias é considerado um filme de culto, no entanto nas bilheterias não foi bem assim. Dois itens que caracterizam muito é a participação de Buscemi e, claro, o diálogo banal, em que os personagens masculinos estão engajados. Great!
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