1. Bravura Indômita (True grit, 2010)
Primeiro filme totalmente de cowboys dos Irmãos Coen, Bravura indômita é a segunda adaptação para o cinema do romance homônimo, sendo a primeira de 1969 com John Wayne, que ganhou um Oscar por sua atuação. No longa, Mattie Ross (Hallee Steinfeld) é a filha de um homem morto covardemente por um de seus ajudantes, Tom Chaney (Josh Brolin) e deseja fazer justiça, por mais difícil que seja sua missão. Para isso ela contrata Rooster Cogburn(Jeff Bridges), um caçador de recompensas velho, beberrão e mal humorado. A contragosto de Cogburn, Mattie o acompanha na busca do bandido, apesar de ter apenas 14 anos; a eles se junta o LaBoeuf (Matt Damon), um patrulheiro texano que também tem bons motivos para perseguir Chaney. Não surpreendentemente, o trio vai criando afeto aos poucos e acabam se dando bem, unidos na árdua tarefa. Também não surpreendentemente, este é um filmaço. Por ser a segunda versão de um filme tão bem sucedido como foi o de 1969 e ter à frente os talentosos Coen, criou-se uma expectativa imensa e ninguém saiu decepcionado. O elenco é ótimo, o modo como é mostrada a dura realidade do velho Oeste é incrível e o desfecho (que aliás é diferente do filme de 69) é digno de aplausos.
Nota: 8,5/ 10
A cinebiografia da cantora francesa Edith Piaf acabou se tornando uma das mais populares de todo o cinema. A atriz Marion Cotillard dá vida à dona de uma das maiores vozes que a França já teve, desde o início da idade adulta, com pouco mais de quarenta anos, mas aparentando cerca de 80. A vida de Edith foi uma coleção de tragédias: órfã de mãe, foi criada no bordel da avó em meio à pobreza, sofreu de cegueira durante alguns anos da infância, até descobrir seu talento e sobreviver com as moedas que ganhava nas ruas de Paris por cantar junto com uma amiga. Descoberta pelas rádios parisienses, viu sua carreira ascender meteoricamente, ao mesmo tempo em que desgraças continuavam a surgir, entre elas a doença degenerativa que lhe tirou a vida precocemente. A atuação de Marion não merece outro adjetivo que não seja perfeita, do tipo que aparece uma vez a cada muitos anos; entrega total da atriz à personagem. Tal entrega é vista não só por ela parecer deixar de existir, deixando apenas a alma de Piaf transparecer em sua performance, como na dublagem das músicas - que normalmente faz cagada em cinebiografia, mas aqui não há descompasso algum entre os lábios de Marion e a voz de Edith. Inesquecível.
Nota: 8,5/10
3. Hotel Ruanda (Hotel Rwanda, 2004)
Ambientado na Ruanda de 1994, quando a morte do presidente deu inicio a uma guerra civil entre as duas etnias do país, hutus e tutsis, Hotel Ruanda é centrado em Paul Rusesabagina (Don Cheadle), gerente do Hotel Des Milles Collines, propriedade de uma empresa belga. A guerra deu início a um genocídio em que a maioria hutu pretendia dizimar a minoria tutsi, e Paul se vê no meio disso tudo por ter um hotel cheio de turistas estrangeiros e por ser amigo do comandante das forças de paz da ONU no país. Com a ajuda de membros corruptos do governo e com a estrutura do hotel, Paul tenta salvar o maior número possível de tutsis – incluindo ele próprio e sua família. A coragem e solidariedade de Paul fazem sua história muito parecida com a de Oscar Schindler e sua lista; e assim como o filme de Spielberg, esse também é baseado em fatos reais.
Nota: 9,0/ 10
Ambientado na Ruanda de 1994, quando a morte do presidente deu inicio a uma guerra civil entre as duas etnias do país, hutus e tutsis, Hotel Ruanda é centrado em Paul Rusesabagina (Don Cheadle), gerente do Hotel Des Milles Collines, propriedade de uma empresa belga. A guerra deu início a um genocídio em que a maioria hutu pretendia dizimar a minoria tutsi, e Paul se vê no meio disso tudo por ter um hotel cheio de turistas estrangeiros e por ser amigo do comandante das forças de paz da ONU no país. Com a ajuda de membros corruptos do governo e com a estrutura do hotel, Paul tenta salvar o maior número possível de tutsis – incluindo ele próprio e sua família. A coragem e solidariedade de Paul fazem sua história muito parecida com a de Oscar Schindler e sua lista; e assim como o filme de Spielberg, esse também é baseado em fatos reais.
Nota: 9,0/ 10
4. Cabaret (1972)
Pra um público que viu o festival de alegria que é Catando na chuva na década de 50 e a fofura bonitinha demais que é Minha linda dama nos anos 60, imagine o choque ao chegar em 72 e ver Cabaret, que sai de cenários elegantes e vai para o subúrbio da Berlim dos anos 30, onde um país arrasado pela Guerra e pela Depressão era campo fértil para a disseminação das ideias totalitaristas e racistas de Hitler. Nesse rebuliço, Brian Roberts (Michael York), jovem americano, chega em Berlim para dar aulas de inglês, e logo conhece Sally Bowles (Liza Minelli), estrela do Kit Kat Club, a casa de shows mais animada da cidade. Sally é uma dançarina que sonha em ser uma grande atriz - típico, não? Mas a história do diretor Bob Fosse consegue ser surpreendentemente original, com seus ótimos números musicais que floreiam amores incompreendidos e ambição; é como diz uma das músicas: "money makes the world go round!". Cabaret também se destaca por dividir os holofotes do Oscar de seu ano com O Poderoso Chefão, faturando os prêmios de direção, atriz, ator coadjuvante (Joey Grey, mestre de cerimônias do Kit Kat e figura essencial no filme), entre outros.
Nota: 10
5. Barry Lyndon (1975)
Depois da história futurística de Laranja mecânica (1971) Kubrick volta séculos no tempo para, na Prússia do século 18, acompanhar o jovem Redmond Barry (Ryan O'Neal), que é obrigado a fugir de sua terra natal depois de um duelo em que quase matara um oficial. Ele ingressa no exército britânico, luta na Guerra dos Sete Anos, e depois de receber a ordem de prender um golpista, une-se ao criminoso, aplicando golpes na nobreza de diversas cidades - tirando a sorte grande com uma jovem, nobre e rica viúva, Lady Lyndon (Marisa Berenson). A falta de escrúpulos de Barry fica comprovada quando ele assume o sobrenome e títulos do falecido, passando a se chamar Barry Lyndon e figurando de nascido em berço esplêndido perante a nobreza, e aparentemente conquistando a todos - exceto seu enteado, que cresce alimentando ódio mortal contra o plebeu oportunista. A história bem trabalhada de ascensão social de Barry Lyndon foi coroada por um dos melhores trabalhos de direção de Kubrick, cujo principal destaque é a iluminação: não foi usada nenhuma fonte de luz artificial. Kubrick usou câmeras antigas com lentes enormes produzidas para a NASA capazes de absorver mais luz, perfeitas para os cenários iluminados naturalmente pelo sol ou pela luz de centenas de velas; efeito belíssimo e único. Só vejo um defeito: o longo filme, de cerca de três horas, não é nenhum exemplo de velocidade.
Nota: 9,5/ 10
Luís F. Passos
Luís F. Passos
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