1. Precisamos falar sobre o Kevin (We need to talk about Kevin, 2011)
Mais uma vitória do circuito semi-alternativo americano. Um filme tenso, provocador, reflexivo e belo - beleza oculta por mágoas, mas belo. O longa baseado no best-seller homônimo é focado na figura de Eva Khatchadourian (Tilda Swinton), cuja história é montada a partir de flashbacks que datam da infância de seu filho mais velho, Kevin (Ezra Miller) até a adolescência dele; o menino doce que escondia birras e uma certa maldade que só a mãe parecia perceber, a ligação aparentemente saudável com o pai Franklin (John C. Kelly) e a paixão pelo arco e flecha, que tem papel importantíssimo na história. Desde o início vemos do que Kevin foi capaz de fazer, mas ver todo os antecedentes e o agravamento da relação entre mãe e filho é o que o filme mais tem de espetacular, realçado pelas excelentes atuações de Ezra Miller e Tilda Swinton, que deveria integrar a brilhante lista de atrizes indicadas ao Oscar ano passado - e que perdeu a indicação para Rooney Mara, de Millenium. Sem dúvida uma das melhores críticas à sociedade americana contemporânea.
Nota: 9/ 10
Nota: 9/ 10
2. Vicky Cristina Barcelona (2008)
Quando se pensa em Vicky Cristina Barcelona não há outra palavra que venha à mente senão caliente. Um dos mais queridos filmes de Woody Allen dos anos 2000 exala sensualidade através de seus quatro protagonistas. Tudo começa quando as amigas Vicky (Rebeca Hall) e Cristina (Scarlett Johansson) vão passar uma temporada na Catalunha, Vicky para terminar sua dissertação de mestrado, e Cristina para ver se encontrava algo para sua vida, já que esta não tinha rumo certo. Num certo dia elas conhecem um sedutor pintor espanhol chamado Juan Antonio (Javier Bardem) que as convida para um final de semana com muita cultura, lugares lindos, boa comida, vinhos deliciosos... e sexo. O inusitado convite é o ponto de partida para um breve contato entre Vicky e Juan Antonio e o início da relação do artista com Cristina - que será sacudido com a volta da ex mulher dele, Maria Elena (Penélope Cruz). Os cenários, o idioma, a música, a fotografia e o elenco são ingredientes que fazem deste um filme intenso, sexy e carismático, mostrando a versatilidade de Woody mesmo depois dos setenta anos, além de sua capacidade de criar grandes personagens femininas que presenteiam suas intérpretes com Oscar - Penélope Cruz foi vencedora na categoria atriz coadjuvante.
Nota: 9/ 10
Nota: 9/ 10
Em seu segundo filme, Sofia Coppola provou ao mundo que não se firmaria
em Hollywood apenas com o poderoso sobrenome, mas com o enorme talento
que é comum à família (pai, avô e primo vencedores de Oscar, só pra
resumir). Em Encontros e desencontros Sofia une a história de um
ator de meia-idade que está em Tóquio para gravar comerciais de uísque
(Bill Murray) à de uma bela jovem (Scarlett Johansson) que está na
cidade porque seu marido fotógrafo está trabalhando em um filme. Os dois
se sentem solitários e, a partir do momento em que estão numa terra tão
diferente de seu país de origem, perdidos não só na cultura e língua
japonesas como no rumo que a vida tomou - ele, vivendo um casamento de
25 anos que perdeu a força e ela casada com um workaholic que a deixa de
lado por causa do trabalho. Filme excelente (para muitos o melhor de
Sofia) que foi indicado aos Oscar de melhor filme, direção, ator e
roteiro original, este último o único faturado pela jovem e promissora
Coppola.
Nota: 9,0/ 10
4. Um sonho de liberdade (The Shawshank Remdemption, 1994)
Pequeno clássico dos anos 90, é um leve mas ótimo drama ambientado numa
prisão americana nos anos 40 e centrado no jovem banqueiro Andy
Dufresne (Tim Robbins), condenado à prisão perpétua acusado do homicídio
de sua esposa e do amante dela. Na cadeia, ele conhece Red (Morgan
Freeman), com quem constrói uma forte amizade. Andy vai se adaptando à
prisão e ganhando certa proteção do diretor e dos guardas por resolver
os problemas com contabilidade, se esquivando de valentões e conseguindo
ocasionais presentes para si e seus companheiros. Ao longo de mais de
vinte anos de história, vemos as dificuldades enfrentadas por Andy e
seus esforços para superá-las, inclusive conseguindo transformar a
biblioteca da prisão. Através de um roteiro sólido e de um ótimo
trabalho de direção, Robbins e Freeman lideram um filme coeso, forte e
carismático conto originalmente escrito por Stephen King - sim! Nem só
de terror vive o cara.
Nota: 8,0/10
Tan tan tan taaan... se você acha que aquela música que tocava no Chaves quando o professor Girafales e a dona Florinda se viam é trilha original do seriado, tá na hora de saber de onde veio. A música tema da personagem Scarlett O'Hara (Vivien Leigh) é quase tão icônica quando a heroína, uma das mais queridas figuras de todo o cinema. Scarlett é filha de um rico fazendeiro da Geórgia que vê seu mundo virar ao avesso com o início da Guerra Civil (Guerra de Secessão). A moça, que tinha dezenas de admiradores aos seus pés e era apaixonada por Ashley Wilkes vê seus fãs irem para a guerra e seu amado se casar e também ir para a luta. Ao longo de quatro horas de filme, vemos as mudanças de Scarlett: de rica à pobre, de dondoca a mulher forte; de ingênua a ser capaz de matar para proteger a si e a sua família -versatilidade mostrada graças ao enorme talento de Vivien Leigh, que fez dessa uma das maiores atuações vencedoras de Oscar. Do outro lado da história, o cafajeste Rhett Butler (Clark Gable) apaixonado por Scarlett e que tem um enorme coração por trás da cara de canalha, que luta pelo coração da jovem, teimosa e ambiciosa O'Hara. Uma dupla que o mundo vê e ama há mais de setenta anos.
Nota: 9,5/ 10
Luís F. Passos
Nota: 9,5/ 10
Luís F. Passos
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