1. Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006)
Talvez o mais querido entre os filmes semi-alternativos dos últimos anos seja esse leve e divertido melodrama familiar na forma de comédia. Uma família de seis pessoas - um avô doidão viciado em cocaína e heroína, um pai que é palestrante motivacional quase falido, uma mãe que trabalha dentro e fora do lar sem saber como resolver os problemas familiares, um tio especialista em Proust que tentou suicídio, um filho tímido e que vive em greve de silêncio e a pequena filha desengonçada e gordinha - que atravessa o país rumo à Califórnia para que a filha participe de um concurso de beleza e talento é o centro de uma história sobre fracasso, brigas e vícios que podem ser resolvidos (ou suportados) quando há uma família para se apoiar. O roteiro vencedor do Oscar é coeso e faz as mirabolantes aventuras da família parecerem totalmente possíveis e despertam a empatia de quem assiste. Difícil não se identificar com a história e não se cativar pelas personagens, seja a doce filha Olive ou o promíscuo vovô (que salvo engano, o nome nunca é dito) - que rendeu a Alan Arkin o Oscar de ator coadjuvante.
Nota: 9,5/ 10
Talvez o mais querido entre os filmes semi-alternativos dos últimos anos seja esse leve e divertido melodrama familiar na forma de comédia. Uma família de seis pessoas - um avô doidão viciado em cocaína e heroína, um pai que é palestrante motivacional quase falido, uma mãe que trabalha dentro e fora do lar sem saber como resolver os problemas familiares, um tio especialista em Proust que tentou suicídio, um filho tímido e que vive em greve de silêncio e a pequena filha desengonçada e gordinha - que atravessa o país rumo à Califórnia para que a filha participe de um concurso de beleza e talento é o centro de uma história sobre fracasso, brigas e vícios que podem ser resolvidos (ou suportados) quando há uma família para se apoiar. O roteiro vencedor do Oscar é coeso e faz as mirabolantes aventuras da família parecerem totalmente possíveis e despertam a empatia de quem assiste. Difícil não se identificar com a história e não se cativar pelas personagens, seja a doce filha Olive ou o promíscuo vovô (que salvo engano, o nome nunca é dito) - que rendeu a Alan Arkin o Oscar de ator coadjuvante.
Nota: 9,5/ 10
2. Moulin Rouge - amor em vermelho (Moulin Rouge!, 2002)
O cabaré mais famoso do mundo chegou às telonas nesse inesquecível filme do habilidoso e extravagante diretor Baz Luhrmann. Na Paris do fim do século XIX, uma geração de jovens e pobres artistas buscava deixar sua marca na cultura da época, visando uma arte que girasse em torno da beleza, da verdade, da liberdade e do amor. Entre esses artistas há o escritor Christian (Ewan McGregor), que se apaixona pela mais bela das cortesãs do Moulin Rouge, Satine (Nicole Kidman) - mas entre os dois havia os planos de transformar o cabaré num teatro, um rico e maléfico barão e a doença que era o mal do século. Moulin Rouge fascina pelo exagero, brilho, beleza, músicas (apesar de não ter nenhuma música original, usando clássicos como Diamonds are the girls best friends e Like a virgin) e tem o grande mérito de ressuscitar o decrépito gênero dos musicais, sendo o primeiro musical em mais de vinte anos indicado ao Oscar de melhor filme.
Nota: 9,5/ 10
O cabaré mais famoso do mundo chegou às telonas nesse inesquecível filme do habilidoso e extravagante diretor Baz Luhrmann. Na Paris do fim do século XIX, uma geração de jovens e pobres artistas buscava deixar sua marca na cultura da época, visando uma arte que girasse em torno da beleza, da verdade, da liberdade e do amor. Entre esses artistas há o escritor Christian (Ewan McGregor), que se apaixona pela mais bela das cortesãs do Moulin Rouge, Satine (Nicole Kidman) - mas entre os dois havia os planos de transformar o cabaré num teatro, um rico e maléfico barão e a doença que era o mal do século. Moulin Rouge fascina pelo exagero, brilho, beleza, músicas (apesar de não ter nenhuma música original, usando clássicos como Diamonds are the girls best friends e Like a virgin) e tem o grande mérito de ressuscitar o decrépito gênero dos musicais, sendo o primeiro musical em mais de vinte anos indicado ao Oscar de melhor filme.
Nota: 9,5/ 10
3. O Rei da Comédia (The king of comedy, 1983)
Robert DeNiro, em mais uma parceria com Martin Scorsese, dá vida ao psicopata Rupert Pumpkin,fã do grande humorista Jerry Langford (Jerry Lewis) e perturbado o suficiente para se achar tão engraçado quanto o ídolo. Obcecado por Jerry, Rupert dá início a um mirabolante plano para sequestrar o comediante e fazer seu próprio show na televisão. Para isso, ele conta com uma cúmplice, Masha (Sandra Bernhard), igualmente obcecada por Jerry, mas por estar apaixonada por ele. O filme então é tomada por uma forte tensão demonstrada através do sorriso confiante e meio idiota de Rupert, que parece estar prestes a explodir em fúria, e da instabilidade de Masha, que aparenta estar muito longe da realidade. Ambos são, na verdade, duas figuras solitárias em busca de atenção, no caso, de uma estrela; uma crítica de Scorsese à supervalorização das celebridades feita pela sociedade.
Nota: 8,5/ 10
Robert DeNiro, em mais uma parceria com Martin Scorsese, dá vida ao psicopata Rupert Pumpkin,fã do grande humorista Jerry Langford (Jerry Lewis) e perturbado o suficiente para se achar tão engraçado quanto o ídolo. Obcecado por Jerry, Rupert dá início a um mirabolante plano para sequestrar o comediante e fazer seu próprio show na televisão. Para isso, ele conta com uma cúmplice, Masha (Sandra Bernhard), igualmente obcecada por Jerry, mas por estar apaixonada por ele. O filme então é tomada por uma forte tensão demonstrada através do sorriso confiante e meio idiota de Rupert, que parece estar prestes a explodir em fúria, e da instabilidade de Masha, que aparenta estar muito longe da realidade. Ambos são, na verdade, duas figuras solitárias em busca de atenção, no caso, de uma estrela; uma crítica de Scorsese à supervalorização das celebridades feita pela sociedade.
Nota: 8,5/ 10
O diretor Roman Polanski apresenta uma visão do Holocausto diferente da comumente mostrada nos filmes, dos campos de concentração, e foca no gueto de Varsóvia através do pianista Władysław Szpilman (Adrien Brody), famoso músico polonês que assiste à invasão de seu país pelas tropas nazistas em setembro de 1939 e a implantação das absurdas leis contra os judeus, que culminou na implantação dos guetos. É impressionante a realidade do filme ao acompanhar a perda da dignidade de um homem na busca pela sobrevivência, e parece que os obstáculos não param de surgir. E no filme, a representação de um dos pontos altos do Holocausto: o levante do Gueto de Varsóvia, quando operários deram início a uma revolta contra os soldados que resistiu por mais de vinte dias até ser totalmente esmagada pelos alemães. A emocionante história de Polanski foi vencedora da Palma de Ouro, além dos Oscar de melhor direção, ator e roteiro adaptado.
Nota: 9,5/ 10
Nota: 9,5/ 10
5. A vida dos outros (Das Leven der Anderen, 2006)
Pense duas vezes antes de dizer que o cinema não é mais o mesmo e que já não se produzem inesquecíveis obras-primas. A vida dos outros tá aí pra provar que o cinema de alta qualidade ainda resiste. Com roteiro e direção de Florian Henckel von Donnersmarck, um desconhecido até então, o filme é ambientado nos anos 80 na Alemanha Oriental, onde a Stasi, uma das mais controladoras polícias secretas da Cortina de ferro tocava o terror numa época em que não havia o menor indício de abertura política. O capitão da Stasi Gerd Weisler (Urich Müher) recebe a missão de espionar um dramaturgo e sua esposa, que é atriz, e se instala no mesmo prédio em que o casal mora, no andar de cima, ouvindo tudo o que se passa na casa deles. O que inicialmente era apenas uma missão e encarado com escárnio se transforma numa relação unilateral de solidariedade, levando o espião a duvidar de toda sua ética e crença no partido totalitário e questionar um estilo de vida sem liberdade e sem direito à individualidade. Em poucas palavras: um filme excepcional. Infinitos elogios ao roteiro, à direção e à atuação de Mührer, que era um experiente ator de teatro na Alemanha (inclusive fora espionado durante a Guerra Fria) e que infelizmente faleceu um ano após o lançamento do filme.
Nota: 10
Luís F. Passos
Pense duas vezes antes de dizer que o cinema não é mais o mesmo e que já não se produzem inesquecíveis obras-primas. A vida dos outros tá aí pra provar que o cinema de alta qualidade ainda resiste. Com roteiro e direção de Florian Henckel von Donnersmarck, um desconhecido até então, o filme é ambientado nos anos 80 na Alemanha Oriental, onde a Stasi, uma das mais controladoras polícias secretas da Cortina de ferro tocava o terror numa época em que não havia o menor indício de abertura política. O capitão da Stasi Gerd Weisler (Urich Müher) recebe a missão de espionar um dramaturgo e sua esposa, que é atriz, e se instala no mesmo prédio em que o casal mora, no andar de cima, ouvindo tudo o que se passa na casa deles. O que inicialmente era apenas uma missão e encarado com escárnio se transforma numa relação unilateral de solidariedade, levando o espião a duvidar de toda sua ética e crença no partido totalitário e questionar um estilo de vida sem liberdade e sem direito à individualidade. Em poucas palavras: um filme excepcional. Infinitos elogios ao roteiro, à direção e à atuação de Mührer, que era um experiente ator de teatro na Alemanha (inclusive fora espionado durante a Guerra Fria) e que infelizmente faleceu um ano após o lançamento do filme.
Luís F. Passos
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