Pequeno clássico dos anos 90, é um leve mas ótimo drama ambientado numa prisão americana nos anos 40 e centrado no jovem banqueiro Andy Dufresne (Tim Robbins), condenado à prisão perpétua acusado do homicídio de sua esposa e do amante dela. Na cadeia, ele conhece Red (Morgan Freeman), com quem constrói uma forte amizade. Andy vai se adaptando à prisão e ganhando certa proteção do diretor e dos guardas por resolver os problemas com contabilidade, se esquivando de valentões e conseguindo ocasionais presentes para si e seus companheiros. Ao longo de mais de vinte anos de história, vemos as dificuldades enfrentadas por Andy e seus esforços para superá-las, inclusive conseguindo transformar a biblioteca da prisão. Através de um roteiro sólido e de um ótimo trabalho de direção, Robbins e Freeman lideram um filme coeso, forte e carismático conto originalmente escrito por Stephen King - sim! Nem só de terror vive o cara.
Nota: 8,0/10
Baseado no best-seller homônimo de Arthur Golden, o filme é extremamente fiel ao livro - e ótimo para ilustrar a beleza do Japão pré-Segunda Guerra, militarista, desenvolvimentista e onde as gueixas tinham importante papel na sociedade (ou a margem dela). Chiyo é uma garota pobre, filha de pescador, que perde a mãe e é vendida para uma casa de gueixas em Kyoto. Lá ela recebe a missão de aprender tudo para se tornar uma gueixa, como escrita, dança, música e etiqueta, e conhece aquela que se tornaria sua maior rival: Hatsumomo, uma linda e famosa gueixa que vê na pequena e desajeitada Chiyo um futuro problema. Mas fora dos problemas dentro da casa, Chiyo conhece um homem elegante e gentil, por quem se apaixona - e cujo destino voltaria a se unir ao dela. Nenhuma obra-prima, mas certamente um agradável e interessante filme sobre amor e a cultura oriental.
Nota: 7,0/ 10
Ah, a Nova Hollywood. Uma geração brilhante, promissora, ousada, revolucionária, que salvou a indústria do cinema americano... mas que não demorou muito mais que uma década. E o início do fim foi na premiação do Oscar de 1979/1980, em que o épico e gigantesco Apocalypse Now de Francis Ford Coppola e todo seu horror da Guerra do Vietnã foram derrotados para o drama familiar de Kramer vs Kramer. Estrelado por Dustin Hoffman e Meryl Streep, premiados respectivamente com Oscar de melhor ator e atriz coadjuvante, o filme acompanha o súbito fim do casamento de Ted Kramer (Hoffman) e sua esposa Joanna (Streep), motivado pela dedicação dele ao trabalho e não à família. Joanna se vai e deixa Ted com o pequeno filho Billy, e o executivo precisa se desdobrar em pai e mãe, sendo que ele mal fazia o primeiro papel como deveria. E quando Ted se acostuma à nova rotina... Joanna volta para brigar pela guarda do filho. O resultado? Uma batalha judicial que comoveu os Estados Unidos e derrotou um dos melhores filmes já feitos. Mas como a gente sabe que qualidade não é o único aspecto analisado pela Academia... a gente deixa pra lá e aproveita essa beleza de filme.
Nota: 8,5/ 10
Fúria. Loucura. Paixão. Elementos novelescos e claro, onipresentes da obra de Pedro Almodóvar. Este filme de 2011 ganhou imensa popularidade por trazer esses três elementos com mais intensidade que o normal a ponto de chocar o espectador; muitos o classificam como terror (inclusive o próprio diretor), mas eu prefiro chamar de horror. A diferença? A intenção aqui não é apavorar o espectador, e sim impressionar, e muito. Antônio Banderas interpreta um cirurgião plástico muito competente, um cientista inovador cujo único, mas grande defeito é o desprezo à ética. Um de seus mais promissores e polêmicos trabalhos é o desenvolvimento de uma pele artificial cuja aparência é a da pele humana, mas é mais resistente. E para cobaia, ele usa alguém que fez coisas que o atingiram fortemente naquilo que ele considerava mais precioso. O que? Assista para descobrir. Garanto que é um prazer imenso descobrir os segredos que Almodóvar tem a revelar pouco a pouco e que deixou boquiabertas plateias de todo o mundo.
Nota: 9,0/ 10
Na entrega do Oscar de melhor atriz ano passado, Colin Firth arrancou muitas risadas dizendo para Meryl Streep: "Meryl... Mamma Mia! Estávamos na Grécia, cantávamos, eu era gay e éramos felizes". Esse trecho da fala de Firth remete ao musical que só usou músicas da banda sueca Abba, sucesso anos anos 70 e 80 com melodias grudentas e uma impressionante harmonia entre as vozes de suas vocalistas. No filme Meryl Streep vive Donna, americana que mora numa pequena ilha grega onde mantém um velho hotel, do qual toma conta praticamente sozinha. Donna está organizando o casamento de sua única filha, Sophie (Amanda Seyfried), cujo sonho é conhecer o pai, de quem a mãe nunca falou. Investigando antigos diários de Donna, Sophie chega a três prováveis candidatos: Sam (Pierce Brosnam), Harry (Firth) e Bill (Stellan Skarsgard). Qual dos três é o verdadeiro pai de Sophie? E o reencontro de Donna com seus ex-namorados pode trazer a tona algum amor do passado? Assista, descubra, e reze para esquecer as várias músicas que grudarão em sua cabeça.
Nota: 8,0/ 10
Luís F. Passos
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