sábado, 4 de maio de 2013

Sabrina - apaixonados por Audrey

Quando assisti a Bonequinha de luxo (1961) e a A princesa e o plebeu (1953) tive certeza absoluta de que não houve atriz de beleza, elegância e carisma como Audrey Hepburn. Quando em cena, é impossível tirar os olhos dela e sua presença é capaz de tornar todo (ou quase todo) filme amável.
Sua estréia foi estrondosa com o sucesso de A princesa e o plebeu, que até lhe rendeu o Oscar. Apesar de já mostrar grande talento e empatia, não acredito que este seja o melhor papel de Audrey e até considero sua vitória não muito merecida. Ao analisar Bonequinha de luxo, que é quase uma década mais novo que A princesa e o plebeu, pode-se perceber claramente que a atriz passou por uma evolução artística interessante, adicionando camadas a sua caracterização da personagem. Estes dois filmes são os principais longas da atriz, que, junto a Sabrina (1954), formam uma tríade perfeita de comédias românticas clássicas.
Em Sabrina, Audrey vive a inocente filha do chofer dos Larrabee, rica família de industriais do plástico que, após um período de dois anos em Paris onde estudou num curso de culinária, volta para casa totalmente diferente. De menina arredia, tornou-se uma mulher de presença, imponência e elegância capazes de chamar a atenção de qualquer homem. Mas precisamente de dois homens: David e Linus Larrabee. David (William Holden) é o irmão mais novo e boa vida. Típico cafajeste, dedica toda sua ociosidade para dedicar mulheres, as quais são facilmente atraídas por ele. Uma deles é justamente Sabrina, que tem em David sua paixão de infância e que agora pode finalmente chamar sua atenção, após anos passando despercebida. Linus (Humphrey Bogart), o irmão mais velho e grande nome a frente do futuro das empresas Larrabee tem, inicialmente, uma função muito clara: impedir que David e Sabrina fiquem juntos, evitando assim o término do casamento arranjado entre seu irmão e uma rica herdeira de um império de cana-de-açúcar, pondo, assim, fim a uma fusão milionária entre duas grandes multinacionais. Acho que não preciso dizer o que acontece a seguir, mas para ficar bem claro, o próprio Linus acaba se encantando pela presença de Sabrina e deve decidir se vai seguir seus sentimentos ou continuar fixado aos números e gráficos de seu escritório. A questão é: com quem Sabrina deve ficar?  
Nada demais, né? Mas mesmo assim, de um charme particular que o torna um filme muito agradável. As presenças marcantes de Audrey, Bogart, e Holden, por si só, já são a chave do sucesso para qualquer produção do cinema clássico, tendo em vista que os três se tratam de alguns dos mais populares e elogiados atores de sua época e, no momento em que Sabrina foi feito, já tinham até vencido o Oscar nas categorias de atuação protagonista. Bogart e Holden, os quais eu não tinha montado uma imagem mais humorística, são muito divertidos em cena. Muito diferentes dos papéis sérios que os imortalizaram em filmes como Casablanca (no caso de Bogart) e Crepúsculo dos deuses (no caso de Holden.). William Holden como o caricato David, principalmente, mostra um talento para o humor que eu definitivamente jamais poderia imaginar vindo dele.
Roteiro e direção são assinados pelo mestre Billy Wilder que cria piadas simples, mas suficientemente divertidas e bem colocadas, gerando alguns momentos impagáveis, bons diálogos e ainda imprime um ritmo que torna tudo uma grande diversão a ser acompanhada.


Nota: 8/10

Leia também:
A princesa e o plebeu
Bonequinha de luxo
O pecado mora ao lado


Lucas Moura

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