Mesmo se nada der certo (Begin again, 2013) é uma
espécie de Apenas uma vez (Once, 2006) mais recente. Se formos
analisar a proposta dos dois e a forma como ambos se desenvolvem, dá até para
perceber vários pontos de grande similaridade. Deixando de lado o fato de que Apenas uma vez é, inquestionavelmente,
melhor, mais interessante, mais envolvente, mais emocionante e mais simples, Mesmo se nada der certo consegue
manter-se bem com sua proposta, seu elenco estelar e seu inegável charme.
No filme, temos a união inesperada
entre Dan (Mark Ruffalo), um produtor musical cuja carreira se encontra
estagnada após anos de abusos, crises emocionais, problemas familiares e más
escolhas profissionais e Gretta (Keira Knightley), uma jovem britânica pouco
ambiciosa, porém muito talentosa, que viaja à Nova Iorque acompanhando seu
namorado Dave (Adam Levine), que, literalmente de uma hora pra outra, acaba de
se tornar uma grande estrela pop em ascensão após o sucesso de uma participação
de uma de suas músicas em um filme aparentemente bem popular. O fato é que,
como se poderia esperar, a relação dos dois, apesar de longa e aparentemente
forte, não consegue suportar as mudanças na vida de Dave, que por fim acabam
criando um abismo entre eles. Dan e Gretta. Dois derrotados engolidos por Nova
Iorque que, numa noite de completa frustração para ambos, acabam se conhecendo
por coincidência e a partir deste momento passam a seguir um caminho juntos, ela
como cantora e ele como seu produtor musical, cujo objetivo comum é a produção
de um demo com os trabalhos de Gretta para tentar que a mesma consiga um
contrato com a antiga gravadora de Dan e que ele consiga de volta seu emprego.
As coisas não são fáceis e, dotados apenas de muito companheirismo e força de
vontade, os dois conseguem montar um grupo muito pouco usual de músicos
desconhecidos para gravar o demo fora de estúdio, usando as ruas e a vida de
Nova Iorque como pano de fundo para a produção.
Mesmo se nada der certo é o tipo filme
que faz as pessoas se sentirem bem. É bastante otimista, muito carismático e
possui um roteiro satisfatório, apesar de passar longe de ser algo inovador. É
um filme bastante empático, dotado de uma trilha sonora agradável e que
celebra, acima de todas as coisas, o companheirismo, a amizade e o amor à
música. Não faz a vez de drama romântico, não é manipulativo e muito menos
pretensioso. É apenas um filme sobre um grupo de pessoas desajustadas que
decidem dar a volta por cima através daquilo que mais amam: a música.
Nota: 7.5/10
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