sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Filmes pro final de semana - 16/09

1. Amor (Amour, 2012)
Vencedor da Palma de Ouro em 2012 e candidato ao Oscar em diversas categorias principais, Amor chamou mais ainda os holofotes para o cinema francês. Dirigido pelo austríaco Michael Haneke, conhecido pela sobriedade e simplicidade de seus filmes, Amor aborda o mais universal dos temas a partir de um casal de idosos, dois professores de música aposentados, em um amplo e confortável apartamento em Paris - praticamente o único cenário do filme. Quando Anne (Emanuelle Riva) sofre um derrame, em um momento chocante em que fica paralisada, seu companheiro de décadas Georges (Jean-Louis Trintignant) passa a tomar conta dela, num esforço enorme para alguém de sua idade. Anne vai aos poucos definhando, substituindo a outrora expressão viva e alegre por uma máscara mortuária, e ao mesmo tempo o longa se torna tenso a partir dos cuidados obstinados de Georges e sua preocupação com o futuro.
Nota: 10
2. Na Estrada (On the Road, 2012)
Baseado em um dos livros mais inspiradores do século XX, Na estrada acompanha o aspirante a escritor Sal Paradise (Sam Riley) e a sua vida depois de conhecer o vibrante e meio doido Dean Moriarty (Garett Hedlund), um poço de energia e carisma que se torna seu melhor amigo. Juntos e ao lado de outros amigos que compartilham a vontade de experimentar e conhecer o mundo, os dois vão e voltam pelas estradas americanas, muitas vezes de uma costa a outra, presenciando (e contribuindo com) o nascimento na contra cultura no fim da década de 40. Destaque para a presença de Kristen Stewart, que faz Marylou, a namorada de Dean, e que mesmo fumando maconha ou no meio de cenas de sexo continua com a cara de lerda; e Kirsten Dunst, que interpreta a esposa que Dean mantém em algum canto e como sempre é puro talento. Talvez por ser originado de um livro tão especial para quem o leu, dificilmente Na estrada será chamado de perfeito, mas eu reconheço sua alta qualidade.
Nota: 9,0/ 10
3. 127 horas (127 hours, 2010)
Um dos maiores destaques entre os grandes filmes do Oscar 2010/ 2011 foi o longa estrelado por James Franco e baseado na história real do alpinista Aron Ralston, que sofreu um acidente e ficou preso por uma pedra por mais de cinco dias numa fenda no Grand Canyon, tendo como companhia apenas uma câmera com a qual gravou pequenos depoimentos de seu infortúnio, um pequeno cantil com cada vez menos água e uma faca quase cega, com a qual seria quase impossível fazer o ato desesperado que poderia tirá-lo dali: cortar o próprio braço. Ao longo de noventa minutos de filme, vemos o ótimo trabalho de James Franco, que leva praticamente sozinho a história e transmite todos os sentimentos de Aron, principalmente o medo de morrer num buraco no meio do deserto. Excelente atuação que rendeu ao ator tudo que foi indicação, ao Oscar, Globo de Ouro, SAG, etc... mas tinha um Colin Firth em O discurso do rei no meio do caminho.
Nota: 9,0/ 10
4. Reencontrando a felicidade (Rabbit Hole, 2010)
Só quem já perdeu alguém próximo, seja parente, amigo ou outro ente querido sabe a dor que a morte pode causar. E essa dor tem fim? É essa a pergunta que Reencontrando a felicidade levanta a partir de um casal, Becca (Nicole Kidman) e Howie (Aaron Eckhart), que perdeu o pequeno filho num acidente de carro. Enquanto Howie tenta tocar a vida pra frente com o apoio de grupos e da fé, Becca parece rejeitar qualquer tipo de ajuda, ansiando apenas ficar sozinha com sua dor - a não ser pena estranha amizade que inicia com Jason, o garoto que dirigia o carro que atropelou seu filho. E ainda há a mãe de Becca, Nat (Dianne Wiest), que tenta ajudar a filha, já que também perdera um filho, apesar da relutância dela. E talvez, a dor nunca acabe, mas se torne possível de conviver. Ótimo filme, com maturidade e sensibilidade na medida certa, além de marcar a volta dos grandes trabalhos de Nicole Kidman.
Nota: 8,5/ 10
5. Memórias de uma Gueixa (Memoirs of a Gueisha, 2005)
Baseado no best-seller homônimo de Arthur Golden, o filme é extremamente fiel ao livro - e ótimo para ilustrar a beleza do Japão pré-Segunda Guerra, militarista, desenvolvimentista e onde as gueixas tinham importante papel na sociedade (ou a margem dela). Chiyo é uma garota pobre, filha de pescador, que perde a mãe e é vendida para uma casa de gueixas em Kyoto. Lá ela recebe a missão de aprender tudo para se tornar uma gueixa, como escrita, dança, música e etiqueta, e conhece aquela que se tornaria sua maior rival: Hatsumomo, uma linda e famosa gueixa que vê na pequena e desajeitada Chiyo um futuro problema. Mas fora dos problemas dentro da casa, Chiyo conhece um homem elegante e gentil, por quem se apaixona - e cujo destino voltaria a se unir ao dela. Nenhuma obra-prima, mas certamente um agradável e interessante filme sobre amor e a cultura oriental.
Nota: 7,0/ 10
Luís F. Passos

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