Uma vida conjugal pode ser tudo,
menos fácil. Apenas uma noite (Last night, 2010) – como o nome já deixa bem
claro – se desenvolve basicamente em torno de uma noite que pode mudar
completamente a dinâmica de um casamento de quatro anos entre um jovem casal
vivendo na cidade de Nova York. Dentro destas poucas horas e separados por quilômetros
de distância, Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington) vão colocar
à prova o amor que sentem um pelo outro, valores próprios de lealdade e
companheirismo e os pilares que sustentam seu relacionamento quando se
encontram – justamente em um momento de leve fragilidade conjugal – envolvidos
por tentações fora do matrimônio. Ele, em meio aos encantos de uma atraente
companheira de trabalho (Eva Mendes), juntos numa viagem a trabalho. Ela, no
surpreendente reencontro com um antigo namorado (Guillaume Canet) que reacende
um honesto sentimento.
O filme passeia, então, ao longo de
lentos (mas não tediosos) 90 minutos em torno dos sentimentos destas quatro
personagens e nos delicados laços que as une. A temática central, dentro do
grande espectro de ser um filme de romance sobre o funcionamento de um
casamento em si, é mesmo a fidelidade e questões diversas envolvidas no peso
que se dá a mesma dentro de um casamento. Sem fazer julgamentos morais, este é
um filme mais observador que não propõe nenhuma resposta definitiva, apenas se
desenrola em torno das ações de cada personagem.
Lotado de toques de leveza e
diálogos corriqueiros, é difícil também não se sentir em nenhum momento próximo
ao drama das personagens, especialmente em relação à Joanna, cuja personalidade
é a melhor trabalhada na trama e que mantém (de longe) o eixo mais interessante
da mesma. Sem que se levante qualquer julgamento, e a depender de quem assiste,
o filme é capaz de evocar bastante empatia, identificação e até algumas doses
de nostalgia. Não necessariamente dos fatos em si, mas dos sentimentos
envolvidos. Seria muito interessante, e acredito que tornaria o filme melhor,
se o eixo de Michael fosse bem trabalhado também. Este lado da trama beira o
desinteressante e não tem nem metade do aspecto sentimental da outra e acaba
enfraquecendo o filme como um todo. Parte disso eu acredito que se deve à
interpretação apática de Sam Worthington.
Nota: 7/10
Leia também:
Lucas Moura
Nenhum comentário:
Postar um comentário