domingo, 2 de outubro de 2016

Apenas uma noite - fidelidade

Uma vida conjugal pode ser tudo, menos fácil. Apenas uma noite (Last night, 2010) – como o nome já deixa bem claro – se desenvolve basicamente em torno de uma noite que pode mudar completamente a dinâmica de um casamento de quatro anos entre um jovem casal vivendo na cidade de Nova York. Dentro destas poucas horas e separados por quilômetros de distância, Joanna (Keira Knightley) e Michael (Sam Worthington) vão colocar à prova o amor que sentem um pelo outro, valores próprios de lealdade e companheirismo e os pilares que sustentam seu relacionamento quando se encontram – justamente em um momento de leve fragilidade conjugal – envolvidos por tentações fora do matrimônio. Ele, em meio aos encantos de uma atraente companheira de trabalho (Eva Mendes), juntos numa viagem a trabalho. Ela, no surpreendente reencontro com um antigo namorado (Guillaume Canet) que reacende um honesto sentimento.


O filme passeia, então, ao longo de lentos (mas não tediosos) 90 minutos em torno dos sentimentos destas quatro personagens e nos delicados laços que as une. A temática central, dentro do grande espectro de ser um filme de romance sobre o funcionamento de um casamento em si, é mesmo a fidelidade e questões diversas envolvidas no peso que se dá a mesma dentro de um casamento. Sem fazer julgamentos morais, este é um filme mais observador que não propõe nenhuma resposta definitiva, apenas se desenrola em torno das ações de cada personagem.

Lotado de toques de leveza e diálogos corriqueiros, é difícil também não se sentir em nenhum momento próximo ao drama das personagens, especialmente em relação à Joanna, cuja personalidade é a melhor trabalhada na trama e que mantém (de longe) o eixo mais interessante da mesma. Sem que se levante qualquer julgamento, e a depender de quem assiste, o filme é capaz de evocar bastante empatia, identificação e até algumas doses de nostalgia. Não necessariamente dos fatos em si, mas dos sentimentos envolvidos. Seria muito interessante, e acredito que tornaria o filme melhor, se o eixo de Michael fosse bem trabalhado também. Este lado da trama beira o desinteressante e não tem nem metade do aspecto sentimental da outra e acaba enfraquecendo o filme como um todo. Parte disso eu acredito que se deve à interpretação apática de Sam Worthington.

Nota: 7/10

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Lucas Moura

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