Vamos começar com algo bem leve, bonito. Inspirado no curta-metragem Eu não quero voltar sozinho (2010),
do mesmo diretor, o filme é centrado em Leonardo, jovem cego que convive
com o bullying e a distância dos colegas de classe, contando com a
amizade de apenas uma delas, Giovana. A chegada de um novo aluno,
Gabriel, é o ponto de partida pra um processo de mudança, em que
Leonardo toma consciência de sua sexualidade e passa a desejar a
superação de barreiras que lhe são impostas devido a sua deficiência
visual. O resultado é um filme muito bacana e sensível, reconhecido até
no Festival de Berlim.
Nota: 8,0/ 10
2. Tudo pelo poder (The Ides of March, 2011)
Sou muito fã deste que é o quarto filme dirigido por George Clooney. Ambientado no famigerado e complexo sistema político estadunidense, Tudo pelo poder acompanha a pré-candidatura do governador Mike Morris à presidência dos Estados Unidos, mais exatamente os bastidores da campanha, onde trabalham o coordenador Paul Zara (Philip Seymour-Hoffman) e seu subordinado, o idealista diretor de comunicação Stephen Myers (Ryan Gosling). Stephen acredita na retidão de seu candidato, mas vai descobrir que não há espaço para inocência no cenário político. Às vésperas das primárias de Iowa, primeiro e mais importante passo da corrida presidencial, descobertas feitas por Stephen provocarão reviravoltas na equipe de campanha e nele mesmo - afinal, o jogo não é para amadores.
Nota: 9,5/ 10
3. Histórias cruzadas (The Help, 2011)
Um dos mais queridos filmes da corrida ao Oscar de seu ano, Histórias Cruzadas traz o a questão racial na época da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos nos anos 60. Aibileen (Viola Davis) é a empregada da família de Elizabeth Leefolt, que teve depressão pós-parto e por isso deixou a criação da filha a cargo da empregada. Além do serviço pesado e da discriminação racial, Aibileen sofre a dor da perda de um filho que faleceu num acidente de trabalho. Sua melhor amiga é Minny (Octavia Spencer), empregada da família Holbrook, que tem como patroas uma senhora gentil e sua filha mimada e racista. Paralelo a elas, retorna à cidade a jovem Skeeter Phelan (Emma Stone), recém saída da faculdade e idealista, que ao perceber o drama das empregadas negras na cidade e motivada por uma ideia absurda de Hilly Holbrook decide escrever um livro com histórias contadas pelas empregadas. Skeeter se torna amiga de Aibileen e Minny, que serão suas maiores parceiras no desafio de reunir as outras domésticas negras da cidade. A bela história de luta (sim, por mais que não seja tão profunda) é contada de maneira leve, tem seus ótimos momentos de humor e também um lado mais emotivo. O grande mérito do filme está no elenco, liderado pela excepcional Viola Davis (indicada ao Oscar de melhor atriz) e pela igualmente talentosa Octavia Spencer (vencedora do Oscar de atriz coadjuvante).
Nota: 8,5/ 10
4. Um divã para dois (Hope Springs, 2012)
A atriz mais amada dos Estados Unidos num filme feito para as senhoras que já passaram da meia-idade. Meryl Streep é Kay, dona de casa que depois de trinta anos de casamento com Arnold (Tommy Lee Jones) se vê preocupada por seu casamento estar numa permanente e fatal zona de conforto. Os filhos já estão criados e já saíram de casa, Arnold ainda trabalha como contador e ela cuida da casa. Dormem em quartos separados e há algum tempo já não sabem o que é o contato mais íntimo. Insatisfeita com a situação, ela junta as economias para pagar uma viagem ao Maine, onde se consultarão com um terapeuta. Esta agradável comédia romântica da melhor idade tem em Meryl Streep seu maior trunfo: nenhuma outra atriz seria tão perfeita para o papel já que além do talento que não é novidade, Meryl já interpretou outras mulheres com problemas conjugais em filmes muito populares, como As pontes de Madison.
Nota: 7,5/ 10
5. Rebecca, a mulher inesquecível (Rebecca, 1940)
Sim, essa é uma das mais ridículas adaptações de filmes estrangeiros. De um simples Rebecca,o clássico de Htichcock ganha um título de filme pornô. Mas vamos à história: Joan Fontaine dá vida a uma jovem que conhece o viúvo e milionário Maximillian de Winter (Laurence Olivier) e depois de um namoro breve, casa-se com ele. O conto de fadas começa a mudar quando eles vão morar juntos em Manderley, a imponente mansão à beira mar do ricaço. A governanta, sra Denvers, não demonstra nenhuma simpatia pela patroa, além de exibir a adoração pela falecida dona da casa, Rebecca. As visitas constantes do primo de Rebecca, Jack, também incomodam a jovem recém casada. A pressão dentro da casa e alguns fatos estranhos tornam o ambiente cada vez mais tenso, e a presença de Rebecca passa a assombrar a personagem de Fontaine - fenômeno paranormal, paranoia ou conspiração de inimigos? É o que Hitchcock revela aos poucos, neste seu inesquecível primeiro filme realizado nos Estados Unidos - e ÚNICO a ganhar Oscar de melhor filme. Como não era produtor, não teve seu nome na estatueta. Infelizmente, o Oscar que Hithcock ganhou foi honorário, no fim de sua carreira.
Nota: 9,5/ 10
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