1. Django livre (Django Unchained, 2012)
Aula básica de anatomia humana segundo Quentin Tarantino: o corpo é formado de pele e sangue. É impressionante - mas não tanto quando se fala de Tarantino - como o filme é cheio de bang bang e dá um banho de sangue na tela. Mas muito mais que tiroteio, Django tem uma história sólida, com as devidas doses de emoção, comédia e a questão racial nos Estados Unidos. A partir do encontro do escravo Django (Jamie Foxx) com o incomum dentista que na verdade é um caçador de recompensas dr Schultz (Cristoph Waltz) nasce uma parceria capaz de sacudir o velho oeste. Schultz liberta Django e o faz seu sócio, capturando procurados da justiça e acumulando recompensas. O grande desafio da dupla será a libertação da esposa de Django, em posse do arrogante fazendeiro Calvin Caldie (Leonardo DiCaprio), uma missão que exige muito mais de paciência e estratégia do que boa pontaria. Mas como é um filme de Tarantino, a boa pontaria nunca pode ser deixada de lado.
Obs: Django. O D é mudo.
Nota: 9,5/ 10
2. Lincoln (2012)
Lincoln conta a história de um dos maiores presidentes dos Estados Unidos em um momento crucial de seu governo, o iminente fim da Guerra Civil americana e a necessidade de se pensar em como consolidar a abolição da escravatura que causara a guerra. O jeito era outorgar uma emenda à Constituição, a 13ª, tarefa difícil em meio ao difícil terreno que era a Câmara dos representantes. O presidente Lincoln (Daniel Day-Lewis) precisa de aliados fortes como o presidente do partido republicano e o experiente deputado Stevens (Tommy Lee-Jones) para conquistar os votos necessários, além de assessores para comprar os votos não negociados. E mais do que a complicada cena política, Lincoln também precisa lidar com os problemas familiares, com sua esposa Mary Todd-Lincoln (Sally Field) e a distância de seu filho Robert (Joseph Gordon-Levitt). De roteiro sólido e ótima direção, o filme se eleva muito com a espetacular atuação de Daniel Day-Lewis, que lhe rendeu seu terceiro Oscar de melhor ator.
Nota: 9,0/ 10
3. O lado bom da vida (Silver Linings Playbook, 2012)
Uma graça de comédia romântica, este é um filme que faz bem a gente ver. "Mas Luís, tem melhores". Claro que tem melhores, mas nem só de Kubrick vive o homem e a gente precisa de um filme leve pra relaxar. Vamos à história: Pat (Bradley Cooper) é um professor que ficou desempregado depois de surtar no emprego e tentar agredir a esposa que o estava deixando. De volta pra casa depois de uma temporada internado numa clínica psiquiátrica, Pat conhece a complicada Tiffany (jenniffer Lawrence), uma jovem viúva que luta consigo mesma todos os dias pra pôr sua vida nos trilhos. O filme mostra a tentativa de Tiffany de se aproximar de Pat e o esforços dos pais dele (Jacki Weaver e Robert de Niro) em por um pouco de juízo na cabeça do filho. Divertido e emocionante, rendeu o primeiro (e convenhamos, controverso) Oscar de Jennifer Lawrence.
Nota: 8,0/ 10
4. Os Miseráveis (Les Misérables, 2012)
Talvez o mais aguardado filme de 2012 pelo povão, a nova adaptação da obra imortal de Victor Hugo veio mais uma vez na forma de musical. Dirigido por Tom Hooper (do agradável e insosso O discurso do Rei), o filme é ambientado na França pós-Napoleão, onde o pobre Jean Valjean (Hugh Jackman) é posto em liberdade depois de 19 anos preso e fazendo trabalhos forçados. Passado um tempo, graças à ajuda de um religioso, Valjean ressurge com outro nome e como um rico empresário, prefeito de uma pequena cidade, onde conhece a pobre Fantine (Anne Hathaway), uma operária que após perder o emprego torna-se prostituta para sustentar sua filhinha Cosette. Após sofrer o pão que o diabo amassou, Fantine morre e Valjean promete tomar conta de Cosette, mas sua vida é complicada pela perseguição do inspetor Javert (Russel Crowe), que o reconhece como ex detento e lhe perseguirá por todo o filme. Muito bem feito tecnicamente e com elenco de peso, o filme tem como mérito a presença de Hugh Jackman por todo o filme e a breve mas não menos importante participação de Anne Hathaway, responsável pela cena mais emocionante do longa, cantando I dreamed a dream. Mas aguentar mais de três horas de um musical que não é tão bem amarrado e chega a ser chato em alguns momentos não é fácil. Adaptar para o cinema uma das mais importantes obras literárias da humanidade, que retrata como poucas a difícil realidade da população mais pobre, é tarefa árdua que deveria ser encarada por um diretor melhor. Pronto, falei.
Nota: 8,5/ 10
5. Valente (Brave, 2012)
O décimo terceiro filme da Pixar é o primeiro a ter uma protagonista feminina. A princesa Merida, filha do rei Fergus e da rainha Elinor, é uma habilidosa arqueira que pretende traçar seu próprio destino, diferente de todas as outras princesas. Ela não pretende casar e viver num castelo, mas passar a vida atrás de aventuras. O principal obstáculo: sua mãe. E é por isso que Merida recorre a uma bruxa, mas a ajuda vem na forma de maldição. É justamente aí que Merida vai ter que demonstrar coragem como nunca, para desfazer a maldição enquanto é tempo. O filme é ótimo, muito engraçado e é impossível não se envolver com a história da jovem princesa de cabelos rebeldes e espírito indomável - detalhe pro cabelo ruivo que parece estar pegando fogo e traduz perfeitamente a rebeldia da princesa.
Nota: 8,0/ 10
Luís F. Passos
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