sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Filmes pro final de semana - 19/08 - Especial olimpíadas

1. Kill Bill - vol. 1 (2003) ESGRIMA/ KARATÊ
Poucos filmes me surpreenderam tanto quanto Kill Bill, especialmente o vol. 1. A primeira parte da sangrenta vingança da Noiva (cujo nome só é revelado no vol. 2) mostra uma parte dos eventos que a deixaram em coma, seu despertar quatro anos mais tarde e seu plano de cobrar a dívida daqueles que quase a mataram: seus colegas matadores profissionais, o Esquadrão Assassino de Víboras Mortais. Antes de sair em busca deles, a Noiva (Uma Thurman) vai à cidade japonesa de Okinawa buscando de uma lenda viva uma espada de samurai, depois parte para o primeiro grande desafio, que é enfrentar a ex-parceira que se tornara rainha do crime de Tóquio, O-Ren Ishii (Lucy Liu). A história não é lá muito profunda, mas o roteiro, como todos de Tarantino, é bem feito e o filme é muito estilizado, repleto de referências que vão desde o brilhante Bernard Herrman (compositor de inesquecíveis trilhas sonoras como as de Psicose e Taxi driver) ao western spaghetti italiano e filmes japoneses de samurai. Além disso, reforça-se aqui a ideia de que para Tarantino o corpo humano é dividido em pele e sangue. Por que? Assista e descubra.
Nota: 9,0/ 10
2. Forrest Gump - O contador de histórias (Forrest Gump, 1994) ATLETISMO/ MARATONA
Eu definitivamente não sou fã de Forrest Gump, mas não posso discordar de que é uma interessante e bem feita história. Tudo começa num ponto de ônibus, onde um homem se senta... e claro, conta histórias. Mais exatamente as histórias de sua vida. Forrest Gump (Tom Hanks) é um simpático débil mental com QI de 75 e uma habilidade inacreditável para jogar pingue-pongue e correr (Run, Forrest, run!!). Forrest consegue a proeza de participar de alguns dos maiores acontecimentos do mundo entre as décadas de 50 e 80, como a Guerra do Vietnã e o Festival de Woodstock e conheceu figuras como John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon. A vida de Forrest também é marcada por uma amizade/ paixonite de infância, Jenny, que não convence muito a quem assiste. Lembrando que Tom Hanks saiu vencedor do Oscar de melhor ator, seu segundo, e o filme ainda venceu melhor filme, roteiro adaptado, diretor, efeitos especiais e edição. De novo: venceu melhor filme e diretor. Derrotou quem? Pulp fiction e Tarantino. Mais um motivo pra eu não gostar dele.
Nota: 7,0/ 10
3. Touro indomável (Raging bull, 1980) BOXE
Quanto mais eu penso nesse filme, mais eu gosto dele e preciso me segurar pra não revê-lo. De um dos piores momentos da vida do diretor Martin Scorsese saiu seu melhor trabalho de direção, que aliado ao desempenho colossal de Robert De Niro concebeu uma trágica poesia sobre um lutador que tinha dentro de si seu pior inimigo. O talento de Jake LaMotta (De Niro) fez sua carreira ascender como um meteoro, mas seu ego, ciúme e outros demônios pessoais o fizeram cair com a mesma intensidade da subida. Trilha sonora impecável, fotografia em preto e branco deslumbrante e sequências em câmera lenta são alguns dos muitos detalhes que fazem de Touro indomável um filme que vai muito além do boxe e é extremamente competente naquilo que se propõe tratar.
Nota: 10
4. O iluminado (The shining, 1980) CICLISMO
Se pegarmos a brilhante carreira de Jack Nicholson e a perfeita carreira de Stanley Kubrick veremos que há um ponto de interseção:  O iluminado, filme de terror baseado no livro homônimo de Stephen King. Na trama Nicholson vive Jack Torrance, professor e escritor que passa por um momento difícil e aceita o emprego de zelador no Hotel Overlook, um refúgio nas Montanhas Rochosas do Colorado que passa o inverno fechado devido ao difícil acesso. Jack leva consigo a mulher Wendy (Shelley Duval mais feia que o cão chupando limão) e o pequeno filho Danny (Danny Lloyd), que aparenta ter poderes psíquicos. No gigantesco hotel, os três ficam sozinhos - será mesmo? Kubrick leva por todo o filme a dúvida do que é loucura e do que é sobrenatural sobre os estranhos acontecimentos que pairam a família, especialmente o pai e o filho. A partir de um roteiro simples, o diretor faz um de seus melhores trabalhos através do jogo de cores, da sensação de estar sempre percorrendo labirintos e da tensão constante que deixa o espectador arrepiado com cenas como a famosa do triciclo no corredor ou faz pular da cadeira com coisas simples como a palavra terça-feira sobre o fundo negro. Uma obra-prima.
Nota: 10
5. Era uma vez no Oeste (C'Era una Volta Il West, 1968) TIRO AO ALVO
O velho Oeste filmado de um jeito novo, através da tradição da ópera italiana. O diretor Sergio Leone traz uma história de vingança, sonhos e ambição através do misterioso Harmônica (Charles Bronson), da viúva e ex-prostituta Jill (Claudia Cardinale) e do assassino Frank (Henry Fonda). O filme é marcado pela construção de ferrovias liderada pelo milionário Morton (Gabrielle Ferzetti), que contrata Frank e seu bando para expulsar todos os fazendeiros que se puserem em seu caminho, entre eles o marido de Jill, morto no início do filme. Guiado por um ódio antigo que aos poucos é explicado, Harmônica, junto do bandido de quinta Cheyenne, vai proteger a viúva e suas terras da ambição de Morton e dos criminosos de Frank. Seja por cenas memoráveis, como a abertura interminável, seja pela paisagem intrépida, pelo elenco de peso, pelo incrível roteiro ou mesmo pela música que Harmônica toca em sua gaita, o filme de Leone se consagrou imediatamente como um clássico.
Nota: 10

Luís F. Passos

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