terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Top 5 - livros em 2012

 Assim como em 2011, farei um pequeno resumo dos livros que mais gostei esse ano. Diferente do ano passado, a lista agora só traz cinco livros - li bem menos que em 2011 - mas acho que compensa o fato de que os títulos de 2012 foram bem melhores. Quero lembrar que essa é uma lista pessoal, cuja referência é a minha preferência; se fosse feita por críticos, a ordem obviamente seria diferente.

5. Mrs Dalloway: um dos primeiros romances de destaque de Virginia Woolf, Mrs Dalloway narra um dia na vida de uma senhora da aristocracia inglesa, Clarissa Dalloway. Mulher de um deputado conservador, Clarissa está prestes a dar uma festa, e em meio aos preparativos, a narração acompanha seus momentos de introspecção em passeios por Londres e reencontros com velhos conhecidos. O livro também acompanha um veterano de guerra que vai enlouquecendo aos poucos, mesmo com todo apoio oferecido por sua mulher. Através de várias personagens, Woolf traça um excelente perfil da sociedade londrina da década de 1920, além, claro, da análise psicológica de diversos elementos dessa sociedade. 

4. O grande Gatsby: chamado de "o grande romance americano", O Grande Gatsby se desenvolve a partir das lembranças de Nicky Carraway, um comerciante que se muda para Long Island e mergulha no incrível mundo dos milionários, onde conhece o misterioso Jay Gatsby. Gatsby é vizinho de Nicky e costuma dar festas suntuosas regadas a muita bebida - em plena época da Lei Seca - buscando atrair a atenção de seu amor do passado. Neste livro Scott Fitzgerald consegue como ninguém descrever a geração dos prósperos e loucos anos 20, uma época de fartura, do American Way of Life; e faz isso criticando a futilidade da sociedade de forma magistral. O grande Gatsby é um romance irresistível, e fiquem atentos! Deve chegar aos cinemas em março a nova versão da obra, estreando Leonardo DiCaprio, Carey Mulligan e Tobey Maguire.

3. A metamorfose: mais que um livro, uma experiência. Kafka apresenta George Samsa, uma caricatura de si mesmo, jovem que num belo dia acorda e inexplicavelmente estava transformado numa espécie de inseto gigante. A metamorfose física dá sequência a metamorfoses no comportamento de George, no comportamento de seus familiares para com ele e na sua forma de ver o mundo. O livro ganha um caráter muito filosófico e profundo, que mesmo hoje, quase cem anos depois de seu lançamento, é inesgotável. Post aqui.

2. 1984: qual o melhor instrumento de dominação? Dinheiro? Armas? Não. O pensamento. É isso o que nos propõe George Orwell em 1984, livro ambientado numa sociedade futurística onde o totalitarismo é extremo e impõe o medo, a alienação e a repressão a níveis inimagináveis. Nessa sociedade vive Winston, funcionário do governo que mantém dentro da própria mente uma luta contra o Partido, e acha que é um dos poucos a praticar o pensamento-crime e claro, esconde isso para proteger sua vida. Winston tenta entender e de alguma forma lutar contra a dominação do Estado, em que tudo é feito coletivamente mas na verdade todos estão sozinhos. 1984, escrito na época da Guerra Fria, é uma crítica aberta aos regimes totalitários (principalmente o governo de Stálin na URSS), mas serve também como alerta para o caminho pelo qual segue a humanidade, podendo perder suas caraterísticas mais humanas sem se dar conta disso. Post aqui.

1. Cem anos de solidão: fazia tempo que eu não me apaixonava por um livro. E quando, enfim, nosso amigo Lucas me cedeu seu exemplar, foi amor à primeira página. O mais famoso livro de Gabriel García Márquez traz a saga da família Buendía, fundadora do povoado de Macondo, através de um século, e acontecimentos como a praga da insônia, o retorno dos mortos, o desaparecimento de um trem cheio de trabalhadores, as chuvas que caíram sem cessar por anos, o tempo paralisado, a destruição da aldeia e como tudo estava previsto desde o início. Loucura, guerra e amor são temas que se repetem ao longo das gerações da família que costuma repetir os nomes de seus homens (há vários Arcadios e Aurelianos). Não há livro como Cem anos de solidão, que provavelmente é o maior livro latino e na língua hispânica só fica atrás de Don Quixote de la Mancha; é sem dúvidas um dos maiores ícones na literatura universal no século XX (principal responsável pelo prêmio Nobel de García Márquez) e um dos maiores sucessos de venda: mais de trinta milhões de exemplares traduzidos em trinta e cinco idiomas.

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Luís F. Passos

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