domingo, 13 de janeiro de 2013

Sete dias com Marilyn - a estrela por trás das câmeras

Uma vez o grande diretor Billy Wilder, que dirigiu dois filmes protagonizados por Marilyn Monroe, disse: "a minha tia Minnie é uma pessoa adorável e se ela fosse estrela de cinema ela nunca chegaria atrasada num set. Mas quem iria pagar pra ver minha tia Minnie?" Isso porque por mais dor de cabeça que Marilyn desse pra gravar um filme, o resultado era sensacional, e consequentemente, a bilheteria também. Wilder podia dizer isso com segurança; num de seus trabalhos com a loira, Quanto mais quente melhor (1959), várias cenas precisaram de mais de trinta tomadas para ficar prontas. Em compensação, a incrível peformance dela ajudou a fazer do filme a melhor comédia de todos os tempos.
Em 1957 Marilyn (Michelle Williams) chegou na Inglaterra, recém casada, para gravar um filme com um dos grandes nomes do teatro inglês, Lawrence Olivier (Keneth Branagh), que resolvera produzir, dirigir e protagonizar um filme chamado The prince and the showgirl (no Brasil, O príncipe encantado). Desde o início das gravações ela fez o que fazia sempre: deixava todo mundo doido. Chegava horas atrasada e demorava mais ainda pra sair do camarim, sumia por dias, tinha crises de nervosismo e insegurança, agravadas por seu desejo de seguir o método de Lee Streasberg. Na época Marilyn queria provar que poderia ser uma grande atriz e interpretar grandes personagens que exigissem mais dela do que simplesmeste seus carisma e sensualidades natos.
Acontece que o Lawrence Olivier havia escalado um de seus assistentes, Colin Clark (Eddie Redmayne), pra ser uma espécie de quebra-galho para Marilyn, e na semana em que o marido dela, Arthur Miller (Dougray Scott) precisa voltar aos Estados Unidos, Colin fica todo o tempo com a estrela americana, e é essa semana que o filme destaca. O longa na verdade é baseado em dois livros escritos por Clark, que realmente existiu, sobre o tempo que passou junto a Marilyn Monroe durante as gravações de O príncipe encantado.
O grande mérito de Sete dias com Marilyn (My week with Marilyn, 2011) é a atuação de Michelle Williams. Depois de ganhar o papel, a atriz trabalhou duro por seis meses se preparando para as gravações; buscando se parecer fisicamente com Marilyn, que por ter características fisicas tão conhecidas foi necessário acertar em cada mínimo detalhe ou pareceria falso; também teve de praticar a voz, ler cartas, diários e biografia, tudo pra tentar entrar no universo complexo que era Marilyn Monroe. A atuação de Michelle foi indicada ao Oscar muito merecidamente, pois mesmo sendo impossível reproduzir exatamente o jeito de Marilyn, a atriz conseguiu chegar o mais perto possível, mostrando aquele misto de sensualidade e insegurança que Marilyn fazia como ninguém. E claro, mais uma vez tivemos a certeza: só existiu uma Marilyn. Nunca existirá outra Marilyn.



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Luís F. Passos

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