2012 foi um bom ano para o cinema nacional. Mesmo começando mal com o infame As aventuras de Agamenon, o repórter, que apesar de ser uma porcaria teve boa bilheteria e ficou metade do ano em exibição no Cinemark, algumas produções brasileiras ganharam destaque ao longo do ano. Como sempre, comédia foi o gênero mais produtivo e mais visto, a exemplo de E ai, comeu?, que apesar do título e do roteiro assinado por Bruno Mazeo é bom sim! Chamo a atenção pra três diretores: Fernando Meirelles, Walter Salles e Breno Silveira. Meirelles e Salles são os diretores brasileiros mais bem conceituados no mundo atualmente, e nesse ano ambos lançaram ótimos filmes: Walter Salles lançou Na estrada, produzido por ninguém menos que Francis Ford Coppola, e Fernando Meirelles lançou 360, produção de vários países europeus. E Breno Silveira foi o cara que mais se destacou por aqui: no meio do ano, com À beira do caminho, e em novembro com Gonzaga de pai para filho, que despontou como uma das maiores bilheterias do ano no Brasil.
Em À beira do caminho temos um caminhoneiro chamado João (João Miguel), amargo e em conflito com seu passado. Enquanto viajava pelo sertão da Bahia, João encontra um menino no baú de seu caminhão, e o menino não queria sair de lá. Isso porque ele quer encontrar o pai, agora que sua mãe falecera e segundo ela seu pai havia ido para São Paulo antes dele nascer. João promete deixá-lo em Petrolina, Pernambuco, e de lá ele que se virasse, mas acaba ficando com pena, e por pegar uma carga para São Paulo, decide dar carona ao guri, que se chama Duda (Vinícius Nascimento).
Durante a viagem o menino, que é um tagarela incansável, vai tentando descobrir como é a vida de João, que tá sempre de cara amarrada, mas vai se rendendo aos poucos ao carisma de Duda. As chaves pra descobrir os mistérios que o caminhoneiro esconde são umas fotos que ele guarda de duas mulheres e um cd de Roberto Carlos que ele sempre ouve, principalmente umas quatro músicas específicas.
À beira do caminho foi de longe a maior surpresa que eu tive nos cinemas ano passado. Não imaginava que um filme nacional com a trilha sonora só de músicas de Roberto Carlos - na verdade, o filme foi inspirado por tais músicas, depois é que o diretor correu atrás da autorização de Roberto - pudese ser tão bom; tão bonito, emotivo sem ser apelativo. A história é bem simples, é uma fórmula aparentemente muito usada, mas que tem todas as características do toque do diretor. Em Dois filhos de Francisco Breno Silveira usou muito bem a questão da paternidade, e aqui repetiu o feito, mostrando o desejo de Duda de conhecer o pai, um cara que mesmo sem conhecer o ama, e espera que ele o ame da mesma forma; também há os sentimentos paternos que João desenvolve por ele ao longo do filme. A temática de pais e filhos foi repetida em Gonzaga de pai pra filho, lançado pelo diretor ainda em 2012.
Além do que já foi citado, eu atribuo a qualidade do filme a dois fatores: elenco e trilha sonora. No elenco temos João Miguel, mais uma vez brilhante e mostrando porque é um dos maiores nomes do cinema nacional, e Vinícius Nacimento, que é uma grande revelação. O menino é um ator nato; sabe comover sem precisar chamar a atenção da câmera, tem uma vivacidade enorme e faz um trabalho que é exatamente o que se espera de Duda. Acho que desde Central do Brasil que uma criança não se destaca tanto num filme. E em relação à trilha sonora, não há contestação: as músicas de Roberto Carlos fazem parte da vida dos brasileiros de tal forma que é impossível não se emocionar com Amigo, A distância, Como é grande o meu amor por você ou mesmo O portão, que é minha favorita e é a que mais tem a ver com o longa.
Leia também:
As aventuras de Agamenon
Tropa de Elite
Luís F. Passos
Durante a viagem o menino, que é um tagarela incansável, vai tentando descobrir como é a vida de João, que tá sempre de cara amarrada, mas vai se rendendo aos poucos ao carisma de Duda. As chaves pra descobrir os mistérios que o caminhoneiro esconde são umas fotos que ele guarda de duas mulheres e um cd de Roberto Carlos que ele sempre ouve, principalmente umas quatro músicas específicas.
À beira do caminho foi de longe a maior surpresa que eu tive nos cinemas ano passado. Não imaginava que um filme nacional com a trilha sonora só de músicas de Roberto Carlos - na verdade, o filme foi inspirado por tais músicas, depois é que o diretor correu atrás da autorização de Roberto - pudese ser tão bom; tão bonito, emotivo sem ser apelativo. A história é bem simples, é uma fórmula aparentemente muito usada, mas que tem todas as características do toque do diretor. Em Dois filhos de Francisco Breno Silveira usou muito bem a questão da paternidade, e aqui repetiu o feito, mostrando o desejo de Duda de conhecer o pai, um cara que mesmo sem conhecer o ama, e espera que ele o ame da mesma forma; também há os sentimentos paternos que João desenvolve por ele ao longo do filme. A temática de pais e filhos foi repetida em Gonzaga de pai pra filho, lançado pelo diretor ainda em 2012.
Além do que já foi citado, eu atribuo a qualidade do filme a dois fatores: elenco e trilha sonora. No elenco temos João Miguel, mais uma vez brilhante e mostrando porque é um dos maiores nomes do cinema nacional, e Vinícius Nacimento, que é uma grande revelação. O menino é um ator nato; sabe comover sem precisar chamar a atenção da câmera, tem uma vivacidade enorme e faz um trabalho que é exatamente o que se espera de Duda. Acho que desde Central do Brasil que uma criança não se destaca tanto num filme. E em relação à trilha sonora, não há contestação: as músicas de Roberto Carlos fazem parte da vida dos brasileiros de tal forma que é impossível não se emocionar com Amigo, A distância, Como é grande o meu amor por você ou mesmo O portão, que é minha favorita e é a que mais tem a ver com o longa.
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