sábado, 27 de setembro de 2014

Filmes pro final de semana - 26/09

1. Ninfomaníaca parte 1 (Nymphomaniac part 1, 2013)
Preciso nem dizer quão polêmico foi o filme, né? Um filme de Lars von Trier que foca a compulsão sexual de uma mulher deu muito o que falar. A ninfomaníaca a quem o título se refere é Joe (Charlotte Gainsbourg), que é encontrada ferida e inconsciente num beco pelo gentil e culto Seligman (Stellan Skarsgard); ele a leva para sua casa e ela começa a narrar sobre sua turbulenta vida. Desde cedo Joe descobrira o prazer do sexo, o que, segundo ela, fizera dela uma péssima pessoa, indigna de misericórdia e causadora de muito mal. A sempre competente direção de Trier e seu talento como observador das perturbações do comportamento humano são os guias ideais para conhecer a sofrida mente de Joe.  Um grande filme, mas honestamente, achei superestimado.
Nota: 8,0/ 10

2. Há Tanto Tempo que Te Amo (Il y a longtemps que je t'aime, 2008)
Um dos melhores filmes franceses que já vi - e digo isso mesmo tendo Godard, Truffaut e Renoir na lista. Quando Juliette (Kristin Scott Thomas) sai da prisão depois de quinze anos, vai morar com a irmã mais nova, Léa, e sua família. O que de tão grave ela fez para ficar tantos anos na cadeia não é logo revelado, mas é de conhecimento do marido de Léa, o que o deixa preocupado já que o casal tem duas filhas pequenas. Mas a relação de Juliette com as crianças e a personalidade que aos poucos ela deixa parecer fazem o espectador estranhar que uma pessoa tão gentil tenha cometido um grave crime. Pouco a pouco as coisas são reveladas, e se mostram chocantes. E muito mais chocantes são as justificativas de tais coisas - aquela característica do cinema francês de soltar o bomba no fim do filme. O que digo além disso é: Kristin Scott Thomas define talento.
Nota: 10
3. O Grande Lebowski (The Big Lebowski, 1998)
Jeff Lebowski (Jeff Bridges), mais conhecido como The Dude (o Cara), é um beberrão folgado cuja maior paixão é o boliche. A vida do Dude dá uma sacudida quando traficantes o confundem com um milionário que tem o mesmo nome que ele, pois a mulher do ricaço era viciada. É quando o rico Lebowski, chamado de Big, chama seu xará pobre que as coisas ficam feias pro jogador de boliche: o plano era o Dude negociar com os criminosos o regaste da mulher do Big Lebowski, mas graças à ajuda dos amigos idiotas do Dude, nada dá certo. São os Irmãos Coen mais uma vez trabalhando com figuras fracassadas e tirando situações hilárias e violentas. As mirabolantes tentativas do Dude de sair da enrascada misturam competições de boliche, veteranos neuróticos do Vietnã e até mesmo prêmios do cinema pornô. Impossível não rolar de rir.
Nota: 8,5/ 10
4. Depois de horas (After Hours, 1984)
 A comédia de Scorsese acompanha a louca e impossível sucessão de acontecimentos numa noite na vida de Paul Hackett (Griffin Dune), que trabalha num escritório em Manhattan e é insatisfeito com a sua solidão. Numa noite, enquanto lê num restaurante, Paul conhece uma moça que tinha muito em comum com ele. Papo vai, papo vem, e ela diz que está morando na casa de uma amiga no Soho, tradicional reduto de artistas, e dá o telefone da casa da tal amiga, que é escultora. Mais tarde Paul liga para o número e a moça diz pra ele ir vê-la... e aí começam as desventuras. Ver seu dinheiro voar pela janela do táxi, se sujar todo com a cola que a artista usa nas esculturas e ser confundido com um ladrão de casas são só alguns dos infortúnios que acontecem ao protagonista. Sob a direção ágil e sempre habilidosa de Martin Scorsese, a história de Paul ganha o tom certo de drama e humor.
Nota: 8,5/ 10
5. O dorminhoco (Sleeper, 1973)
Nesse que é um dos principais filmes de Woody Allen na sua primeira fase de trabalho, com longas de comédia escrachada, o diretor interpreta Miles Monroe, um músico que também é proprietário de um restaurante de comida natural. Internado para uma simples cirurgia, Miles acorda duzentos anos depois, numa sociedade autoritária e artificial aos moldes de Admirável Mundo Novo. Fugindo do governo, que quer fazer uma lavagem em seu cérebro, Miles conhece Luna (Diane Keaton), que é tão superficial e artificial quanto qualquer outra pessoa dessa sociedade futurística. Angústias filosóficas sobre o futuro e romances completam o conteúdo da comédia pastelão que já nessa época era carregada da acidez característica de Woody Allen.
Nota: 7,5/ 10

Luís F. Passos

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