Baseado em um dos livros mais inspiradores do século XX, Na estrada acompanha o aspirante a escritor Sal Paradise (Sam Riley) e a sua vida depois de conhecer o vibrante e meio doido Dean Moriarty (Garett Hedlund), um poço de energia e carisma que se torna seu melhor amigo. Juntos e ao lado de outros amigos que compartilham a vontade de experimentar e conhecer o mundo, os dois vão e voltam pelas estradas americanas, muitas vezes de uma costa a outra, presenciando (e contribuindo com) o nascimento na contra cultura no fim da década de 40. Destaque para a presença de Kristen Stewart, que faz Marylou, a namorada de Dean, e que mesmo fumando maconha ou no meio de cenas de sexo continua com a cara de lerda; e Kirsten Dunst, que interpreta a esposa que Dean mantém em algum canto e como sempre é puro talento. Talvez por ser originado de um livro tão especial para quem o leu, dificilmente Na estrada será chamado de perfeito, mas eu reconheço sua alta qualidade.
Nota: 9,0/ 10
Um filme polêmico, bastante controverso e incompreendido, mas inegavelmente dotado de uma profundidade emocional elogiável. Shame tem como protagonista Brandon (Michael Fassebender), um executivo solitário que mora em Nova York, mantém um alto padrão de vida e demonstra elegância e sobriedade, mas que debaixo dessa capa austera esconde um forte vício em sexo. Em busca da satisfação, Brandon busca prostitutas, parceiras casuais ou mesmo a masturbação - e apesar da exposição corporal, ele é totalmente recluso. Para perturbar seu mundo fechado, sua irmã Sissy (Carey Mulligan) aparece na cidade e vai morar com ele. É notória a diferença entre os dois: enquanto ele é introspectivo, ela busca a exposição, e o filme mantém o mistério do que os levou à tal confusão e complexidade. Através da sutil direção de Steve McQueen, é mostrada uma jornada pelo submundo emocional de Nova York sobre uma sociedade isolada e incapaz de estabelecer relações interpessoais.
Nota: 9,0/ 10
Uma nova definição de filme lindo. Sensibilidade é a palavra chave da história de Dominique Bauby (Mathieu Amaric), que depois de sofrer um derrame é vitimado pela raríssima síndrome do encarceramento, em que todo o seu corpo fica paralisado, exceto os olhos - sendo que todas as faculddes mentais ficaram preservadas. Para completar, seu olho direito precisa ser ocluído para evitar um ferimento na córnea, e ele fica dependente apenas do esquerdo. Com a ajuda de uma fonoaudióloga, Dominique aprende a se comunicar através de um sistema lento, mas eficiente, a partir do piscar de seu olho. Através da narração de Dominique, vemos como foi sua vida, os diversos erros que ele cometeu com seus entes queridos, a rua relação com seu pai e seus filhos, a amante que nunca o visitou depois da doença e a sua obstinação em compor um livro que se tornaria best-seller. Baseado em fatos reais.
Nota: 10
4. Tiros na Broadway (Bullets over Broadway, 1994)
Tem filmes de Woody feitos pra gargalhar mesmo: aqui temos um bom exemplo. David Shayne (John Cusack) é um jovem e promissor escritor que como todo jovem escritor sonha em ter uma peça exibida na Broadway. Talento ele tinha, o problema era o financiamento. Com a ajuda de alguns amigos, ele chega a um financiador nada convencional: um mafioso da pesada, que em troca da ajuda exige que David aceite sua amante Olive (Jennifer Tilly) no elenco - sendo que ela não tem talento algum. Pra completar, ele tem que aturar o segurança de Olive, um criminoso que vive dando palpites no roteiro e na direção da peça, e até mesmo a estrela Helen Sinclair (Dianne Wiest), veterana dos palcos e protagonista, vive complicando a cabeça do pobre David. O sempre ótimo roteiro de Woody e as ótimas atuações - destaque, claro, pra Dianne Wiest, que venceu seu segundo Oscar de atriz coadjuvante (e o primeiro também foi por filme de Woody, Hannah e suas irmãs).
Nota: 9,5/ 10
Tem filmes de Woody feitos pra gargalhar mesmo: aqui temos um bom exemplo. David Shayne (John Cusack) é um jovem e promissor escritor que como todo jovem escritor sonha em ter uma peça exibida na Broadway. Talento ele tinha, o problema era o financiamento. Com a ajuda de alguns amigos, ele chega a um financiador nada convencional: um mafioso da pesada, que em troca da ajuda exige que David aceite sua amante Olive (Jennifer Tilly) no elenco - sendo que ela não tem talento algum. Pra completar, ele tem que aturar o segurança de Olive, um criminoso que vive dando palpites no roteiro e na direção da peça, e até mesmo a estrela Helen Sinclair (Dianne Wiest), veterana dos palcos e protagonista, vive complicando a cabeça do pobre David. O sempre ótimo roteiro de Woody e as ótimas atuações - destaque, claro, pra Dianne Wiest, que venceu seu segundo Oscar de atriz coadjuvante (e o primeiro também foi por filme de Woody, Hannah e suas irmãs).
Nota: 9,5/ 10
Cada vez mais gosto do cinema italiano (e reconheço que deveria ver mais), especialmente de Fellini. Em seu quarto filme (e primeiro de projeção internacional) o diretor se afasta do neorrealismo tão frequente desde o pós-guerra e conta, num tom fabulista, a história da miserável Gelsomina (Giuletta Masina, esposa de Fellini), que é comprada pelo artista circense Zampanò (Anthony Quinn). Zampanò faz um truque banal quebrando correntes, e Gelsomina passa a ser sua assistente, atuando como palhaça, quase uma caricatura de Chaplin. A relação dos dois é marcada pela brutalidade do artista e pela simplicidade das emoções de ambos, quase primitivas. Amor e ciúme guiam o enredo que explora a dualidade de suas personagens: a teatralidade que esconde vidas interiores inexploradas.
Nota: 10
Luís F. Passos
Nota: 10
Luís F. Passos
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