1. Clube de Compras Dallas (Dallas Buyers Club, 2013)
Um dos destaques do Oscar desse ano, Clube de Compras Dallas é uma mistura de drama e comédia de humor negro que se passa na metade dos anos 80, quando a AIDS ainda era uma novidade e seu efetivo tratamento um sonho distante. Ron Woodroof (Matthew McConaughey) é um eletricista metido a cowboy e viciado em álcool, cocaína e sexo que vê seu mundo desmoronar ao ser diagnosticado com o vírus HIV. Não conseguindo entrar um programa de testes de uma droga, vai ao México e conhece um médico que combinava diversas vitaminas e proteínas para tratar os soropositivos. De volta aos Estados Unidos, ele começa uma inusitada parceria com o travesti Rayon (Jared Leto) para ajudar os pacientes que não tinham acesso ao tratamento, vendendo drogas ainda não aprovadas pelo FDA e sendo perseguidos pelo governo. A proposta de tratar de um tema pouco corriqueiro é abrilhantada pelas atuações impecáveis de McConaughey e Leto, vencedores do Oscar de melhor ator e coadjuvante, respectivamente.
Nota: 9,0/ 10
Não, essa não é uma história de amor. A comédia romântica que foge do besteirol americano e conquistou milhões de fãs logo de cara mostra que o relacionamento de Tom (Joseph Gordon-Levitt) e Summer (Zooey Deschanel) não deu certo. Eles se conhecem no emprego, uma empresa de cartões, em que Tom cria cartões (mesmo sendo formado em arquitetura) e Summer, recém chegada na cidade, é secretária. Ele se apaixona logo por ela, mas é meio difícil saber o que se passa na cabeça dela. O filme vai e volta no tempo, viajando pelos 500 dias em que Summer ficou no pensamento de Tom; os bons momentos, as brigas, as muitas vezes em que ele ficou bêbado sofrendo por ela, as situações engraçadíssimas e o que ele levou da relação com a louquinha de olhos verdes. É pra se divertir - ou sofrer - muito.
Nota: 9,5/ 10
Quando Sofia Coppola lançou Maria Antonieta no Festival de Cannes
dividiu opiniões; enquanto uns se levantaram para aplaudir, outros
vaiaram o filme. Mas a opinião do público é quase unânime: genial.
Deixando de lado o contexto político que antecedeu a Revolução Francesa,
o filme foca a vida pessoal da polêmica rainha, desde o acordo firmado
por sua família (os Habsburgo, soberanos da Áustria) com a França que
arrumou seu casamento com Luís, príncipe herdeiro. Os medos diante do
casamento, a distância de seu marido, a demora em engravidar e a vida
dentro do ninho de cobras que era a Corte em Versalhes atormentam a
jovem princesa, que aos poucos vai criando uma vida em paralelo às
obrigações reais: dias inteiros dedicados à escolha de vestidos, chapéus
e sapatos, a paixão por doces finos, passeios no campo e pequenas
festas regadas a muito vinho e champanhe. Em poucas palavras: é As patricinhas de Beverly Hills
do século XVIII. Elogiado pela fotografia que realça os cenários
deslumbrantes, pelo figurino vencedor do Oscar e pela trilha sonora
composta por rock, Maria Antonieta é mais um grande filme da nova geração dos Coppola.
Nota: 8,5/ 10
4. O iluminado (The shining, 1980)
Se pegarmos a brilhante carreira de Jack Nicholson e a perfeita carreira de Stanley Kubrick veremos que há um ponto de interseção: O iluminado, filme de terror baseado no livro homônimo de Stephen King. Na trama Nicholson vive Jack Torrance, professor e escritor que passa por um momento difícil e aceita o emprego de zelador no Hotel Overlook, um refúgio nas Montanhas Rochosas do Colorado que passa o inverno fechado devido ao difícil acesso. Jack leva consigo a mulher Wendy (Shelley Duval mais feia que o cão chupando limão) e o pequeno filho Danny (Danny Lloyd), que aparenta ter poderes psíquicos. No gigantesco hotel, os três ficam sozinhos - será mesmo? Kubrick leva por todo o filme a dúvida do que é loucura e do que é sobrenatural sobre os estranhos acontecimentos que pairam a família, especialmente o pai e o filho. A partir de um roteiro simples, o diretor faz um de seus melhores trabalhos através do jogo de cores, da sensação de estar sempre percorrendo labirintos e da tensão constante que deixa o espectador arrepiado com cenas como a famosa do triciclo no corredor ou faz pular da cadeira com coisas simples como a palavra terça-feira sobre o fundo negro. Uma obra-prima.
Nota: 10
Se pegarmos a brilhante carreira de Jack Nicholson e a perfeita carreira de Stanley Kubrick veremos que há um ponto de interseção: O iluminado, filme de terror baseado no livro homônimo de Stephen King. Na trama Nicholson vive Jack Torrance, professor e escritor que passa por um momento difícil e aceita o emprego de zelador no Hotel Overlook, um refúgio nas Montanhas Rochosas do Colorado que passa o inverno fechado devido ao difícil acesso. Jack leva consigo a mulher Wendy (Shelley Duval mais feia que o cão chupando limão) e o pequeno filho Danny (Danny Lloyd), que aparenta ter poderes psíquicos. No gigantesco hotel, os três ficam sozinhos - será mesmo? Kubrick leva por todo o filme a dúvida do que é loucura e do que é sobrenatural sobre os estranhos acontecimentos que pairam a família, especialmente o pai e o filho. A partir de um roteiro simples, o diretor faz um de seus melhores trabalhos através do jogo de cores, da sensação de estar sempre percorrendo labirintos e da tensão constante que deixa o espectador arrepiado com cenas como a famosa do triciclo no corredor ou faz pular da cadeira com coisas simples como a palavra terça-feira sobre o fundo negro. Uma obra-prima.
Nota: 10
Pra um público que viu o festival de alegria que é Catando na chuva na década de 50 e a fofura bonitinha demais que é Minha linda dama nos anos 60, imagine o choque ao chegar em 72 e ver Cabaret,
que sai de cenários elegantes e vai para o subúrbio da Berlim dos anos
30, onde um país arrasado pela Guerra e pela Depressão era campo fértil
para a disseminação das ideias totalitaristas e racistas de Hitler.
Nesse rebuliço, Brian Roberts (Michael York), jovem americano, chega em
Berlim para dar aulas de inglês, e logo conhece Sally Bowles (Liza
Minelli), estrela do Kit Kat Club, a casa de shows mais animada da
cidade. Sally é uma dançarina que sonha em ser uma grande atriz -
típico, não? Mas a história do diretor Bob Fosse consegue ser
surpreendentemente original, com seus ótimos números musicais que
floreiam amores incompreendidos e ambição; é como diz uma das músicas:
"money makes the world go round!". Cabaret também se destaca por dividir
os holofotes do Oscar de seu ano com O Poderoso Chefão,
faturando os prêmios de direção, atriz, ator coadjuvante (Joey Grey,
mestre de cerimônias do Kit Kat e figura essencial no filme), entre
outros.
Nota: 10
Luís F. Passos
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