sexta-feira, 4 de julho de 2014

Filmes pro final de semana - 04/07

1. Nebraska (2013)
Vi só alguns dos filmes que estiveram na corrida pelo Oscar esse ano, e sem dúvida foi Nebraska o meu preferido. A leve comédia familiar dirigida por Alexander Payne, diretor de Os Descendentes, acompanha a saga do velho e senil Woody Grant (Bruce Dern) em busca do suposto prêmio de 1 milhão de dólares que ganhou, na verdade uma propaganda que chegou pelo correio. Para receber sua fortuna, Woody deve ir até Lincoln, Nebraska, mas como ninguém quer levá-lo, ele decide ir a pé. Seu filho David (Will Forte) é o único que percebe que o pai não vai desistir por nada e resolve levá-lo de carro. No caminho, muita estrada, parentes há muito não vistos e outros de olho no prêmio de Woody. E acima de tudo, a relação entre um pai meio lunático e seu filho que viu a vida sufocar parte de seus sonhos. É a competência de Payne dedicada a um tema que ele provou que domina.
Nota: 9,0/ 10
2. Kill Bill vol. 2 (2004)
A segunda parte da sangrenta história de vingança da Noiva (Uma Thurman) pode não ser tão estilizada quanto a primeira (opinião minha), mas compensa com mais ódio, intensidade e tem o mérito de abordar os momentos que precederam o massacre na capela do Texas e também mostra como a Noiva se tornou uma máquina de matar sob o treinamento do milenar Pai Mei (Gordon Liu). A lista de vingança está mais curta, e falta o acerto de contas com Elle Driver (Daryl Hannah), Budd (Michael Madsen) e claro, Bill (David Carradine), o motivo de tudo acontecer. Mas a Noiva vai ver que nada é tão simples quanto pode parecer, e algo inesperado pode mudar seus planos. Um final de mestre pra um dos mais populares filmes de Tarantino.
Nota: 9,0/ 10
3. Cabo do Medo (Cape Fear, 1991)
Muitos dizem que foi em Cabo do Medo, última parceria De Niro e Scorsese, que o ator fez seu último trabalho notável em vinte anos, até O lado bom da vida (2012). De fato, a sucessão de papéis menores ou filmes de comédia no fim dos anos 90 e durante o ano 2000 nada condiziam com o grande ator que conquistou o mundo nos anos 70 e 80. Cabo do Medo é um filme de suspense em que Max Cady (De Niro) é um psicopata que ficou preso por estupro por 14 anos e atribui a culpa da prisão ao fracasso de seu advogado de defesa, Sam Bowden (Nick Nolte). Libertado, Cady passa a perseguir o advogado e sua família, além de seduzir a filha adolescente dele. Inteligente e muito violento, Cady transforma a vida da família Bowden num inferno.
Nota: 8,5/ 10
4. Rebeldia Indomável (Cool Hand Luke, 1967)
Mesmo antes da onda de filmes inovadores e icônicos dos anos 70, vez ou outra Hollywood presenteava o mundo com obras inconformistas. Esse é um dos melhores exemplos: Paul Newman interpreta Lucas Johnhon, mais conhecido como Luke, que ganha ainda a alcunha de Cool Hand, que foi parar na cadeia por vandalizar parquímetros. Uma vez preso, Luke se vê dentro de um sistema ainda mais rígido e opressor, e seu espírito rebelde traz punições cada vez mais graves. A atuação de Newman é impressionante, desde os olhares fixos e o magnetismo emanado de seus profundos olhos azuis, até sua presença e a personificação da personagem, através de discursos tensos. Diálogos ricos, cenas marcantes, um ótimo time de coadjuvantes e a direção ambiciosa são os outros ingredientes que fazem deste um filme imperdível.
Nota: 10
5. Sabrina (1954)
Depois de sua triunfante estreia no cinema em A princesa e o plebeu, dirigido por William Wyler, que de cara lhe deu um Oscar de melhor atriz, Audrey Hepburn trabalhou com outro grande diretor, Billy Wilder. Na pele da protagonista Sabrina, Audrey interpreta a jovem filha do motorista de uma das famílias mais ricas de Nova York, que é apaixonada por um dos filhos do patrão. Decepcionada pelo fato do amado David (William Holden) ser um cafajeste, Sabrina viaja para a Europa para estudar, e volta anos depois transformada numa elegante mulher. A nova Sabrina vai voltar a mexer com o mulherengo David mas também com seu irmão mais velho, o austero Linus (Humphrey Bogart). Filme simples, mas prato cheio de elegância e do humor ácido de Billy Wilder.
Nota: 8,5/ 10

Luís F. Passos

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