sexta-feira, 5 de maio de 2017

Filmes pro final de semana - 05/05

1. O Grande Gatsby (The Great Gatsby, 2013)
Love is blindness. A nova adaptação do imortal romance de Scott Fitzgerald (há três anteriores, sendo a mais conhecida a dos anos 70 dirigida por Coppola) há muito era aguardada, e foi lançada em maio de 2013 em Cannes. Como não era de se estranhar, o diretor Baz Luhrmann usou e abusou da extravagância para contar a história do misterioso e extravagante Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio), a partir da narração de seu vizinho Nick Carraway (Tobey Maguire). Morando em um verdadeiro palácio em Long Island, Gatsby é quase uma lenda viva, um desafio à imaginação de suas centenas de convidados que todas as semanas lotam sua mansão em festas inacreditáveis regadas a rios de bebidas alcoólicas - isso em plena época da Proibição. Mas por trás da ostentação e futilidade, lembranças do passado que envolvem a linda prima de Nick, Daisy (Carrey Mulligan). O filme peca pelo excesso e é mais uma tentativa de chegar à profundidade do livro que não dá certo, mas não deixa de ser uma boa opção.
Nota: 8,5/ 10
2. O Grande Lebowski (The Big Lebowski, 1998)
Jeff Lebowski (Jeff Bridges), mais conhecido como The Dude (o Cara), é um beberrão folgado cuja maior paixão é o boliche. A vida do Dude dá uma sacudida quando traficantes o confundem com um milionário que tem o mesmo nome que ele, pois a mulher do ricaço era viciada. É quando o rico Lebowski, chamado de Big, chama seu xará pobre que as coisas ficam feias pro jogador de boliche: o plano era o Dude negociar com os criminosos o regaste da mulher do Big Lebowski, mas graças à ajuda dos amigos idiotas do Dude, nada dá certo. São os Irmãos Coen mais uma vez trabalhando com figuras fracassadas e tirando situações hilárias e violentas. As mirabolantes tentativas do Dude de sair da enrascada misturam competições de boliche, veteranos neuróticos do Vietnã e até mesmo prêmios do cinema pornô. Impossível não rolar de rir.
Nota: 8,5/ 10
3. Chinatown (1974) 
Um dos melhores filmes de Roman Polanski é mais uma prova da genialidade do cinema dos anos 70. Ambientado na Los Angeles dos anos 30, Chinatown traz Jack Nicholson como um detetive que se vê no meio de uma trama que quanto mais se aprofunda, mais complexa se mostra. Ao lado de uma femme fatale vivida por Faye Dunaway, a personagem de Nicholson tentará decifrar o mistério que envolve desde a guerra de águas da Califórnia até terríveis segredos familiares. Eis um filme maravilhoso - sério, dá raiva de quão bom ele é - que foi lançado no ano errado. 1974 foi apenas o ano de O Poderoso Chefão parte II, que ofuscou todos seus rivais. O que não tira em nada o mérito de Chinatown. O roteiro é perfeito, a direção é de mestre, o elenco é sensacional. Além disso, aqui estão algumas das melhores reviravoltas do cinema americano.São várias cenas marcantes, a começar pelo detetive vivido por Nicholson ter seu nariz cortado por um bandido interpretado pelo próprio diretor Polanski e dizer "por pouco não perco o meu nariz. E eu gosto dele. Gosto de respirar por ele", passando por uma sucessão de tapas que Nicholson dá no rosto de Dunaway (dizer o conteúdo do diálogo é spoiler pesado) e claro, a inesquecível frase final (que também seria spoiler, então assista ao filme
Nota: 10 + 1 por ser excelente e não tão conhecido
4. Lolita (1962)
Há quem diga que Lolita é o primeiro filme realmente 'de Kubrick', pois é o primeiro que dá pra saber que nenhum outro diretor filmaria. Afinal, haja ousadia para adaptar a polêmica obra de Vladimir Nabovok, que fora censurada em vários países quando lançada. Lolita acompanha o professor universitário Humbert Humbert (James Mason) e seu desejo doentio por uma adolescente de catorze anos, Lolita, que o levou a se casar com a mãe desta só para se aproximar dela. Com olhares furtivos e escrevendo em seu diário, Humbert guarda para si a obsessão pela menina, enquanto a mãe se atira sobre ele sem algum pudor. Reviravoltas no filme parecem contribuir para o sucesso,de suas intenções, mas outras reviravoltas deixam a história ainda mais interessante, e surpreendentemente fresca mesmo cinquenta e poucos anos depois de seu lançamento.
Nota: 10
 5. A Malvada (All about Eve, 1950)
Um clássico importante e interessantíssimo, A Malvada é mais um dos títulos que ficaram infelizes depois de traduzidos. Mas esse detalhe não é nada comparado ao roteiro inesquecível e às atuações ainda mais inesquecíveis, começando pelas protagonistas Bette Davis e Anne Baxter. Bette é Margo Channing, atriz veterana da Broadway, ícone entre os colegas e queridinha dos diretores, que vê sua vida mudar com o aparecimento de Eve Harrigton (Baxter), contratada por ela como assessora. Mas a aparentemente inocente Eve de boba não tem nada, se mostrando um poço de inveja e esperteza, fazendo de tudo para se tornar uma atriz do mesmo nível e prestígio de Margo. Os diálogos são ora ácidos, ora sagazes, mas sempre geniais, como o "apertem os cintos, esta será uma noite turbulenta!" proferido por Margo diante da tensão de uma festa de aniversário.
Nota: 10

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