Love is blindness. A nova adaptação do imortal romance de Scott Fitzgerald (há três anteriores, senso a mais conhecida a dos anos 70 dirigida por Coppola) há muito era aguardada, e foi lançada em maio do ano passado em Cannes. Como não era de se estranhar, o diretor Baz Luhrmann usou e abusou da extravagância para contar a história do misterioso e extravagante Jay Gatsby (Leonardo DiCaprio), a partir da narração de seu vizinho Nick Carraway (Tobey Maguire). Morando em um verdadeiro palácio em Long Island, Gatsby é quase uma lenda viva, um desafio à imaginação de suas centenas de convidados que todas as semanas lotam sua mansão em festas inacreditáveis regadas a rios de bebidas alcoólicas - isso em plena época da Proibição. Mas por trás da ostentação e futilidade, lembranças do passado que envolvem a linda prima de Nick, Daisy (Carrey Mulligan). O filme peca pelo excesso e é mais uma tentativa de chegar à profundidade do livro que não dá certo, mas não deixa de ser uma boa opção.
Nota: 8,5/ 10
Nota: 8,5/ 10
2. Drive (2011)
Drive é uma
fábula moderna de ação, suspense e romance, guiados por uma direção
aguçada e atores muito competentes. O filme centra-se na relação entre
um homem misterioso, o qual nem sabemos o nome, interpretado por Ryan
Gosling , que se encontra perdidamente apaixonado por sua jovem vizinha
de modo a se dispor a protegê-la de todos os perigos que a envolvem,
relacionados a seu marido recém saído da prisão e da máfia que os
cercam. Tecnicamente falando, Drive é impecável. A fotografia é
belíssima e acompanha as grandes mudanças de tom pelas quais o filme
passa. Se num primeiro momento tudo é a magia da descoberta do amor, com
paisagens bucólicas e ensolaradas ao entardecer, a metade final é
negra, escura, sórdida e violenta. A violência é elevada aos limites
conforme o conto torna-se cada vez mais perigoso e envolvente. A relação
amorosa entre Ryan Gosling e Carey Mulligan é de uma pureza e uma
sensibilidade que contrasta a todo o momento com o extremismo da
violência onde aqueles personagens se encontram, tendo este antagonismo
alcançado o ápice na já clássica cena do elevador. É quase um conto de
fadas na verdade, onde um “príncipe encantado” luta a qualquer preço
para defender sua “donzela” em perigo. A diferença é que no lugar de uma
armadura de metal temos uma jaqueta prateada e em vez de cavalos
brancos, carros envenenados dispostos a intensas cenas de perseguições.
Méritos também para a trilha sonora.
Nota: 10
Nota: 10
3. Não se preocupe, estou bem! (Je vais bien, ne t'en fais pas, 2006)
Filme simples pelo qual até hoje tenho um especial carinho. Quando Lili (Mélanie Laurant) volta de um curto intercâmbio na Espanha, descobre que seu irmão gêmeo, a quem é muito apegada, fugiu de casa. Aparentemente, por causa de uma séria briga com o pai. Preocupada com a falta de notícias e com a saudade apertando, Lili fica sem comer, adoece e acaba internada num hospital. É a súbita chegada de cartões postais do irmão, cada vez de uma cidade diferente, que dá ânimos à garota e a faz retomar a vida aos poucos, com ajuda dos amigos. Um filme sobre família e autoconhecimento que é coroado pela ótima trilha sonora.
Nota: 8,5/ 10
4. A Escolha de Sofia (Sophie's Choice, 1982)
Pobre, pobre Sofia (Meryl Streep). Até hoje me pergunto quais outras personagens em filmes sofreram mais ou tanto quanto a imigrante polonesa que mora no Estados Unidos e facilmente demonstra que há algo de muito perturbador em seu passado - o que exatamente, só é revelado no fim do filme. A mágoa de Sofia aparenta ser imensa e é difícil de ser escondida. O que é sabido é que ela fora prisioneira num campo de concentração nazista, mas seria o trauma vivido o motivo de tamanha tristeza? Coube a Meryl Streep a interpretação que se tornou ícone entre as vencedoras do Oscar de melhor atriz, pra mim um dos mais merecidos da premiação.
Nota: 8,5/ 10
5. Psicose (Psycho, 1960)
Quando Marion Craine (Janet Leigh) rouba uma fortuna de seu patrão e foge em direção à Califórnia, não poderia imaginar o peso de seus atos ao seu futuro - ou o efeito de tal ação ao cinema mundial. Mesmo com um orçamento limitado e diversas adversidades, Alfred Hitchcock conseguiu fazer de Psicose seu mais bem sucedido filme, chocando plateias onde era exibido ao mostrar uma violência praticamente inédita e os lobos em peles de cordeiro que estão em todo lugar. A parada de Marion num motel de beira de estrada, seu breve contato com o dono do lugar, Norman Bates e seu repentino e sangrento assassinato inauguraram uma nova era no terror, mostrando o homem tão cruel quanto qualquer fera sobrenatural.
Nota: 10
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