sábado, 11 de janeiro de 2014

Os Belos e Malditos - o amor do princípio ao fim

Certamente tu, como eu, deves estar enfastiado de tantas histórias de amor. Digo, não estou realmente certo se já mesmo bocejas ao ler uma linha sequer de líricas romanescas, mas que a fórmula deixou de ser inovadora antes até de ser escrita isso nós podemos concordar. Sim, também é claro que me lembro de tantas exceções, entretanto isso ainda reforça aquilo que estou escrevendo; certa vez escutei a máxima “é a exceção que faz a regra” e após um descarrego mental acabei por concordar. 
Toma teu tempo.
Pois bem.
Caríssimo leitor, quantos livros de amor foram escritos?
E, agora, quantos mais foram vividos?
Na conta, quantos dessas tramas se confundem com o amor na vida real? É, aí sobrará apenas um punhado do qual hoje tirarei somente um grão. The Beautiful and Damned (Os Belos e Malditos, 1922), obra do genial Francis Scott Fitzgerald (sim, o autor do superestimado The Great Gatsby), esboça a relação entre Anthony Patch e Gloria Gilbert que tanto poderia ser o teu e meu ou de quaisquer outros em uma linha do tempo que acompanha desde o primeiro contato à paixão, da paixão ao amor, do amor ao casamento e do casamento à rotina da vida conjugal até, por fim, o fim.
Sem pentelhada ou firulas, Fitzgerald descreve em um relato por muitas vezes autobiográfico um casal improvável constituído pelo educado herdeiro sem grandes pretensões ademais de uma vontade estupidamente fraca e a tão bela quanto egocêntrica e popular filha de uma família em decadência financeira. O cenário é o jazz estadunidense dos anos 20 ofuscando volta e meia os arredores de seus anúncios da guerra.
Àqueles que têm pelo autor algum apreço ou nenhuma contraindicação a desilusões amorosas a recomendação fica. Decerto, e quão escrevo “certo” em linhas tortas, a curiosidade e o desejo vivo pelos protagonistas manter-te-á; se vão ou não superar os obstáculos que por muitas vezes são os próprios concebem (só eles ou todos nós?), os muitos vícios aquém das poucas virtudes de suas frágeis juventudes.
De resto, cabe a lição do bom alcoólatra Fitzgerald: se beber, não case.

Guilherme Patterson

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