Pequeno clássico dos anos 90 e filme que parece perfeito para a tv aberta, Perfume de mulher traz o gigante do cinema Al Pacino na pele do tenente-coronel reformado Frank Slade, militar condecorado que perdeu a visão numa de suas muitas farras e teve de morar com a família de uma sobrinha, se tornando um homem amargo e solitário.
O filme tem início na tradicionalíssima escola Baird, onde só entram herdeiros de grandes fortunas ou alunos suficientemente brilhantes para merecer uma bolsa - que é o caso de Charlie Simms (Chris O'Donnell). Às vésperas de um feriado, Charlie é testemunha de uma brincadeira de mau gosto de seus colegas contra o sr. Trask, e por ser bolsista, passa a ser pressionado para delatar os culpados. O garoto se recusa, e o diretor chega a lhe oferecer uma vaga em Havard, que também é recusada. Diante da situação, a escola parecia disposta a perdoar George, colega de Charlie que também viu os culpados, e punir o único pobre da história.
As histórias de Frank e Charlie se cruzam quando o garoto descobre um anúncio de emprego para o feriado, que era o de cuidar do coronel enquanto sua família viajava. Assim que seus sobrinhos vão embora, Frank arruma as malas e arrasta Charlie para Nova York, onde pretende desfrutar do melhor que a vida e o dinheiro podem oferecer e no fim se matar.
Inicialmente Charlie fica apavorado com a ideia, mas vai aproveitando as coisas mostradas pelo coronel e os dois vão se tornando amigos. À medida em que Frank conhece melhor Charlie e descobre seus problemas na escola, passa a perceber que nem tudo na vida está perdido e que, através do garoto, pode se sentir jovem e útil novamente.
Apesar de ser um ótimo filme, Perfume de mulher (Scent of a woman, 1992) não vai muito além disso. A história é muito bacana, muito bonita, o filme tem bons diálogos, é um bocado chamoso, mas não tem muita profundidade e vai em direção ao típico final feliz de filmes americanos leves. Não que isso o diminua - ele é um desses filmes pra se ver uma vez e se encantar. Como esquecer da clássica cena do tango, que demorou mais de três semanas para ser gravada? Ou esquecer de um cego dirigindo uma Ferrari a 140 km/h por Nova York ou mesmo do discurso proferido por Frank no Baird?
Mas claro, o grande mérito aqui é de Al Pacino. Depois de vários trabalhos excelentes que lhe renderam indicações ao Oscar, como em O poderoso chefão, O poderoso chefão pt 2 e Um dia de cão, finalmente ganhou sua estatueta pela incrível atuação como o coronel cego fascinado por perfumes, mulheres e bebida. Apesar da dureza e antipatia iniciais, o Frank de Pacino é muito carismático e inimaginável de ser feito por outro ator que não ele.
Luís F. Passos
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