quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

O Impossível - a força da natureza humana


Quando as férias perfeitas de uma unida família – Maria, a mãe (Naomi Watts); Henry, o pai (Ewan McGregor); e os três filhos do casal – que decide passar o natal em praias exóticas e calorosas da Tailândia se transformam num verdadeiro inferno vindo através de ondas gigantes temos um filme incrivelmente angustiante, emocionante e que causa impacto em qualquer um que o assista. Temos O impossível (The impossible, 2012).
A onda acaba por separá-los. Maria, e o filho mais velho, Lucas (um garoto chamado Tom Holland que rouba a cena várias vezes e tem muito futuro se continuar tão bem), acabam se encontrando em meio ao caos e tem a difícil missão de se manterem juntos e, principalmente, vivos, já que ela está terrivelmente machucada e precisa de auxílio médico urgente. Boa parte do filme se centra nessas duas personagens, sobretudo em Maria com sua debilidade física incompatível com a necessidade proteger seu filho. Henry, por sua vez, passa a fazer tudo o possível, vagando de hospital em hospital, de abrigo em abrigo em busca de sua mulher e de seu filho mais velho, já que seus filhos mais novos estão com ele e em aparente segurança.
O filme baseia-se na grande catástrofe natural do século XXI, quando ondas gigantes devastaram vários países da Ásia em dezembro de 2004. O tsunami arrastou destruição e morte por todos os lugares que passou e firmou-se na memória não apenas dos que viveram a tragédia como também na de todos pelo planeta que acompanharam as notícias de algo que parecia inacreditável. De fato, ao assistir o filme, mesmo já tendo passado oito anos, tudo aquilo ainda me pareceu algo surpreendente e inacreditável. Algo impossível. O impossível nos deixa isso bem claro ao expor sequências dignas de uma superprodução relacionadas à chegada das ondas e de toda a destruição subseqüente. A força da natureza é o grande foco dessa parte inicial do filme, que nos mostra o como somos fracos e impotentes. Algumas cenas, inclusive, são feitas dentro da água, onde as personagens principais, sobretudo Maria, encontram-se num turbilhão, cercados por todo tipo de objeto, desde barras de ferro retorcidas a árvores, carros e corpos, sem nenhum tipo de controle. E o que determina quem vive e quem morre? Destino, como se não fosse o dia daquela pessoa morrer? Sorte, por ter conseguido aquele tronco ou não ter batido naquela pedra? Deus? Não sei. Só sei quem não há nenhuma reposta racional para essa pergunta.
Também nos apresenta um mundo totalmente novo do paraíso tropical que havia antes. Um mundo cheio de sofrimento, crianças perdidas, corpos feridos e cobertos de sangue, centenas de listas com nomes de desaparecidos, hospitais lotados e caóticos com gente morrendo por todos os lados e muito desespero.
Mas o destaque maior de O impossível não vai para a forma como trata a força da natureza. Vai para a forma como expõe a força do homem. Uma espécie de motivação invisível capaz de manter aquelas pessoas firmes na mais adversa das situações. Um forte extinto de sobrevivência. Uma força que desafia a lógica e que é capaz de tornar o impossível em uma realidade. Tudo isso, obviamente, é carregado de muito sentimentalismo que felizmente não estraga o filme e nem o torna menos interessante (isso, senhores, é o que uma boa direção e um bom elenco são capazes de fazer).
O impossível é um dos filmes de destaque da temporada e não é pra menos. Bom roteiro (previsível sim, mas isso é irrelevante aqui), boa direção (filme dinâmico, intenso e rápido), boa fotografia (é criado um pesadelo visual) e boas atuações de Ewan McGregor, Tom Holland e principalmente de Naomi Watts que é sempre ótima e aqui está mais que ótima (uma provável indicada ao Oscar de melhor atriz desse ano).
Baseado em fatos reais.

Lucas Moura
____________________________
Curta o Sagaranando no Facebook! facebook.com/Sagaranando

Nenhum comentário:

Postar um comentário