Hoje, 01/12/12, um grande nome do cinema mundial completa 77 anos. Allan Stewart Köningsberg, mais conhecido como Woody Allen é um diretor/roteirista/ator com uma carreira que soma mais de quatro décadas de trabalho constante, tanto em freqüência quanto em qualidade. É famoso pela sua forma original de trabalho, o que o tornou uma personalidade única no cinema. Inicialmente, dedicava-se a comédias pastelão, passando por um grande amadurecimento profissional que o levou a comédias reflexivas e muitas vezes filosóficas e até mesmo a dramas densos e intrincados. É impossível assistir um filme de Woody Allen e não perceber as marcas de seu estilo. Piadas irônicas, comparações implícitas, análises psicológicas, religião, vida, morte, amor, sexo, destino. Tudo nos é lançado durante seus filmes, que raramente duram mais que 100 minutos de duração.
Fez sua estréia como ator ainda nos anos 60, mas o reconhecimento mundial pelo seu trabalho veio apenas em 1977 com o sucesso estrondoso do vencedor do Oscar de melhor filme Annie Hall (que derrubou Star Wars na disputa), que o catapultou para o topo de Hollywood e ainda fez uma verdadeira revolução no gênero das comédias românticas e lhe rendeu o Oscar de melhor diretor. Os anos que se seguiram à Annie Hall foram de uma completa originalidade no trabalho de Allen, mesclando comédias com dramas sérios, sem deixar jamais sua profunda análise sobre a personalidade de suas personagens. Alguns dos outros grandes trabalhos de Woody nessa época são: Interiores (1978), Manhattan (1979), Zelig (1983), Hannah e suas irmãs (1986) e Crimes e Pecados (1989). Nos anos 90, acompanhou uma queda em sua popularidade numa sequência de trabalhos relativamente inferiores aos anos subseqüentes (apesar de ter sido uma década pontuada por pequenas maravilhas como Tiros na Broadway e Desconstruindo Harry). Sua volta triunfal, no entanto, veio em 2005 quando surpreendeu a todos com o intenso e sensual Match Point, com uma Scarlett Johansson incrível, atriz que veio a se tornar recorrente em sua filmografia a ponto de ser considerada uma de suas musas. Dentre as musas de Allen (atrizes que foram protagonistas de seus filmes, como Mira Sorvino – vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por Poderosa Afrodite – e Penélope Cruz – vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por Vicky Cristina Barcelona) duas merecem grande destaque: Diane Keaton e Mia Farrow. Keaton realizou trabalhos nos primeiros anos de sua carreira e os dois tiveram um relacionamento amoroso que rendeu uma longa amizade e o filme Annie Hall. Farrow atuou em praticamente todos os filmes de Allen dos anos 80, foi sua esposa e protagonizou pequenos clássicos como A rosa púrpura do Cairo (1984) e Hannah e suas irmãs (1986).
A principal figura em seus filmes é a do judeu neurótico de Nova York. Há de se acreditar, inclusive, que este seja uma representação da própria personalidade confusa de Allen. Não é necessário ver muitos de seus filmes para ver a repetição dessa figura e em praticamente todos os seus filmes ela é mostrada, de diferentes maneiras, seja através da atuação específica de Allen (como protagonista ou não) ou de outros atores diversos que recebem a função de representar essa persona tão marcante no cinema. Mas essa não é a única representação que aparece em seus filmes, na verdade, o que Allen recria é a realidade conturbada, confusa e conflituosa das grandes cidades do mundo moderno. Ele é um diretor que fala sobre seu tempo e sobre suas pessoas, canalizando parte do espírito social da época em personagens que são sempre cheios de empatia. De modo geral, seus contos se passam na capital do mundo, Nova York, cidade que é verdadeiramente adorada por Allen, que não se cansa de prestar homenagens à cidade na maioria dos seus filmes e a apresenta com uma beleza raramente vista em outros filmes que se limitam a usá-la apenas como cenário.
Apesar de não ligar para o Oscar, Woody Allen tem uma quantidade gigantesca de indicações ao prêmio. São 23 indicações no total: 1 para melhor ator (Annie Hall), 7 para melhor diretor (Annie Hall, Interiores, Broadway Danny Rose, Hannah e suas irmãs, Crimes e Pecados, Tiros na Broadway e Meia noite em Paris) e 15 para roteiro original (Annie Hall, Interiores, Manhattan, Broadway Danny Rose, A rosa púrpura do Cairo, Hannah e suas irmãs, A era do rádio, Crimes e pecados, Simplesmente Alice, Tiros na Broadway, Poderosa Afrodite, Desconstruindo Harry, Match Point e Meia-noite em Paris), saindo vencedor por melhor diretor uma vez, por Annie Hall, e de melhor roteiro três vezes, por Annie Hall, Hannah e suas irmãs e Meia-noite em Paris, seu último grande sucesso (e maior bilheteria desde 1986 – com Hannah e suas irmãs).
De qualquer forma, em virtude de seu aniversário de 77 anos, o Sagaranando vai apresentar, ao longo do mês de dezembro, cinco postagens referentes a grandes sucessos de sua carreira. Os filmes apresentados serão:
Manhattan
Match Point
Hannah e suas irmãs
Meia-noite em Paris
Lucas Moura
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