sábado, 25 de fevereiro de 2012

Oscar - Grandes premiados (5): Melhor Filme

O Oscar já é amanhã e essa aqui é a ultima postagem dessa humilde série que buscou justamente relembrar alguns grandes vencedores do prêmio e também muitos dos meus filmes preferidos e que gostaria de compartilhar um pouco aqui no blog. Pra finalizar, fechando com chave de ouro, vem aí alguns vencedores da principal categoria, a mais esperada e a mais comentada em todos os anos, melhor filme.

1. ...E o vento levou (Gone with the Wind), 1939
Um dos filmes mais conhecidos da história do cinema mundial, ...E o vento levou trouxe para as telonas uma grande revolução técnica ao apresentar pela primeira vez um filme em cores direcionado a adultos (O mágico de Oz é do mesmo ano, porém, infantil). Fora o uso de cores, o filme também se utiliza de vários efeitos especiais, e grande qualidade visual e sonora durante todo o filme. Paralelamente ao lado técnico que dispensa correções, o filme tem uma carga dramática intensa liderada por uma heroína cheia de faces, Scarlett O’hara, uma das personagens mais queridas do cinema. Além de Vivien Leigh (que faz Scarlett) o filme conta com a presença de outros grandes nomes do cinema como Clark Cable e Olivia de Havilland (que ainda está viva!). 

2. Rebecca, 1940
Alfred Hitchcock, um dos diretores de cinema mais influentes da história, fez vários e vários filmes nos EUA, mas apenas o seu primeiro filme em território americano conseguiu o feito de ser o ganhador do Oscar de melhor filme, apesar de não ser o melhor da filmografia do diretor. Rebecca é uma história meio gótica sobre uma mulher falecida, Rebecca, e de como ela parece pairar sobre o ambiente e sobre todos a sua volta, principalmente a nova esposa de seu ex marido, uma confusa e assustada Joan Fontaine (não gosto dela, mas tudo bem). Filme interessante e surpreendente, como um bom Hitchcock deve ser. 

3. Farrapo humano (The lost weekend), 1945
Explorando as desgraças dos alcóolatras, Farrapo humano é o primeiro filme a mostrar da forma mais cruel possível permitida na época o verdadeiro drama e conflito internos pelos quais passa uma pessoa viciada. O protagonista, interepretado por Ray Milland, é levado ao fundo do poço durante o filme e vemos seu total desespero e seu grande esforço buscando recuperação. Tem até umas alucinações no meio, pra deixar a coisa mais tensa. Grande filme. obs: o único defeito é esse nome horrível que deram na tradução brasileira...puts. 


4. Se meu apartamento falasse (The apartment), 1960
Esse é um exemplo clássico de filme completo! Abrange vários gêneros dentro de um mesmo filme e acerta em cheio em todos eles! É ao mesmo tempo uma excelente comédia de costumes, cheia de críticas, também é uma ótima comédia romântica e ainda tem momentos de drama na medida certa, tudo isso combinado perfeitamente numa das minhas comédias preferidas. Liderado por Shriley MacLaine e Jack Lemmon em grande sintonia. Obs: o único defeito é esse nome horrível que deram na tradução brasileira...puts (2). 

5. Perdidos na noite (Midnight cowboy), 1969
No começo de uma nova era do cinema, Perdidos na noite aparece com uma trama agressiva, crua e cheia de sexo e drogas numa época em que o cinema ainda estava muito habituado a ver coisas como A noviça rebelde. É um filme da chamada “Nova Hollywood”, que revolucionou o cinema entre o fim dos anos 60 e a década de 70. A vitória de Perdidos na noite representou uma maior participação de vertentes mais modernas e de jovens diretores ambiciosos por mudanças no jeito de fazer filmes e de mostrá-los às pessoas. Muito do que vemos nos cinemas hoje é reflexo dessa geração e um dos melhores filmes desta é, com certeza, Perdidos na noite. 

6. O poderoso chefão, parte II (The godfather, part II), 1974
Dizer que toda continuação é pior que o primeiro filme é um erro gigante. Afinal, ao dizer isso se está entrando em contradição com a trilogia mais interessante do cinema: O poderoso chefão. A parte II não só segue os passo da parte I como em muitos momentos o supera. Eu, sinceramente, gostei mais desse do que do primeiro. Tudo bem que Marlon Brando como Don Corleone é ótimo, mas na parte II nós acompanhamos como o jovem Vito (Robert DeNiro) tornou-se o chefe da máfia ítalo-americana e também acompanhamos a trajetória de Michael Corleone (Al Pacino) como o novo chefão da área. Outra coisa, pra um filme vencer Chinatown no Oscar em praticamente tudo...ele em que ser no mínimo excepcional! Deve ter sido uma das disputas mais interessantes do Oscar de melhor filme, pois ambos estão entre os melhores indicados da história da premiação. 

7. Rocky – um lutador (Rocky), 1976
Confesso que fui ver Rocky cheio de preconceitos. Bem, é de se ficar com um pé atrás já que é um filme de Sylvester Stallone! Mas acontece que esse filme é uma grande lição de vida, de luta, de superação dos próprios limites e principalmente de redenção. O boxe é assunto paralelo aqui. O que realmente vale é a grande volta que o lutador dá em sua própria vida, saindo do fundo do poço e se reerguendo graças a si mesmo e as grandes pessoas que estão ao seu redor. Curti demais, pena que os outos “Rockys” não cheguem aos pés do primeiro. 

8. Annie Hall, 1977
Comédia de costumes e ao mesmo tempo comédia romântica, aqui está um dos filmes que melhor retrataram sua época: a Nova York dos anos 70. Através de Alvy Singer, Woody Allen nos fala sobre religião, amizade, cinema, sexo e, principalmente, amor. O quão estranhos, confusos e divertidos são os relacionamentos amorosos e como somos vulneráveis a eles. Sintonia perfeita com sua musa, Diane Keaton, que interpreta o papel título do filme, os dois compõem um dos casais mais estranhos e ao mesmo tempo mais carismáticos do cinema. Além disso tudo, o filme trouxe um novo ar ao gênero das comédias românticas, que, aliás, vem de mau a pior. 

9. Kramer vs. Kramer, 1979
Dando um basta na quase crueldade da maioria dos filmes da época, Kramer vs. Kramer aparece como um filme muito sensível que foca justamente em crises familiares. Esse caminho mais introspectivo vai ser marcante em vários filmes dos anos 80. Aqui vemos uma crise familiar diferente, onde a mãe, em meio a uma crise depressiva, abandona o filho com seu marido. Temos então, uma inversão de papéis, onde é a vez do pai assumir também os papéis da mãe e passar a ser responsável pela educação e pelos cuidados do filho pequeno, que pouco entende da conturbada relação em que se meteu estando no meio de duas pessoas que simplesmente não se entendem mais. Show de atuações, apesar de ser um filme pequeno (em teoria) derrubou dois gigantes no Oscar de 1980, Apocalypse now de Coppola e All that jazz de Bob Fosse. 

10. Gente como a gente (Ordinary people), 1980
Muitos fãs de Scorsese são revoltados pela derrota de Touro indomável para esse discreto e delicado Gente como a gente mas isso não torna esse filme ruim. Muito pelo contrário, é excelente. Um drama família tenso, complicadíssimo, envolvendo luto, culpa e falta de cumplicidade familiar. Se Kramer vs. Kramer deu uma introdução aos dramas familiares que viriam, Gente como a gente os aprofundou de vez e tornou-se um sucesso imediato pela sua forma triste e sutil de mostrar um drama tão forte. Tudo bem que eu também acho que o prêmio teria ficado melhor nas mãos de Touro indomável, mas nem por isso vou desconsiderar os grandes méritos de Gente como a gente que o deixam no mesmo nível dos grandes vencedores do prêmio. 

11. Amadeus, 1984
Uma das melhores cinebiografias que já vi, Amadeus acompanha a relação conturbada entre dois grandes músicos da corte de Viena: o atualmente considerado gênio, Mozart e o atualmente completo desconhecido, Salieri. Quem nos mostra a história é Salieri (F. Murray Abraham) e vemos tudo do seu ponto de vista e de como foi construída essa relação entre os dois músicos com base em sentimentos de inveja e de admiração, nem sempre na mesma medida.

12. A lista de Schindler (Schindler’s list), 1993
Único filme de Spielberg a vencer na categoria de melhor filme (não vamos nos esquecer da derrota quase sem sentido de O resgate do soldado Ryan para Shakespeare apaixonado) A lista de Schindler acompanha a história real de um homem que conseguiu salvar milhares de judeus em meio ao holocausto nazista. O longo filme (tem bem umas 3hrs de duração, eu acho) é triste e ao mesmo tempo muito bonito, principalmente pelo visual que Spielberg conseguiu dar e pela bela história de solidariedade e respeito com o próximo. 

13. Titanic, 1997
A fórmula do sucesso nas mãos de James Cameron: junte muito drama novelesco com amores impossíveis que desafiam a tudo e a todos com um show de efeitos especiais, muitas mortes, caos e destruição e você ganhará rios e rios de dinheiro. Titanic é o maior vencedor do Oscar (empatado com Bem-Hur) com o singelo número de 11 estatuetas, e não é por menos. A qualidade técnica do filme é impecável, o que lhe permitiu varrer as categorias técnicas no Oscar de 1998. Quanto à história em si, não é das melhores. O romance do casal protagonista não é nem um pouco original, porém, é extremamente funcional (e rentável – estamos falando de James Cameron). Elevou automaticamente os atores Leonardo DiCaprio e Kate Winslet à posição de grandes astros do cinema e é o filme preferido de toda uma geração. Obs: será relançado esse ano em 3D, ainda estou pensando se vale ou não a pena revê-lo dessa forma... 

14. Beleza americana (American beauty), 1999
Passando na cara de todo mundo a grande hipocrisia em que vive o povo americano, que faz questão de vender uma imagem de “sou mais feliz do que você!” enquanto por dentro são detonados, confusos, insatisfeitos e cheios de segredos sórdidos. A missão de Beleza Americana é justamente essa, mostrar pra quem quiser ver que as aparências realmente enganam, que as pessoas não são como elas se mostram ao mundo, como é triste precisar fazer isso e o preço que pagamos ao tentar romper com esse paradigma. 

15. Onde os fracos não tem vez (No country for old men), 2007
Único filme dos Coen a ganhar na categoria, Onde os fracos não tem vez nos mostra uma grande perseguição, motivada por uma bolada em dinheiro, cheia de ação, violência e humor estilo Coen. Originalidade é a marca dos irmãos, e aqui ela não falta. Quando resolvem juntar com o clima tenso que se constrói durante todo o filme, ficou difícil para Desejo e reparação e, principalmente, Sangue negro, o baterem no Oscar de 2008. 

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