sábado, 4 de fevereiro de 2012

Oscar - Grandes premiados (1): Melhor Atriz Coadjuvante

Hoje, na primeira postagem, vou falar sobre grandes atrizes vencedoras do Oscar de melhor atriz coadjuvante. São todas grandes atrizes que muitas vezes roubaram a cena dos protagonistas. Muitas vezes, o coadjuvante é o elemento que diferencia esse filme.
O primeiro ano em que foi dado um prêmio para esta categoria foi em 1936, a 9ª edição do prêmio.


1. Hattie MacDaniel: ...E o vento levou (Gone with the Wind), 1939

Personagem muito interessante, a atriz interpreta aqui a empregada, ou melhor, escrava da excelentíssima senhorita Scarlett O’hara num dos principais filmes da história do cinema hollywoodiano: ...E o vento levou. A atuação de Hattie chama atenção não apenas por ser divertida, mas por ter sido também a primeira atriz negra a ganhar um Oscar, não muito longe da época em que personagens negros no cinema eram interpretados por atores brancos maquiados. 

2. Jane Darwell: Vinhas da ira (The grapes of wrath), 1940
Jane faz uma pobre mãe de uma família miserável de agricultores dos EUA que perderam tudo o que tinham devido a grande crise que se instalou no final dos anos 20 e que vêem na possibilidade de migrarem para o oeste, lugar de terras abundantes, uma chance de recomeçarem suas vidas. Vinhas da ira é um filme intenso. A relação daquela família com suas terras, seu desespero e sua esperança de uma vida melhor tornam o filme muito bonito. Grande elenco, com destaque para Henry Fonda e a própria Jane Darwell. 

3. Kim Hunter: Uma rua chamada pecado (A streetcar named desire), 1951
Ê filme bom! Uma rua chamada pecado é um dos clássicos de que mais gosto, e não é por menos. A complicada relação entre as duas irmãs, Blanche (Vivien Leigh) e Stella (Kim Hunter), principalmente quando o assunto é o grosseiro, Stanley Kowalski (Marlon Brando), marido de Stella e por quem ambas encontram-se atraídas, torna o filme muito forte, principalmente para a época. Claro que quando se fala em Uma rua chamada pecado logo vem à cabeça as atuações de Vivien Leigh e Marlon Brando, mas esse é um filme de grande elenco. Stella também é um personagem vital para o desenrolar da história. Impossível ver o filme e não lembrar dos gritos de Kowalski chamando por “Stellaaaaaaaa! Stellaaaaaaaaa!” 

4. Eva Marie Saint: Sindicato de ladrões (On the waterfront), 1954
Num filme em que basicamente só existem personagens masculinos, a então desconhecida Eva Marie Saint aparece fazendo uma jovem mocinha corajosa que resolve lutar e gritar em defesa de justiça pelo seu irmão morto pela máfia de criminosos que mandam na perigosa região do cais. Rouba a cena totalmente e é importantíssima no processo de conversão do protagonista, interpretado por Marlon Brando, de criminoso a herói. 

5. Estelle Parsons: Bonnie e Clyde, 1967
A escandalosa Blanche Barrow é a esposa do irmão, também criminoso, de Clyde, e acaba envolvida em perseguições policiais e nos crimes cometidos pelo maior casal de criminosos dos EUA. Muito engraçada. 

6. Ruth Gordon: O bebê de Rosemary (Rosemary’s baby), 1968
Ruth Gordon aparece aqui como a bizarra bruxa da cidade grande, que resolve usar sua nova e inocente vizinha, Rosemary (Mia Farrow) como hospedeira para o nascimento de uma espécie de demônio. Buh! A questão aqui é que a atuação de Ruth é muito convincente e totalmente fora do convencional e ela é marca registrada nesse que é um dos mais importantes filmes do gênero. Pra falar a verdade, gosto mesmo da atriz por seu trabalho em Ensina-me a viver (Harold e Maude, 1971) em que ela faz uma velhinha cheia de vida e que tem uma maneira muito curiosa de encarar a morte. 

7. Beatrice Straight: Rede de intrigas (Network), 1976
A triste e traída esposa de um importante homem do meio da mídia que tem apenas pouco mais de 6 minutos de aparição no filme e levou um Oscar mesmo assim. Imaginem, então, como é a atuação de Beatrice Straight nesse filme fantástico que é Rede de intrigas. Só digo isso.

8. Meryl Streep: Kramer VS. Kramer, 1979
A atriz mais querida de muita gente. Essa considerada melhor atriz em atividade não poderia estar de fora dessa singela lista, ainda mais por um papel tão bom quanto o de Joanna Kramer. Dona de casa, triste, entediada e solitária que resolve tomar uma atitude drástica ao largar o marido (Dustin Hoffman), o filho pequeno (Justin Henry) e seguir em busca de sua felicidade, sua estabilidade e sua realização profissional. Grande atuação, um dos meus filmes preferidos da atriz e seu primeiro Oscar. 

9. Dianne Wiest: Hannah e suas irmãs (Hannah and her sisters), 1986
Uma das personagens mais interessantes e carismáticas de Woody Allen, Dianne Wiest faz a fracassada, deprimida, desestabilizada, imatura, indecisa e ex viciada Holly nesse que é um dos melhores filmes de Woody. Apesar de ser uma grande perdedora, a personagem consegue ser também envolvente e carismática e acompanhar sua trajetória de fracassos e sucessos é show de bola. Dianne Wiest voltou a ganhar outro Oscar de atriz coadjuvante anos mais tarde, também por atuar em parceria com Woody, no filme Tiros na Broadway, na década de 90. 

10. Whoopi Goldberg; Ghost, 1990
Impossível esquecer Whoopi. Impossível esquecer Ghost. Impossível também esquecer Oda Mae Brown (confesso que não lembrava do nome dela de jeito nenhum) a vidente duvidosa do filme Ghost que consegue fazer contatos com o além, mais conhecido com Patrick Swayze e tem como missão fazê-lo se conectar com seu Love, mais conhecido como Demi Moore, que ficou aqui na terra. Filme clássico da Sessão da tarde e muito querido pelo público em geral. 

11. Anna Paquin: O piano (The piano), 1993

A conhecida protagonista da série True Blood começou a ter destaque nesse filme de 1993, O piano, onde ela faz a filha ainda criança de Ada (Holly Hunter) que acompanha a mãe numa viagem para a então selvagem Nova Zelândia. Seu destaque principal, entretanto, vai por ela ter a segunda atriz mais jovem a vencer um Oscar, aos 11 anos de idade, perdendo apenas para Tatum O’neal (venceu aos 10).

12. Mira Sorvino: Poderosa Afrodite (Mighty Aphrodite), 1995
Desbocada e divertida, Mira Sorvino interpreta Linda Ash, jovem aspirante a atriz, que acaba como atriz pornô, mãe do filho adotivo de Lenny Weinrib (Woody Allen). As cenas em que ambos contracenam juntos são as melhores do filme. Os diálogos entre os dois são muito engraçados, as situações bizarras e as atuações ótimas. Um dos meus filmes preferidos do diretor, culpa, em parte, da atuação carismática de Mira Sorvino.

13. Penélope Cruz: Vicky Cristina Barcelona, 2008
Penélope entrou para a lista de atrizes oscarizadas por esse que é um dos grandes sucessos recentes do diretor Woody Allen fazendo a personagem da sedutora, problemática e neurótica pintora Maria Elena, uma bizarra peça chave na relação entre seu ex marido, Juan Antonio (Javier Bardem) e sua namoradinha americana (Scarlett Johansson). Penélope Cruz aqui é tão bonita quanto a Barcelona mostrada. 

14. Mo’nique: Preciosa (Precious: based on the novel ‘Push’ by Sapphire), 2009
Bizarro, cruel e com sérios problemas psicológicos. Essa é a doce e simpática mãe da personagem Precious (Gabby Sidibe) nesse filme tão...dramático, forte e na maioria das vezes cruelmente real que é Preciosa. A personagem de Mo’nique é um pesadelo na vida de qualquer pessoa, uma mulher violenta e sem um pingo de caráter. Uma personagem muito difícil de digerir e muito mais difícil ainda de atuar. Excelente, uma das melhores.

15. Melissa Leo: O vencedor (The fighter), 2010
A mais recente atriz a vencer a categoria, Melissa aqui aparece como a mãe durona e sem caráter do fracassado Micky Ward (Mark Whalberg), do ex lutador viciado em crack, Dicky (Christian Bale) e de outras sete adoráveis garotas, que ao mesmo tempo em que é uma parasita na vida de Micky também é uma mulher que zela, mesmo que em muitas vezes seja da forma errada, pelo maior bem que tem: sua família. 


por Lucas Moura

Um comentário:

  1. Velho, seu site é ótimo. Simplesmente incrível saber que você passa tanto tempo se enchendo de cultura e ainda assim é tão magro por fora! HAHHAHA
    Alerto que o único ponto negativo é spoiler que você acaba deixando passar em diversas críticas... Juro que se não tivesse assistido a algum filme desses ficaria puto pelas revelações.

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