Depois de Um corpo que cai, que não foi bem recebido por público e
crítica, Alfred Hitchcock lança aquele que veio a ser um de seus
maiores sucessos: o intenso Intriga Internacional. Cary Grant,
assíduo colaborador de Hitchcock, é o publicitário Roger O. Thornhill,
executivo de publicidade confundido com um agente secreto que a partir
do infeliz mal entendido precisa fugir de um lado pra outro dos Estados
Unidos, muitas vezes atrás da misteriosa loira Eve Kendall (Eve marie
Saint), que tem uma estranha relação com aqueles que querem sua cabeça.
Um filme cheio de ação, que lembra muito 007 (tanto que Hitchcock se recusou a dirigir o primeiro 007 afirmando que era plágio de sua obra), mas que eu esperava mais. Desculpa, Hitch.
Nota: 8,5/ 10
Um dos melhores e mais conhecidos filmes de Ingmar Bergman também é um dos mais influentes. Em filmes como Desconstruindo Harry de
Woody Allen podemos ver traços da imortal história de um médico e
professor universitário, Isak Borg (Victor Sjöström), que viaja de
Estocolmo a sua cidade natal de carro para receber uma homenagem. Um dia
na estrada junto de sua nora e uns jovens caroneiros fazem o velho Isak
relembrar sua juventude, seu amor por uma prima e pensar em sua vida,
mergulhada no trabalho, cheia de decepções, além de pensar na própria
mortalidade - tema que inicia o filme, quando Isak tem um sonho sombrio.
Coroado no Festival de Berlim com Urso de Ouro (melhor filme) e prêmio
de melhor ator para Sjöström, Morangos Silvestres permanece atual e vivo entre sua enorme legião de fãs.
Nota: 10
Ray Milland, grande ator do cinema clássico e vencedor do Oscar de
melhor ator por Farrapo humano (1945) vive aqui um ex-tenista chamado
Tony Wendice, um cara cujo dinheiro se foi há algum tempo junto com a
carreira no esporte. O alto padrão que ele ostenta é patrocinado por sua
bela esposa Margot (ninguém menos que Grace Kelly), mas o casamento dos
dois não vai bem e ele descobre que ela pretende deixá-lo para viver
com um amante. Para não perder a boa vida - aliás, melhorar a vida
financeira - Tony decide matar a esposa e ficar com todo seu dinheiro.
Contrata um amigo para matá-la, mas o tiro sai pela culatra e no momento
de desespero, Margot reage e mata o criminoso. Final feliz? Calma, nem
chegamos à metade do filme. Tony elabora rapidamente um plano B e... só
assistindo pra saber. Hitchcock, do jeito que só ele sabia fazer, conduz
cenas muito tensas segurando os mistérios da macabra trama do marido
ambicioso. Show de direção.
Nota: 9,5/ 10
Depois de sua triunfante estreia no cinema em A princesa e o plebeu,
dirigido por William Wyler, que de cara lhe deu um Oscar de melhor
atriz, Audrey Hepburn trabalhou com outro grande diretor, Billy Wilder.
Na pele da protagonista Sabrina, Audrey interpreta a jovem filha do
motorista de uma das famílias mais ricas de Nova York, que é apaixonada
por um dos filhos do patrão. Decepcionada pelo fato do amado David
(William Holden) ser um cafajeste, Sabrina viaja para a Europa para
estudar, e volta anos depois transformada numa elegante mulher. A nova
Sabrina vai voltar a mexer com o mulherengo David mas também com seu
irmão mais velho, o austero Linus (Humphrey Bogart). Filme simples, mas
prato cheio de elegância e do humor ácido de Billy Wilder.
Nota: 8,5/ 10
Nota: 8,5/ 10
Crepúsculo dos deuses é
uma grande crítica à própria indústria do cinema e do entretenimento,
um mundo que pode num momento elevar uma pessoa ao céu e, em questão de
minutos, lançá-lo no total ostracismo quando não lhes é mais
conveniente. É isso que ocorre com a Norma Desmond interpretada por
Gloria Swanson. Uma musa do cinema mudo largada no esquecimento após o
advento do cinema falado e que sofre com sua loucura e suas obsessões ao
mesmo tempo em que alimenta fantasias megalomaníacas de uma volta ao
estrelato que jamais ocorrerá. O roteiro de Wilder é fantástico. A forma
como amarra as diferentes circunstâncias que culminam para o grande
final, que é revelado já no início do filme, é de uma inteligência
incrível. O filme é ácido, maldoso e as coisas se desenrolam de uma
maneira ironicamente cruel para todas as personagens. Wilder não se
importa de vê-las sofrer e as castiga pelos seus erros. Filme não só obrigatório como essencial para os amantes do bom cinema.
Nota: 10
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