Pior que o medo daquilo que se pode ver é o terror de saber que você tem um inimigo mortal mas não pode vê-lo. Essa é a chave para o clima de tensão neste filme fundamental para o cinema de ficção científica. Ao pousarem num inóspito planeta em busca de algum sinal de vida, os sete tripulantes da nave Nostromo acabam levando para dentro da própria nave a mais terrível das criaturas: um ser fisiologicamente perfeito, adaptável a qualquer condição de temperatura, umidade etc, muito inteligente e que vive motivado apenas a sobreviver e matar. O filme é absolutamente brilhante ao confrontar um futuro de alta sofisticação científica com um desafio que remete aos primórdios da civilização - a luta pela sobrevivência. Destaque para a forte protagonista, Ripley (Sigourney Weaver), testada física e psicologicamente a níveis extremos por todo o filme.
Nota: 10
O anúncio de demissão após mais de vinte anos como âncora de um dos principais telejornais do horário nobre faz Howard Beale (Peter Finch, que faleceu e recebeu o primeiro Oscar póstumo da história) pirar. Desequilibrado, insano e totalmente fora da casinha, ele anuncia no dia seguinte, ao vivo para milhões de pessoas, que irá se matar na frente das câmeras. A reação é imediata: a audiência aumenta a galope, e por causa disso não tiram o jornalista do ar. É aí que começa (ou melhor, se escancara) a canalhice: a vice-presidente de programação Diana Christensen (Faye Dunaway) decide aproveitar a loucura de Beale e lhe dar um show onde ele poderia soltar o verbo sobre qualquer coisa, gritando inconformado sobre tudo, um messias descontrolado e televisionado. Enquanto a reação do público é a mais sincera possível, chegando a gritar nas janelas de casa "eu não aguento mais!", as intenções da emissora são as piores possíveis. É mostrado um mundo de manipulação, mentiras, corrupção e ausência de qualquer moralidade. A sordidez ultrapassa a televisão e é uma realidade também dos executivos, tão sem escrúpulos quanto o sistema que constroem - em especial Diana, encarnação de tudo que a televisão tem de pior.
Nota: 10
Nota: 10
Anos antes de Alien, Steven Spielberg já trabalhara com a ideia do monstro que não pode ser visto - neste caso, que passa boa parte do filme oculto. Estamos em Amity Island, tranquila cidade de veraneio da Costa Leste, prestes a ser invadida por turistas na estação mais quente do ano. Quando o policial Martin Brody ((Roy Scheider) decide investigar com mais atenção a morte de banhistas, passa a acreditar que as praias representem um perigo para seus frequentadores. Desacreditado pelas autoridades locais, Brody busca a ajuda do especialista Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e do insano pescador Quint (Robert Shaw), um velho lobo do mar, e juntos os três vão juntando evidências, à medida em que novos ataques vão acontecendo. A luta contra um inimigo poderoso e gigantesco é comparável à história de Moby Dick, graças à criatividade e competência de Spielberg, nesse primeiro de seus muitos sucessos.
Nota: 9,0/ 10
Nota: 9,0/ 10
Parecia
ser mais uma tarde em meio a uma onda de calor insuportável que caíra
sobre Nova York, até que dois sujeitos entram num banco e anunciam um
assalto. Poderia ser um breve assalto, mas a inexperiente dupla Sonny
(Al Pacino) e Sal (John Cazzale) não só não tinha muito jeito pra coisa como tem o azar de encontrar o cofre do banco praticamente vazio - o dinheiro havia sido recolhido pela manhã. O azar dos dois piora ao sair do banco, quando aparece a polícia e por não terem saída, o roubo se transforma em sequestro. A partir daí o filme torna possível conhecer melhor os dois assaltantes e um pouco de alguns dos reféns, com destaque para Sonny, que negocia com a polícia através de um megafone e berra a plenos pulmões os problemas de sua vida - atraindo para si a simpatia da população que ouvia. Baseado numa história real, Um dia de cão é mais um bom exemplo das grandes produções inovadoras e inconformistas dos anos 70.
Nota: 9,5/ 10
Dizer que este filme é uma oferta irrecusável, fazendo alusão à célebre frase de Don Corleone (Marlon Brando, dando um novo significado à palavra "antológico") nunca vai deixar de ser uma verdade. Prezados, estamos falando do melhor filme de todos os tempos! Me explico: dentre os melhores filmes já feitos, este é o que tem mais alcance diante do público geral. Pra que ainda não conhece a história: os Corleone são a mais poderosa das cinco grandes famílias mafiosas de Nova York. São liderados pelo Don Vito, pai do explosivo Sonny, do cínico Fredo, da espevitada Connie e do promissor Michael (Al Pacino), que é o único que não se envolve nos negócios ilícitos da família - algo que precisa ser repensado no momento em que o clã é posto em risco. Misturando elementos do cinema noir, do pulp e da tradição italiana, Coppola cria o maior dos clássicos contemporâneos, icônico até Jesus dizer chega e eternamente cativante.
Nota: 10 (pode dar mais?)
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