Um cara quieto e caladão (Ryan Gosling) que tem um emprego não muito convencional: trabalha como dublê em cenas de ação envolvendo carros. Além disso, ele também trabalha como motorista. Não um qualquer, ele dirige para criminosos, possibilitando suas fugas. Ele não participa ativamente dos crimes, não usa armas nem nada. Ele apenas dirige. Contanto que os camaradas que o contratarem façam o serviço em 5 minutos, tudo ok.
A parada começa a complicar quando ele se apaixona por sua vizinha, a jovem Irene (Carey Mulligan), cujo marido está na prisão.
A coisa fica realmente séria quando o marido de Irene sai da prisão. Ele está envolvido com criminosos barra pesada que põem em risco sua vida e a vida de Irene e do filho do casal, Benicio. Claro que nosso camarada protagonista, apaixonado pela mulher e apegado ao seu filho, não poderia deixar que nada de ruim acontecesse com os dois, e se envolve totalmente no perigoso caso da dívida do marido de Irene com os mafiosos, o que tem, obviamente, consequências trágicas.
Drive é um filme bem interessante. Não vá vê-lo pensando que é um filme de ação qualquer, é muito mais do que isso. Primeiro, o protagonista é um homem muito complexo, indecifrável para falar a verdade, suas expressões, já que ele pouco fala durante o filme, mostram o quanto ele é confuso e que muitas coisas passam pela sua cabeça. A questão é: em nenhum momento sabemos exatamente quem ele é. Nem o seu nome é revelado durante o filme! Ele é chamado por Shannon, seu patrão e também uma espécie de agente que também se envolve na bagaça, apenas por “Kid”. Chamar alguém de “garoto” não quer dizer muita coisa. É claro que dá pra perceber o quanto ele ama Irene, afinal, ele demonstra esse amor durante todo o longa, de forma muitas vezes sutis, tão sutis quanto uma pessoa tão comedida poderia usar.
A primeira parte de Drive chega a ser romântica e bucólica, apesar de sabermos que as coisas não vão ficar assim por muito tempo. Só não esperamos que a segunda parte venha tão violenta. É uma sequência implacável de cenas de violência muito fortes, algumas chocantes até. Tenho que confessar que me pegou meio desprevenido. Também muito me agradou a trilha sonora, quase cafona, meio destoando de tudo mas muito interessante. Impossível não notá-la. E também a fotografia, muito bonita.
Quanto às atuações, todos os créditos para Ryan Gosling. Ele é o ator do momento, isso é um fato. Drive é uma continuação de grandes trabalhos do ator que vieram em sequência em 2011. Blue valentine, Tudo pelo poder e Drive. Três filmes excelentes, e aqui ele mostra o seu melhor. Tudo leva a crer que seu trabalho só vá melhorar cada vez mais. Sua ausência entre os cinco indicados ao Oscar de melhor ator é, para mim, injusta. Ele merecia a indicação. Destaque também para a presença da sempre fofa Carey Mulligan como a “mocinha indefesa” e do veterano Albert Brooks, como um “vilão” da história.
por Lucas Moura
por Lucas Moura
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