Dispensa subtítulo, afinal seria dificil encontrar alguma definição breve para este filme. Em resumo, O Sol é para todos (To kill a mockinbird, 1962) é uma narração feita por Jean Louise Finch, apelidada de Scout, de quando tinha seis anos e vivia na pequena cidade de Maycomb, no Alabama, com seu pai Atticus (Gregory Peck) e seu irmão Jem. Na época seu pai fora contratado para defender Tom Robinson de uma acusação de estupro. Tom era negro e a decisão de Atticus em defendê-lo indignou muitos moradores da cidade - afinal, se estamos falando do interior de um estado sulista na década de 30, nem preciso dizer da segregação racial existente.
O fato é que numa cidadezinha sulista, em plena época da segregação racial, a condenação de Tom era evidente, independente dele ser ou não culpado. Uma moça branca havia sido estuprada e fora mais fácil para todos acusar o pobre e negro Tom; nem mesmo a brilhante defesa de Atticus parece ser suficiente para absolvê-lo. Nesse aspecto o filme é brilhante: primeiro pelo julgamento (é considerado o melhor filme americano de júri) e também por mostrar de maneira tão natural os aspectos culturais e comportamentais da cidade.
O filme é mais focado nas crianças que no próprio Atticus. Scout, Jem e Dill, o sobrinho de uma vizinha, vão conhecendo o mundo e se surpreendendo como as pessoas cometem erros a partir de coisas insignificantes, como a cor da pele. Logo no começo há uma cena em que Scout aprende sobre pobreza; Atticus explica que não é o que as pessoas têm que define seu caráter, e sim suas ações. Outro foco da história é a misteriosa figura de Arthur "Boo" Radley, vizinho dos Finch, um jovem que vive trancado em casa e sobre o qual giram muitos mitos de loucura e violência. Boo tem um papel chave na história, além de ajudar as crianças a compreender quão prejudicial é o preconceito, seja ele qual for.
O que dá pra contar é isso, mas eu garanto ter muito mais. Sabe um filme que dura pouco mais de duas horas e você assiste sem se dar conta? Pois é. Tudo é tão genuíno, tão bem feito, que é impossível não se encantar pela história e pelas personagens, principalmente pela inocente e curiosa Scout. É impressionante como a aparente simplicidade da obra consegue trazer implícitos temas como preconceito racial e o provincianismo de uma cidade. Uma vez li em algum lugar que este é um filme pra se ver e colocar automaticamente entre os preferidos, e comigo não foi diferente.
O filme é mais focado nas crianças que no próprio Atticus. Scout, Jem e Dill, o sobrinho de uma vizinha, vão conhecendo o mundo e se surpreendendo como as pessoas cometem erros a partir de coisas insignificantes, como a cor da pele. Logo no começo há uma cena em que Scout aprende sobre pobreza; Atticus explica que não é o que as pessoas têm que define seu caráter, e sim suas ações. Outro foco da história é a misteriosa figura de Arthur "Boo" Radley, vizinho dos Finch, um jovem que vive trancado em casa e sobre o qual giram muitos mitos de loucura e violência. Boo tem um papel chave na história, além de ajudar as crianças a compreender quão prejudicial é o preconceito, seja ele qual for.
O que dá pra contar é isso, mas eu garanto ter muito mais. Sabe um filme que dura pouco mais de duas horas e você assiste sem se dar conta? Pois é. Tudo é tão genuíno, tão bem feito, que é impossível não se encantar pela história e pelas personagens, principalmente pela inocente e curiosa Scout. É impressionante como a aparente simplicidade da obra consegue trazer implícitos temas como preconceito racial e o provincianismo de uma cidade. Uma vez li em algum lugar que este é um filme pra se ver e colocar automaticamente entre os preferidos, e comigo não foi diferente.
Apesar do roteiro simples, O Sol é para todos entrou para a história do cinema por diversos motivos. Primeiro pela adaptação para o cinema a partir do livro homônimo, vencedor do Prêmio Pulitzer de Literatura (saiu vencedor do Oscar de melhor roteiro adaptado, e é considerado uma das melhores versões cinematográficas de livros já feita), passando pelo elenco brilhante, liderado por Gregory Peck, que levou seu Oscar de melhor ator. Atticus é uma espécie de herói extinta no cinema, um cavalheiro defensor de princípios. As crianças também são ótimas, extremamente naturais nas personagens (Mary Badham foi indicada a melhor atriz coadjuvante por Scout). E é claro, destaque para Robert Duvall como Boo - o então jovem ator seria imortalizado dez anos depois como o consigliere Tom Hagem em O poderoso chefão (The godfather, 1972).
Luís F. Passos
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