1. Para sempre Alice (Still Alice, 2011)
A vencedora do Oscar de melhor atriz desse ano saiu mais uma vez um filme de elenco, ou seja, uma história boa - apenas boa, nada inesquecível ou revolucionário - que se destaca pelo elenco. Estamos falando de Juliane Moore, que interpreta a professora universitária Alice Howland. Alice construiu uma respeitosa carreira através de muito estudo e da linguística, sua especialidade, e foi após se atrapalhar numa palestra, ao esquecer a palavra léxico, que ela atenta para o esquecimento, cada vez mais presente em sua vida. Ao consultar um neurologista, ela é diagnosticada com o mal de Alzheimer, numa forma precoce e agressiva por se tratar de uma mutação genética herdada de seu pai. Ao longo de dois anos vemos a vida de uma mulher independente mudar radicalmente, ao ponto de não conseguir amarrar os próprios cadarços. O filme, por seu roteiro e direção, se assemelha à uma evolução clínica de uma paciente, mas a atuação de Moore é tão marcante, tão vívida, incorporando as debilidades físicas e psíquicas de Alice, que escapa de qualquer crítica e salva o conjunto final.
Nota: (10 de Juliane Moore + 6 do filme /2=) 8,0/ 10
2. O segredo de Brokeback Mountain (Brokeback Mountain, 2005)
Um filme muito sólido, emocionante e nem um pouco apelativo. A história
do amor proibido dos cowboys Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist
(Jake Gyllenhaal) se passa nos anos 60, a partir do primeiro contato,
quando foram contratados para tomar conta de um rebanho nos arredores de
uma montanha. O tempo passa, ambos constituem família em suas
respectivas cidades, se reencontrando raras vezes mas mantendo o
sentimento que os uniu. Sentimento transmitido pelas grandes atuações
dos protagonistas, em especial Heath Ledger, que se mostrou uma
revelação. Tímido e introspectivo, Ennis Del Mar esconde seus
sentimentos por trás de uma carapaça de músculos e brutalidade. Tudo
isso apresentado como um western pra John Ford ou Sergio Leone nenhum
botar defeito - a não ser que eles não deixassem de lado alguns
preconceitos.
Nota: 9,5/ 10
3. Cinema Paradiso (Nuovo Cinema Paradiso, 1988)
Italianos... ô povinho pra saber fazer filme bom! A Itália é um dos países que mais venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro, além de ser berço de alguns dos maiores cineastas da
história, como Fellini, Antonioni, De Sicca, Leone, entre outros. Ente
os italianos vencedores do Oscar, um dos mais queridos é o emocionante Cinema Paradiso,
a bela história de Salvatore, um pobre garoto do interior apaixonado
por cinema que cria uma forte amizade com Antonio, o projetor do pequeno
cinema local. Salvatore, conhecido como Totó quando pequeno, costumava
espiar da sala de projeção enquanto o padre censurava as cenas de beijo,
e assim nasceu sua paixão pelo cinema. O brilho nos olhos de Totó é o
mesmo brilho de qualquer criança (ou alguém que preserve o fascínio de
uma criança) diante de um telona - e é apenas um de muitos aspectos
positivos e emocionantes do filme. Um filme recente que se assemelha a Cinema Paradiso é A invenção de Hugo Cabret, especialmente seu protagonista, quase uma personificação da infância de Scorsese.
Nota: 9,5/ 10
4. A Cor Púrpura (The color purple, 1985)
Um Steven Spielberg, rei da fantasia e aventura, que poucos conhecem. Uma Whoopi Goldberg, rainha da comédia (e da sessão da tarde) que poucos conhecem. Ambos se aventuraram, trinta anos atrás, num drama sólido e emocionante sobre opressão social, de raça e gênero. Baseado no livro homônimo, A cor púrpura é ambientado na pobreza do sul americano, onde as irmãs Celle e Nettie encontram uma na outra o amor para suportar sua difícil realidade. Após sofrer abuso pelo próprio pai, Celle é dada a um homem mais velho, já viúvo e pai de vários filhos. Ao longo de décadas, Celle (Whoopi Goldberg, na fase adulta) tenta aliviar seu sofrimento através de cartas, inicialmente sem destinatário, depois à sua irmã, que se torna missionária, e à engajada nora de seu esposo, Sofia (Oprah Winfrey). O filme recebeu diversas indicações ao Oscar, sendo a de Whoopi ao prêmio de melhor atriz a que até hoje repercute - até então, nenhuma negra havia vencido na categoria, o que só ocorreu em 2002, quando Halle Berry faturou a estatueta, e em seu discurso homenageou o trabalho da colega, 17 anos antes.
Nota: 10
Um Steven Spielberg, rei da fantasia e aventura, que poucos conhecem. Uma Whoopi Goldberg, rainha da comédia (e da sessão da tarde) que poucos conhecem. Ambos se aventuraram, trinta anos atrás, num drama sólido e emocionante sobre opressão social, de raça e gênero. Baseado no livro homônimo, A cor púrpura é ambientado na pobreza do sul americano, onde as irmãs Celle e Nettie encontram uma na outra o amor para suportar sua difícil realidade. Após sofrer abuso pelo próprio pai, Celle é dada a um homem mais velho, já viúvo e pai de vários filhos. Ao longo de décadas, Celle (Whoopi Goldberg, na fase adulta) tenta aliviar seu sofrimento através de cartas, inicialmente sem destinatário, depois à sua irmã, que se torna missionária, e à engajada nora de seu esposo, Sofia (Oprah Winfrey). O filme recebeu diversas indicações ao Oscar, sendo a de Whoopi ao prêmio de melhor atriz a que até hoje repercute - até então, nenhuma negra havia vencido na categoria, o que só ocorreu em 2002, quando Halle Berry faturou a estatueta, e em seu discurso homenageou o trabalho da colega, 17 anos antes.
Nota: 10
5. Adorável Pecadora (Let's make love, 1960)
Talvez seja no seu penúltimo filme que Marilyn Monroe aparece mais linda do que nunca - mas menos sexy que no filme anterior, Quanto mais quente melhor (1959). A queridinha da América aparece aqui como a atriz e dançarina Amanda, que trabalha numa pobre companhia de teatro do segundo escalão da Broadway, que prepara uma peça que pretende parodiar figuras poderosas e famosas, como o cantor Elvis Presley e o bilionário Jean-Marc Clément (Yves Montand). Acontece que Clément se irrita com o uso de sua imagem e resolve aparecer num ensaio para acabar com a festa, mas ao chegar encontra Amanda de collant dançando e fica caidinho. Depois de um pequeno mal entendido, ele acaba no elenco interpretando a si próprio, se passando por um pobre ator imigrante chamado Alexandre Dumas. A comédia musicada (mas não um musical) se abrilhanta pelas músicas e pela estonteante presença de Marilyn, que nessa altura do campeonato dispensa comentários do Sagaranando.
Nota: 8,0/ 10
Luís F. Passos
Talvez seja no seu penúltimo filme que Marilyn Monroe aparece mais linda do que nunca - mas menos sexy que no filme anterior, Quanto mais quente melhor (1959). A queridinha da América aparece aqui como a atriz e dançarina Amanda, que trabalha numa pobre companhia de teatro do segundo escalão da Broadway, que prepara uma peça que pretende parodiar figuras poderosas e famosas, como o cantor Elvis Presley e o bilionário Jean-Marc Clément (Yves Montand). Acontece que Clément se irrita com o uso de sua imagem e resolve aparecer num ensaio para acabar com a festa, mas ao chegar encontra Amanda de collant dançando e fica caidinho. Depois de um pequeno mal entendido, ele acaba no elenco interpretando a si próprio, se passando por um pobre ator imigrante chamado Alexandre Dumas. A comédia musicada (mas não um musical) se abrilhanta pelas músicas e pela estonteante presença de Marilyn, que nessa altura do campeonato dispensa comentários do Sagaranando.
Nota: 8,0/ 10
Luís F. Passos
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