Fazendo o balanço cinematográfico do ano, fui relembrando quais os filmes que vi no cinema nesse ano de 2011. Não foi uma tarefa difícil, pois tenho o costume de guardar os ingressos dos filmes que vejo no cinema. Dando uma olhada, vi que 2011 foi um ano muito bom nesse sentido e de todos os filmes que vi no cinema esse ano, separei os 10 que achei mais interessantes nessa listinha para encerrar a vida cinematográfica de 2011 e dar início a de 2012 (que promete!).
Os filmes escolhidos (lembrando que essa lista é pessoal!) foram:
10 – O concerto
Filme muito agradável e uma grata surpresa. Fui vê-lo sem grandes expectativas e se mostrou um dos melhores filmes que vi no cinema neste ano de 2011. Basicamente, fala sobre um grupo de músicos russos afastados da música que vêem num golpe do seu antigo maestro a chance de mostrar para o mundo em que o talento é mais importante do que tudo. Soma-se a isso as histórias de cada um deles e um mistério envolvendo essa antiga orquestra e uma famosa violinista francesa que está em seu auge (interpretada por Mélanie Laurent).
09 – Harry Potter 7: As relíquias da morte, parte 2
Fim épico para uma saga histórica que marcou uma geração. O HP 7/2 não deixa a desejar. Mesmo que tenha sido uma ótima estratégia comercial ter dividido o último livro da saga Harry Potter em dois filmes, admito que em termos de compreensão geral da história e mais fidelidade ao livro, essa foi uma boa idéia. Cabe a HP 7/1 o tom mais dramático, as explicações dos mistérios e as questões psicológicas das personagens, sobretudo o trio protagonista. Cabe a HP 7/2 a luta e a ação, sem deixar de lado boas atuações e ótima qualidade técnica.
08 – O vencedor
Mais um filme de boxe? Não. Em O vencedor acompanhamos a trajetória de um lutador fracassado com uma família sem noção e um irmão/mentor/treinador inconseqüente e viciado em crack. O filme fala sobre a família, sobre a união e sobre uma vitória. Não necessariamente a vitória nos ringues, mas principalmente a vitória fora deles. Oscar merecido para Melissa Leo e Christian Bale, a mãe e o irmão do fracassado Mick Ward (Mark Whalberg).
Uma triste, triste, triste história de amor. É um filme sobre o amor. Mas especificamente, sobre o seu fim. Quando todas aquelas coisas boas que faziam o casalzinho ficarem juntos simplesmente acabam pela rotina entediante e pelas frustrações diversas que eles foram acumulado ao longo da vida pelo casamento precoce. É um filme muito bom. Apesar de triste, é mais real que muitos filmes de romance. Ryan Gosling e Michelle Williams, os protagonistas, são excelentes e dão suas melhores atuações.
06 – Bravura indômita
Western + Coen = filmaço. Remake ou não do filme de 1969, Bravura indômita consegue ser excelente por si só. Investiga a história de uma jovem de 14 anos (interpretada por uma até então desconhecida Hailee Steinfield) que paga um coronel rude, grosso, mal educado, bizarro e agressivo (John Wayne na versão original, Jeff Bridges nesta) para caçar e matar o homem que matou o seu pai. Tem todos os elementos dos bons e velhos faroestes aliados aos clássicos elementos bizarros da filmografia dos Coen.
Fala sobre o luto e do processo de recuperação da perda de uma pessoa querida pelos olhos de uma mulher incrédula e desiludida (Niole Kidman). Não vou falar muito dele porque já fiz um post sobre que fala de tudo e mais um pouco sobre as minhas impressões sobre o filme. Aqui adianto que essas impressões foram excelentes. Nicole Kidman volta das trevas com sua melhor atuação desde Dogville (2003). O filme poderia ser depressivo mas não o é. Prefere ser mais inteligente e interessante do que deprê.
Grande filme de Lars Von Trier. Mostra os últimos dias de vida de duas irmãs (Kirsten Dunst e Charlotte Gainsbourg) na eminência do fim da Terra quando o planeta Melancholia se chocar com nosso planeta. A personagem de Dunst é uma jovem que sofre de depressão e que se vê cada vez mais aliviada pelo fim de tudo. O interessante é ver o contraponto com sua irmã, interpretada por Gainsbourg, que vai se desesperando e perdendo o controle cada vez mais. Meio ficção científica, meio drama o filme na verdade é uma grande metáfora à depressão e ao desespero.
03 – Meia-noite em Paris
Woody Allen faz seu filme de melhor bilheteria desde Hannah e suas irmãs (1986) nesta interessantíssima e originalíssima comédia ambientada na bela e, porque não, mágica Paris. Um escritor fracassado (interpretado muito bem por, oh, Owen Wilson!) viaja no tempo para a antiga Paris dos anos 20 para descobrir que a felicidade não depende do tempo ou do espaço e que ninguém seria mais ou menos feliz em uma vida que não é a sua. A felicidade depende de si mesmo. Woody é de uma originalidade sem igual.
02 – A pele que habito
Almodóvar destrói tudo nesse filme fantástico, originalíssimo e surpreendente. Seu melhor filme desde Fale com ela (2002). Narra a história de um cirurgião plástico com muito dinheiro e sem nenhuma moral ou qualquer tipo de escrúpulos totalmente transtornado pela perda trágica da mulher e da filha e acaba fazendo de uma mulher uma refém e uma vítima de sua loucura.
01 – Cisne negro
Simplesmente e indiscutivelmente o meu filme preferido de 2011. Nina Sayers (Natalie Portman) faz uma bailarina dedicada e reprimida pela mãe que recebe o desafio de ser a Rainha do ballet O Lago dos Cisnes. Interpretar o cisne branco é fácil. Difícil é interpretar o cisne negro, o oposto de tudo aquilo que Nina foi forçada a ser durante toda sua vida. Sua conexão com a realidade, que já não era das melhores, vai se tornando cada vez mais fraca até se romper de vez. Nina entra num mundo de loucura e dor (física e psicológica) movimentada ainda mais por uma bailarina rival (Mila Kunis), um diretor pervertido e exigente (Vicent Cassel) e uma mãe louca e controladora (Barbara Hershey). Oscar de melhor atriz muito merecido para a melhor das jovens atrizes da atualidade dando o melhor trabalho de sua carreira e a melhor atuação do ano. Até hoje sou inconformado pela derrota de Cisne negro na categoria de melhor filme. Para mim, ele é muito superior a O discurso do rei (filme que nem quis botar nessa singela listinha).
por Lucas Moura
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