quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

127 horas - uau

Vamos falar de um dos filmes merecidamente indicados ao Oscar de Melhor Filme de 2011. Simples: Aron Ralston (James Franco) é um aventureiro por natureza que está escalando e passeando por umas formações rochosas no meio do nada e, por dar um passo em falso, fica preso pelo braço por uma rocha não muito segura em uma fenda na terra no meio de lugar nenhum. Longe da civilização, sem nenhuma chance de se comunicar com outras pessoas, e sem ter avisado para ninguém para onde ia.
127 horas (127 hours, 2010) é basicamente isso. Muito simples, muito direto. Porém o filme não é de forma nenhuma um filme pequeno. Vamos acompanhar por cerca de 90min. de filme as longas horas (justamente, 127) que Aron fica preso naquela fenda no meio do nada. Aos poucos, a comida vai ficando cada vez mais escassa, e a água praticamente nenhuma, uma hora tem que acabar e é essa a maior preocupação de Aron: a sede. Ele tenta de todas as formas possíveis soltar o braço da rocha, o que obviamente está fora de cogitação visto que o único instrumento que ele pode utilizar para isso é um canivete vagabundo made in China.
Situações desesperadas merecem medidas desesperadas: Aron então decide por amputar o braço direito para tentar sair daquele lugar usando seu débil canivete (numa cena que dá mais aflição que a cena de tortura de O último rei da Escócia, 2006).
O grande mérito de 127 horas, o que realmente o torna um filme excelente, interessante, e que realmente prende quem está assistindo está na atuação de James Franco. Segurar sozinho o filme por 90min. não é tarefa simples. Ele consegue pegar todas as nuances de Aron, a forma como ele vai entrando cada vez mais e mais em desespero pela sua situação aparentemente sem saída, as lembranças de sua família, suas alucinações e até mesmo seus arrependimentos. Aron vai passando por tudo isso nas longas horas que passa totalmente sozinho na fenda. Cabe a James Franco tornar isso intenso o suficiente para chamar a atenção. E chama muito. Destaque para as gravações que Aron faz com sua câmera que são registros e mensagens que ele quer deixar para seus familiares caso morra (o que ele tem quase certeza). 
O filme tem tudo para ser triste e depressivo. Mas não é. É até bem humorado às vezes, pois assim é o Aron da ficção e da realidade. É o filme do instinto de sobrevivência. A história pode ser simples, porém é forte. E forte também é esse pequeno grande filme.


por Lucas Moura

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