sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Filmes pro final de semana - 04/09


1. Bravura Indômita
 (True grit, 2010)
Primeiro filme totalmente de cowboys dos Irmãos Coen, Bravura indômita é a segunda adaptação para o cinema do romance homônimo, sendo a primeira de 1969 com John Wayne, que ganhou um Oscar por sua atuação. No longa, Mattie Ross (Hallee Steinfeld) é a filha de um homem morto covardemente por um de seus ajudantes, Tom Chaney (Josh Brolin) e deseja fazer justiça, por mais difícil que seja sua missão. Para isso ela contrata Rooster Cogburn(Jeff Bridges), um caçador de recompensas velho, beberrão e mal humorado. A contragosto de Cogburn, Mattie o acompanha na busca do bandido, apesar de ter apenas 14 anos; a eles se junta LaBoeuf (Matt Damon), um patrulheiro texano que também tem bons motivos para perseguir Chaney. Não surpreendentemente, o trio vai criando afeto aos poucos e acabam se dando bem, unidos na árdua tarefa. Também não surpreendentemente, este é um filmaço. Por ser a segunda versão de um filme tão bem sucedido como foi o de 1969 e ter à frente os talentosos Coen, criou-se uma expectativa imensa e ninguém saiu decepcionado. O elenco é ótimo, o modo como é mostrada a dura realidade do velho Oeste é incrível e o desfecho (que aliás é diferente do filme de 69) é digno de aplausos.
Nota: 9,0/ 10

2. Amor sem escalas
 (Up in the air, 2009)
Ryan (George Clooney) é um profissional de uma empresa que é contratada por outras empresas para demitir seus empregados. Todos os dias ele fica de frente a dezenas de pessoas que nunca viu na vida e diz "seus serviços não são mais necessários". E de um trabalho para outro, Ryan viaja de avião, seu maior prazer. A cada ano ele passa quase trezentos dias fora de casa - aliás, onde é realmente sua casa? Para ele, seu lar são os aeroportos, as salas de espera, as confortáveis poltronas executivas da American Airlines. Tudo na vida de Ryan é emprego, voo, e a meta de acumular dez milhões de milhas aéreas. Para mudar isso, surge o casamento de sua irmã caçula, uma nova colega de trabalho que tem ideias que podem mudar radicalmente seu estilo de vida e uma misteriosa mulher que parece ser sua versão feminina. Uma ótima reflexão sobre a vida que cada um quer levar e sobre a crise econômica de 2008/09.
Nota: 10

3. Beleza Americana
 (American Beauty, 1999)
Um verdadeiro tapa na cara da classe média americana. Lester Burnhan (Kevin Spacey), o protagonista, é um pai de família cansado e entediado na monótona vida de típico trabalhador, com um emprego medíocre e muitas frustrações na vida profissional e pessoal. É casado com a famigerada Carolyn (Annette Bening), uma corretora de imóveis ambiciosa que se esforça para manter as aparências de família feliz, apesar do casamento desgastado, e sufoca a filha adolescente Jane (Thora Birch) com exigências, na tentativa de transformá-la numa garota prodígio. A história pega impulso com o surgimento de Angela (Mena Suvari), colega de Jane, por quem Lester se apaixona no auge de sua crise de meia-idade. A partir daí, a relação da família Burnhan com Angela, com os vizinhos Fitts e consigo mesma se torna uma sátira sobre beleza e satisfação pessoal, apunhalando sem piedade o desgastado sonho americano. O filme é cínico, dinâmico, provocante e envolvente. Merecidamente vencedor de cinco Oscar, incluindo melhor filme, diretor e ator (Spacey).
Nota: 10

4. A Época da Inocência
 (The Age of Innocence, 1993)
Maiores desafios mostram maiores talentos. No cinema não é diferente; filmes complexos ou que precisam de maior cuidado, quando bem feitos, revelam o talento de seu diretor. A Época da Inocência é um exemplo, no caso mais um exemplo, da competência de Martin Scorsese. Fazer um filme de época sem que tudo pareça um baile de fantasias é tarefa árdua, e Scorsese não desapontou. A trama ambientada na aristocracia novaiorquina do século 19 acompanha o jovem casal Newland Archer (Daniel Day-Lewis) e May Welland (Winona Ryder), apaixonados e de casamento marcado. O surgimento da condessa Ellen Olenska (Michelle Pfeiffer), recentemente divorciada de um nobre europeu balança os sentimentos de Newland, que fica dividido entre a noiva angelical e a condessa sedutora. O fato de ser um amor impossível só aumenta o desejo do jovem. As angústias de Newland e Ellen são mostradas através do domínio de câmera que é velho conhecido dos fãs de Scorsese, que também retrata os costumes, vícios e esqueletos no armário de uma sociedade moralista que também tem seu teto de vidro.
Nota: 9,0/ 10

5. Psicose (Psycho, 1960)
Quando Marion Craine (Janet Leigh) rouba uma fortuna de seu patrão e foge em direção à Califórnia, não poderia imaginar o peso de seus atos ao seu futuro - ou o efeito de tal ação ao cinema mundial. Mesmo com um orçamento limitado e diversas adversidades, Alfred Hitchcock conseguiu fazer de Psicose seu mais bem sucedido filme, chocando plateias onde era exibido ao mostrar uma violência praticamente inédita e os lobos em peles de cordeiro que estão em todo lugar. A parada de Marion num motel de beira de estrada, seu breve contato com o dono do lugar, Norman Bates e seu repentino e sangrento assassinato inauguraram uma nova era no terror, mostrando o homem tão cruel quanto qualquer fera sobrenatural.
Nota: 10
 
Luís F. Passos

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