1. Namorados para sempre (Blue Valentine, 2010)
Malditos tradutores. Malditos. Transformar o título de um sério e triste
drama num título de filme adaptação de Nicholas Spark é o fim. Isso
porque Namorados para sempre não é, nem de longe, uma história de amor
em que todos serão felizes para sempre e blablablá. O que temos aqui é o
registro do fim de um casamento, mostrando desde o começo do namoro até
o início da ruína do relacionamento. Cindy (Michelle Williams) trabalha
num hospital, tem um emprego estável e com chances de crescimento,
enquanto Dean (Ryan Gosling) está desempregado e faz bicos - um dos
motivos do desgaste da relação. Muitas cenas são ambientadas num motel,
para onde eles vão no dia dos namorados para tentar salvar o casamento,
mas lá se demonstra ao máximo o quanto tudo está perdido; são momentos
de muita tensão em que se vê o grande talento de dois jovens atores,
alguns dos maiores nomes dessa nova geração.
Nota: 9,5/ 10
2. Anticristo (Antichrist, 2009)
O filme é muito forte, muito tenso. Inicia com um prólogo em preto e branco e câmera lentíssima em que um casal transa e seu filho pequeno sofre um acidente e cai da janela do apartamento ao som de uma ópera que diz "deixe que eu chore minha cruel sorte". E é esse o principal tema do filme: o sofrimento. A personagem de Charlotte (que não tem nome, assim como o marido) entra num processo de culpa e sofrimento sem fim que começa a destruir sua razão, enquanto o marido (Dafoe), que é psicólogo, tenta ajudá-la. Os dois então vão para uma cabana numa floresta convenientemente chamada Éden, e a partir daí Anticristo põe em questão vários temas religiosos, filosóficos e psicanalíticos. E tudo isso junto a cenas chocantes de sexo, masturbação e violência física. Uma experiência tanto incômoda quanto construtiva - Trier é mais uma vez um sádico que sufoca seus espectadores, mas também se volta para dentro de si, ajustando contas com um episódio de seu passado. É pra quem tem nervos fortes, mas também pra quem quer apreciar uma obra que é tão trágica quanto bela.
Nota: 10
Blessed are the forgetful. O amor visto de um ângulo incomum em Hollywood: a desilusão amorosa e o fim de um relacionamento. Como curar um amor fracassado? A melhor alternativa seria simplesmente esquecer tudo. E se fosse possível? Brilho eterno responde a esta pergunta (e levanta tantas outras) ao mostrar o término do namoro de Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) e o tratamento a que ela se submete para apagar Joel de sua mente depois de perceber que não era feliz ao seu lado. Amargurado, Joel decide fazer o mesmo tratamento, mas à medida em que vê sua ex-amada sendo apagada de suas lembranças, descobre que é melhor sofrer ao lembrar dos bons momentos ao lado de Clementine do que não ter memória alguma. A trama, que parece meio impossível ao se ler sobre, na verdade se mostra totalmente plausível ao ser vista - graças ao excelente roteiro, vencedor do Oscar, das atuações de Carrey e Winslet e de um time de coadjuvantes que inclui Kirsten Dunst, Elijah Wood e Tom Wilkinson.
Nota: 10
4. Closer - perto demais (Closer, 2004)
And so it is... impressionante a qualidade e a capacidade de impactar de Closer. Dirigido por ninguém menos que Mike Nichols, veterano diretor de A primeira noite de um homem e Quem tem medo de Virginia Woolf?, Closer aborda quatro pessoas em Londres e suas relações de amor, ciúme e ódio entre elas: a fotógrafa Anna (Julia Roberts), por quem o escritor frustrado Dan (Jude Law) se apaixona e cria uma certa obsessão. Indiretamente graças a Dan, Anna conhece o médico Larry (Clive Owen), com quem se casa, mas mais tarde mantém um caso com Dan. Nesse vai e vem, há também a stripper Alice (Natalie Portman), com quem Dan mantinha um relacionamento, e que também vai se aproximar de Larry. Um drama sólido e intenso que vai muito além da questão de relacionamentos e traições; uma grande produção coroada com a música The blower's daughter.
Nota: 9,0/ 10
5. A Malvada (All about Eve, 1950)
Um clássico importante e interessantíssimo, A Malvada é mais um dos títulos que ficaram infelizes depois de traduzidos. Mas esse detalhe não é nada comparado ao roteiro inesquecível e às atuações ainda mais inesquecíveis, começando pelas protagonistas Bette Davis e Anne Baxter. Bette é Margo Channing, atriz veterana da Broadway, ícone entre os colegas e queridinha dos diretores, que vê sua vida mudar com o aparecimento de Eve Harrigton (Baxter), contratada por ela como assessora. Mas a aparentemente inocente Eve de boba não tem nada, se mostrando um poço de inveja e esperteza, fazendo de tudo para se tornar uma atriz do mesmo nível e prestígio de Margo. Os diálogos são ora ácidos, ora sagazes, mas sempre geniais, como o "apertem os cintos, esta será uma noite turbulenta!" proferido por Margo diante da tensão de uma festa de aniversário.
Nota: 9,,5/ 10
Luís F. Passos
And so it is... impressionante a qualidade e a capacidade de impactar de Closer. Dirigido por ninguém menos que Mike Nichols, veterano diretor de A primeira noite de um homem e Quem tem medo de Virginia Woolf?, Closer aborda quatro pessoas em Londres e suas relações de amor, ciúme e ódio entre elas: a fotógrafa Anna (Julia Roberts), por quem o escritor frustrado Dan (Jude Law) se apaixona e cria uma certa obsessão. Indiretamente graças a Dan, Anna conhece o médico Larry (Clive Owen), com quem se casa, mas mais tarde mantém um caso com Dan. Nesse vai e vem, há também a stripper Alice (Natalie Portman), com quem Dan mantinha um relacionamento, e que também vai se aproximar de Larry. Um drama sólido e intenso que vai muito além da questão de relacionamentos e traições; uma grande produção coroada com a música The blower's daughter.
Nota: 9,0/ 10
5. A Malvada (All about Eve, 1950)
Um clássico importante e interessantíssimo, A Malvada é mais um dos títulos que ficaram infelizes depois de traduzidos. Mas esse detalhe não é nada comparado ao roteiro inesquecível e às atuações ainda mais inesquecíveis, começando pelas protagonistas Bette Davis e Anne Baxter. Bette é Margo Channing, atriz veterana da Broadway, ícone entre os colegas e queridinha dos diretores, que vê sua vida mudar com o aparecimento de Eve Harrigton (Baxter), contratada por ela como assessora. Mas a aparentemente inocente Eve de boba não tem nada, se mostrando um poço de inveja e esperteza, fazendo de tudo para se tornar uma atriz do mesmo nível e prestígio de Margo. Os diálogos são ora ácidos, ora sagazes, mas sempre geniais, como o "apertem os cintos, esta será uma noite turbulenta!" proferido por Margo diante da tensão de uma festa de aniversário.
Nota: 9,,5/ 10
Luís F. Passos