sexta-feira, 24 de setembro de 2021

Filmes pro final de semana - 24/09


 1. Drive (2011)
Drive  centra-se na relação entre um homem misterioso, o qual nem sabemos o nome, interpretado por Ryan Gosling, que se encontra perdidamente apaixonado por sua jovem vizinha de modo a se dispor a protegê-la de todos os perigos que a envolvem, relacionados a seu marido recém saído da prisão e da máfia que os cercam. Tecnicamente falando, Drive é impecável. A fotografia é belíssima e acompanha as grandes mudanças de tom pelas quais o filme passa. Se num primeiro momento tudo é a magia da descoberta do amor, com paisagens bucólicas e ensolaradas ao entardecer, a metade final é negra, escura, sórdida e violenta. A violência é elevada aos limites conforme o conto torna-se cada vez mais perigoso e envolvente. A relação amorosa entre Ryan Gosling e Carey Mulligan é de uma pureza e uma sensibilidade que contrasta a todo o momento com o extremismo da violência onde aqueles personagens se encontram, tendo este antagonismo alcançado o ápice na já clássica cena do elevador. É quase um conto de fadas na verdade, onde um “príncipe encantado” luta a qualquer preço para defender sua “donzela” em perigo. A diferença é que no lugar de uma armadura de metal temos uma jaqueta prateada e em vez de cavalos brancos, carros envenenados dispostos a intensas cenas de perseguições.
Nota: 10

2. Namorados para sempre (Blue Valentine, 2010)
Malditos tradutores. Malditos. Transformar o título de um sério e triste drama num título de filme adaptação de Nicholas Spark é o fim. Isso porque Namorados para sempre não é, nem de longe, uma história de amor em que todos serão felizes para sempre e blablablá. O que temos aqui é o registro do fim de um casamento, mostrando desde o começo do namoro até o início da ruína do relacionamento. Cindy (Michelle Williams) trabalha num hospital, tem um emprego estável e com chances de crescimento, enquanto Dean (Ryan Gosling) está desempregado e faz bicos - um dos motivos do desgaste da relação. Muitas cenas são ambientadas num motel, para onde eles vão no dia dos namorados para tentar salvar o casamento, mas lá se demonstra ao máximo o quanto tudo está perdido; são momentos de muita tensão em que se vê o grande talento de dois jovens atores, alguns dos maiores nomes dessa nova geração.
Nota: 10

3. 
Closer - perto demais (Closer, 2004)
É impressionante a qualidade e a capacidade de impactar de Closer. Dirigido por ninguém menos que Mike Nichols, veterano diretor de A primeira noite de um homem e Quem tem medo de Virginia Woolf?Closer aborda quatro pessoas em Londres e suas relações de amor, ciúme e ódio entre elas. A primeira é a fotógrafa Anna (Julia Roberts), por quem o escritor frustrado Dan (Jude Law) se apaixona e cria uma certa obsessão. Indiretamente graças a Dan, Anna conhece o médico Larry (Clive Owen), com quem se casa, mas mais tarde mantém um caso com Dan. Nesse vai e vem, há também a stripper Alice (Natalie Portman), com quem Dan mantinha um relacionamento, e que também vai se aproximar de Larry. Um drama sólido e intenso que vai muito além da questão de relacionamentos e traições; uma grande produção coroada com a música The blower's daughter.
Nota: 10


4. 
O profissional (Leon, 1994)
A violenta jornada da jovem Mathilda (Natalie Portman) na companhia de seu amigo (?) Leon (Jean Reno), um assassino profissional, em busca de uma vingança quase impossível contra a polícia corrupta que matou toda sua família pontua um dos filmes mais interessantes dos anos 90. Intenso do começo ao fim, O profissional representa um filme de ação de qualidade, com algumas doses esporádicas de drama, que inclui um relacionamento incomum entre as personagens e culmina com uma conclusão épica. Também marcante por ser a estreia de Natalie Portman nos cinemas, numa personagem juvenil que disputa com a Iris de Jodie Foster em Taxi Driver pelo posto de mais complexa. Altamente recomendável.
Nota: 10

5. Tubarão (Jaws, 1975)
Anos antes de Alien, Steven Spielberg já trabalhara com a ideia do monstro que não pode ser visto - neste caso, que passa boa parte do filme oculto. Estamos em Amity Island, tranquila cidade de veraneio da Costa Leste, prestes a ser invadida por turistas na estação mais quente do ano. Quando o policial Martin Brody ((Roy Scheider) decide investigar com mais atenção a morte de banhistas, passa a acreditar que as praias representem um perigo para seus frequentadores. Desacreditado pelas autoridades locais, Brody busca a ajuda do especialista Matt Hooper (Richard Dreyfuss) e do insano pescador Quint (Robert Shaw), um velho lobo do mar, e juntos os três vão juntando evidências, à medida em que novos ataques vão acontecendo. A luta contra um inimigo poderoso e gigantesco é comparável à história de Moby Dick, graças à criatividade e competência de Spielberg, nesse primeiro de seus muitos sucessos. E assim como suas personagens, o próprio diretor enfrentou desafios imensos para produzir o filme - o mais conhecido deles foi o problema com o tubarão, que teve vários defeitos ao ser posto na água e por isso acabou ficando tão oculto nas filmagens. Mas verdade seja dita, o fato do monstro permanecer escondido na maior parte do tempo tornou o longa muito mais interessante e assustador.
Nota: 10

Luís F. Passos

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