domingo, 20 de agosto de 2017

Jackie – ao lado de todo grande homem, uma grande mulher



Produção de 2016 do chileno Pablo Larrain, responsável pelo excelente No, Jackie traz os dias que sucederam o assassinato do presidente Kennedy em 1963 pelo ponto de vista de outra pessoa extremamente importante para a história do século XX: Jackie Kennedy, sua esposa, aqui vivida por Natalie Portman. O filme transcorre desde o assassinato do presidente em si até o período de mais ou menos uma semana após o ocorrido, dias nos quais Jackie tinha como responsabilidade a organização do velório e sepultamento do marido, além de uma entrevista para a imprensa numa tentativa final de tentar manter a imponência e importância do breve império do casal que ruiu de maneira tão trágica, repentina e aos olhos de milhões de pessoas em todo o mundo. Além da grande responsabilidade, Jackie deve fazer tudo isso com o peso do luto, do remorso, da incredulidade e do sofrimento pela experiência traumática e a drástica mudança em sua vida. 

Por si só, Jackie já é um filme interessante só por sua proposta. Raramente temos uma oportunidade tão boa de observar um pouco a vida nos bastidores da história. Mesmo tendo estado no centro de um furacão político do momento em que John Kennedy assumiu a presidência até o momento em que foi atingido pela bala, Jackie sempre ocupou uma posição secundária, como uma simples coadjuvante que servia muito mais como um modelo de moda e comportamento feminino do que como uma figura de importância política. Eternamente famosa por sua elegância, bom gosto e dignidade, em Jackie vemos um lado mais profundo da primeira dama e descobrimos o quão intelectual, corajosa e forte aquela mulher realmente é. Suas aflições, sua resistência e a maneira como se impõe com firmeza enquanto tudo desmorona é admirável. Coroando tudo, temos a atuação perfeita (não tem outro adjetivo mesmo) de uma Natalie Portman em seu melhor trabalho junto à Cisne Negro. Através de suas expressões, conseguimos captar toda a complexidade e confusão de sentimentos que passam pela cabeça de Jackie e sentir todo seu poder independente do quão adocicada seja sua voz e o quão delicada seja sua aparência.

Nota: 9,0/ 10

Leia também:

Lucas Moura

Nenhum comentário:

Postar um comentário