1. Amy (2015)
O último vencedor do Oscar de melhor documentário de longa-metragem traz a vida conturbada de uma das maiores estrelas da música que o mundo viu nos últimos anos. O início precoce da carreira, o sucesso estrondoso com o segundo CD e a incrível vitória de cinco Grammys recebem a mesma atenção que os problemas familiares, a relação autodestrutiva com o marido e o grave problema com álcool e drogas que tanto prejudicou sua carreira e acabou provocando sua morte em 2011, tendo apenas 27 anos de idade. O documentário mostra como Amy Winehouse viveu intensamente a música, as amizades e o amor. Um filme excelente; emocionante, mas nada apelativo, e bastante triste.
Nota: 9,5/ 10
2. Divertida Mente (Inside Out, 2015)
Outro vencedor do último Oscar, dessa vez na categoria animação. Divertida Mente é o argumento final de que animação não é sinônimo de filme infantil. A partir de uma garota de onze anos, Riley, que está passando por grandes mudanças em sua vida, vemos uma forma muito original de apresentar como funciona a mente humana: gerida por cinco emoções que são responsáveis pelo estado de humor e pela administração das memórias. São elas Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho. Um pequeno incidente envolvendo Alegria e Tristeza faz uma completa bagunça na cabeça de Riley, que só piora o difícil momento pelo qual ela está passando, e pode pôr em risco todo seu eu. O filme é lindo, não é simples o suficiente pra ser visto por qualquer criança, e consegue botar muito marmanjo pra chorar. Sem dúvida, uma das melhores animações já feitas.
Nota: 10
3. Direito de amar (A single man, 2009)
Protagonizado por um Colin Firth austero e introspectivo, Direito de
amar acompanha o dilema de um professor inglês que vive na Califórnia,
George (Firth), após a morte de seu companheiro, Jim, com quem viveu por
16 anos. George não consegue lidar com o vazio deixado por Jim, nem
mesmo ocupando seus dias com suas aulas ou com a ajuda de sua amiga de
longa data, Charlotte (Juliane Moore). O desespero faz o professor
pensar e planejar seu suicídio, mas novas perspectivas podem convencê-lo
de que ainda pode haver esperança em meio a tanta dor. O filme é
recortado por diversos flashes do passado, no início do relacionamento
com Jim, de momentos passados juntos e da trágica morte precoce. Além da
bela e triste história, o filme conta com as incríveis atuações dos
sempre competentes Colin Firth e Juliane Moore.
Nota:8,5/ 10
4. Sonata de Outono (Höstsonaten, 1978)
Dentre os filmes de Ingmar Bergman que já tive o prazer de assistir, este é um dos mais emocionantes. Este intenso drama familiar mostra a delicada relação entre uma mãe (Ingrid Bergman) que fora uma pianista famosa e sua filha (Liv Ullmann), que se encontram após sete anos sem se verem. É fácil ver que a convivência das duas é um constante desconforto, carregada de mágoas que a filha nutriu por uma mãe ausente, sempre viajando, e que quando ficava em casa era igualmente distante. O reencontro se torna uma lavagem de roupa suja e traz à tona todo o ressentimento que as aparências escondiam, com um forte teor psicanalítico muito bem explorado pela perfeita direção de Bergman e pelo talento de duas brilhantes atrizes.
Nota: 10
5. New Orleans (1947)
"Do you know what it means to miss New Orleans?" A voz inesquecível de Billie Holliday é um dos grandes atrativos desse esquecido musical que eu conheci por acaso (obrigado, Youtube) e pelo qual fiquei encantado. A história é simples e não muito atrativa, tendo como protagonistas uma cantora clássica (Dorothy Patrick) que se apaixona por um jogador profissional (Arturo de Córdova) que é dono de uma casa de jogos no submundo de Nova Orleans. Nos fundos da casa de jogos, Louis "Satchmo" Armstrong (interpretado pelo próprio) e sua Happy Dixie Band, pioneiros do blues, tocam uma música diferente e apaixonante que é censurada na alta sociedade, mas que faz sucesso entre os moradores do subúrbio e que pra surpresa de todos, encanta a cantora clássica e seu maestro. O enredo um tanto clichê é deliciosamente embalado pela música de dois grandes ícones do jazz e blues, que aqui vivem um par romântico, que injustamente aparece em segundo plano. Interessados procurem no Youtube, tem versão completa e legendada.
Nota: 9,5/ 10 (mais pela música do que pela história)
Luís F. Passos
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