Pra quem é fã do grande diretor Wes Anderson, seu filme do ano passado é obrigatório. Traz todos os elementos recorrentes em sua obra: o jogo de cores claras, as simetrias, as personagens complicadas e a comédia comedida. O título do filme é o mesmo do hotel em que é centrada a história, numa ex-república socialista, na porção mais oriental da Europa. Quem narra o enredo é seu proprietário, Zero Moustafa (F. Murray Abraham), contando como o grandioso e outrora prestigiado hotel chegou a suas mãos; a era de ouro do estabelecimento, quando administrado pelo rigoroso monsieur Gustave H. (Ralph Fiennes) e as divertidas enrascadas em que ambos se meteram envolvendo uma imensa herança.
Nota: 8,5/ 10
"Sempre os anos entre nós. Sempre os anos, sempre o amor, sempre as horas". Baseado (em um livro que se baseia) na obra de Virginia Woolf, o complexo e introspectivo As Horas acompanha um dia na vida de três mulheres distintas que vivem em épocas distintas: a escritora Virgina Woolf (Nicole Kidman) nos anos 20, a dona de casa Laura Brown (Julianne Moore) nos anos 50 e a editora Clarissa Vaughan (Meryl Streep) em 2002. O que une as três é o romance Mrs Dalloway, escrito por Virginia, lido por Laura e cuja protagonista se assemelha a Clarissa (tendo, inclusive, o mesmo nome). Ambas as personagens tentam esconder e lidar com a angústia que as sufoca, mesmo as que aparentemente levam uma vida perfeita. Ambas as três terão seus mundos transformados ao longo de um único dia.
Nota: 10
Depois de vencer o Oscar nas categorias filme, direção e roteiro com sua inovadora comédia romântica Annie Hall,
Woody Allen mostra sua versatilidade no seu primeiro filme de drama:
Interiores. Bastante influenciado pela filmografia do ídolo Ingmar
Bergman, Woody cria a trama de três irmãs que pouco se conhecem e são
distantes, já que sempre esconderam seus medos e verdades dentro de si.
Mas o centro da história é a mãe delas, Eve (Geraldine Page), que vê seu
casamento de décadas desmoronar e se descobre sem chão e sem rumo. Por
sugestão das filhas, Eve começa a trabalhar como decoradora, mas nem o
novo emprego consegue fazê-la arrumar a bagunça que tem dentro de si.
Este é mais um dos filmes de Woody que infelizmente não são muito
conhecidos, apesar da qualidade - altíssima.
Nota: 9,5/ 10
Numa época em que os filmes eram muito inovadores, o inusitado musical sobre a criação de uma versão musculosa de Frankstein conseguiu deixar todo mundo boquiaberto. Quando o inocente casal Brad (Barry Botswick) e Janet (Susan Sarandon)
encontra um castelo à beira da estrada numa noite chuvosa não podiam
imaginar o que encontrariam: seu proprietário, o dr. Frank-N-Furter (Tim
Curry), um "doce travesti da transsexual Transylvania", seus estranhos
criados e também estranhos convidados, prestes a presenciar a criação de
um Frankstein moderno e musculoso. Mais que um festival de músicas que
grudam, The Rocky Horror Picture Show é uma mistura de
sexualidade escancarada, frases irônicas ou de duplo sentido e figurino
alucinante, que o que tem de estranho, tem duas vezes mais de qualidade.
Let's do the time-warp again!
Nota: 9,5/ 10
5. Era uma vez no Oeste (C'Era una Volta Il West, 1968)
O velho Oeste filmado de um jeito novo, através da tradição da ópera italiana. O diretor Sergio Leone traz uma história de vingança, sonhos e ambição através do misterioso Harmônica (Charles Bronson), da viúva e ex-prostituta Jill (Claudia Cardinale) e do assassino Frank (Henry Fonda). O filme é marcado pela construção de ferrovias liderada pelo milionário Morton (Gabrielle Ferzetti), que contrata Frank e seu bando para expulsar todos os fazendeiros que se puserem em seu caminho, entre eles o marido de Jill, morto no início do filme. Guiado por um ódio antigo que aos poucos é explicado, Harmônica, junto do bandido de quinta Cheyenne, vai proteger a viúva e suas terras da ambição de Morton e dos criminosos de Frank. Seja por cenas memoráveis, como a abertura interminável, seja pela paisagem intrépida, pelo elenco de peso, pelo incrível roteiro ou mesmo pela música que Harmônica toca em sua gaita, o filme de Leone se consagrou imediatamente como um clássico.
Nota: 10
O velho Oeste filmado de um jeito novo, através da tradição da ópera italiana. O diretor Sergio Leone traz uma história de vingança, sonhos e ambição através do misterioso Harmônica (Charles Bronson), da viúva e ex-prostituta Jill (Claudia Cardinale) e do assassino Frank (Henry Fonda). O filme é marcado pela construção de ferrovias liderada pelo milionário Morton (Gabrielle Ferzetti), que contrata Frank e seu bando para expulsar todos os fazendeiros que se puserem em seu caminho, entre eles o marido de Jill, morto no início do filme. Guiado por um ódio antigo que aos poucos é explicado, Harmônica, junto do bandido de quinta Cheyenne, vai proteger a viúva e suas terras da ambição de Morton e dos criminosos de Frank. Seja por cenas memoráveis, como a abertura interminável, seja pela paisagem intrépida, pelo elenco de peso, pelo incrível roteiro ou mesmo pela música que Harmônica toca em sua gaita, o filme de Leone se consagrou imediatamente como um clássico.
Nota: 10
Luís F. Passos