sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Filmes pro final de semana - 17/09


1. Rosa e Momo (La vita davanti a sé, 2020)
Depois de mais de uma década sem estrear nas telonas, a estrela Sophia Loren dá um tempo na aposentadoria para brilhar em um filme feito pela Netflix. Rosa e Momo é baseado no livro A vida pela frente, que já fora adaptado para o cinema em 1977 como Madame Rosa (La vie devant soi), e acompanha a história de uma sobrevivente de Auschwitz, já idosa e ex prostituta, que cuida de filhos das profissionais do sexo. Rosa recebe de um amigo de longa data o desafio de cuidar de um menino senegalês órfão e muito rebelde, envolvido com pequenos delitos e que chega à sua casa causando muito conflito. O filme usa de muitos clichês, apela pro sentimentalismo, mas é lindo. Lindo, bem feito, muito bem atuado por Sophia Loren e pelo jovem Ibrahima Gueye. Ótima pedida pra se emocionar.
Nota: 8,5/ 10

2. História de um casamento (Marriage story, 2019)
Eu não sou a melhor pessoa pra falar desse filme porque ele me deixa um tanto incapaz de analisá-lo racionalmente, tamanha a emoção que me proporcionou. História de um casamento foi um dos destaques do Oscar do ano passado e mais uma prova da força da Netflix para concorrer com os estúdios de Hollywood. O filme acompanha a crise do casamento e divórcio do jovem casal Charlie (Adam Driver) e Nicole (Scarlett Johansson), ele um promissor diretor de teatro e ela uma ótima atriz que deixou a carreira em segundo plano para cuidar da família. O desejo de seguir novos caminhos profissionais leva Nicole de volta para a casa da mãe, na Califórnia, enquanto Charlie argumenta que não pode deixar Nova York por conta de seu trabalho e da ascensão de seu nome perante público e crítica. O divórcio que seria amigável se torna uma feroz batalha a partir do momento em que Nicole contrata uma agressiva advogada de divórcios que torna o litígio mais complicado, tanto pela parte legal quanto por ajudar Nicole a entender melhor o processo de desgaste da relação. O filme consegue fugir do convencional, conduzindo numa narração envolvente e emocionante que não é nada piegas. Direção e elenco primorosos entregando um filme sensacional.
Nota: 10

3. Chico, artista brasileiro (2015)
O documentário do diretor Miguel Faria Jr. tem estrutura bastante semelhante ao de Vinícius (2005), longa sobre o poetinha que Faria Jr dirigiu e é um dos filmes mais vistos do gênero no Brasil. O próprio Chico Buarque conduz a narração de sua vida, na época beirando os setenta anos de idade e há muito consolidado como um dos maiores artistas da história do país. Cantor, compositor, músico, dramaturgo, romancista, sambista e notável peladeiro, Francisco Buarque de Holanda se destaca no cenário cultural desde a década de 60, quando lançou A banda, uma de suas músicas mais populares até hoje. Enfrentou o Regime Militar e foi exilado, participando ativamente do movimento de redemocratização. O filme conta com depoimentos de familiares e amigos, além de participações musicais de parceiros e de artistas influenciados por Chico.
Nota: 10

4. Mussum, um filme do cacildis (2018)
A história de Antônio Carlos Bernardes Gomes, (muito) mais conhecido como Mussum, é contada por Lázaro Ramos, que narra o documentário de maneira muito instigante (me fez lembrar a narração do clássico Ilha das Flores), mostrando as diversas facetas do artista. Sambista de alto nível, dono de voz ótima e suingue único ("o melhor tocador de reco-reco que já existiu", dizem em certo momento do filme), Antônio ingressou na vida artística através do samba, sendo um dos criadores do grupo Os originais do samba, onde ficou famoso, não só pela música, mas pelo carisma, jeito engraçado e palavras que se tornaram marcas registradas - foi depois de fazer uma brincadeira com Grande Otelo que ganhou deste o apelido de Mussum, que posteriormente adotou como nome artístico. O documentário peca por não explicar melhor como se deu o ingresso de Mussum no humor, mas merece o crédito de tratar da questão do racismo, que era levantada por ele e pelos Trapalhões - de uma forma que hoje é considerada não muito ortodoxa, mas há de se considerar a época e o contexto. Aflitivo ao falar do final da vida de Mussum, o filme mostra o quanto o artista foi gigante e ainda permanece vivo no imaginário popular brasileiro.
Nota: 8,5/ 10

5. O homem que sabia de menos (The man who knew too little, 1997)
Vamos ver comédia pastelão porque a vida não tá fácil e precisamos dar boas gargalhadas. Bill Murray interpreta Wallace, um cara bem pouco inteligente que viaja para Londres, para passar o aniversário com seu irmão James (Peter Gallagher), e ganha deste um ingresso para uma noite de teatro integrativo, em que o pagante entra num drama criminal. Acontece que Wallace acaba se metendo num crime verdadeiro e de grandes proporções para a diplomacia europeia, mas passa boa parte da história sem fazer ideia da gravidade do enredo em que havia entrado. Como eu disse, aqui temos um pastelão, e dos bons: engraçado a todo o tempo, despretensioso, simples: o melhor tipo de filme para relaxar e não ter trabalho nenhum de pensar pra entender o que está acontecendo.
Nota: 8,0/ 10

Luís F. Passos

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